É um prazer sabermos que temos estado no caminho correcto e verificar que o tempo tem vindo a dar razão às sugestões aqui apresentadas repetidamente.
O artigo do Público de hoje que se transcreve constitui um estímulo para a linha seguida por este blogue:
Empresários criam carta magna para defender limites à despesa pública
PÚBLICO. 27.05.2010
Projecto Farol apresentado hoje em Lisboa.
Um grupo de notáveis e empresários defende a criação de uma “Magna Carta Orçamental” para limitar a despesa, a dívida e o défice públicos a longo prazo.
Segundo a edição de hoje do Jornal de Negócios, esta é uma das propostas “imperativas” do think tank criado pela consultora Deloitte para assinalar os seus 40 anos em Portugal. O Projecto Farol já foi apresentado ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e aos líderes parlamentares do PS, PSD e CDS. Da comissão executiva fazem parte Daniel Proença de Carvalho, Belmiro de Azevedo, Brandão de Brito, Jorge Marrão, Manuel Alves Monteiro e Pinho Cardão.
A intenção é preparar Portugal para a globalização e o conjunto de ideias, que hoje serão divulgadas em Lisboa, dividem-se em cinco grandes áreas: cidadania e cultura, educação, justiça, saúde e sustentabilidade económica. De acordo com o Jornal de Negócios, os promotores defendem a celebração de um compromisso alargado e de longa duração que impõe limites à relação entre as grandezas orçamentais e o PIB, a par de uma agenda de corte fiscal permanente.
Com efeito este «compromisso alargado e de longa duração» referido no artigo é concordante comas sugestões esboçadas nos posts que a seguir se referem:
- Código de conduta
- Para um código de conduta dos políticos
- Ética na Política
- Código de bem governar
- A importância de um código de conduta
O almirante e o medo
Há 45 minutos
4 comentários:
Caro João Soares:
São sempre de saudar movimentos que se propõem suster o regabofe da desgovernação e do assalto ao aparelho de estado, regabofe que o meu amigo não se tem cansado de fustigar.
No presente caso vemos pessoas com poder e influência a defender publicamente regras de vivência pelas quais dão a cara e creditam pela forma como se opõem à (des)governação em curso. É bom sinal, sem dúvida.
Mas não podemos esmorecer. Os aparelhos partidários e muitos dos seus mais importantes elementos colocados nos postos do Estado ainda sentem grande conforto para manipulações, descarados oportunismo e generalizada falta de ética, o que acontece porque ainda têm muitos apoios e clientes.
Um abraço.
Pedro Faria
Caro Faria,
Muito obrigado por esta achega para uma melhor compreensão do problema do compromisso alargado e de longa duração para se obter uma redução das despesas e uma melhor utilização dos dinheiros públicos. Sem dúvida, para ser obtido êxito, será necessária pressão determinada e continuada por parte de grande parte dos cidadãos conscientes dói seu papel de cidadania.
Os resultados demorarão e têm de ser progressivos, porque os políticos exploram ao máximo a «mina» do erário para benefício próprio e os governantes não podem eliminar benesses porque a camarilha que explora o orçamento actua com táctica de bando, com conivências e cumplicidades muito complexas e não lhes convém criar descontentamentos porque «quando se zangam as comadres sabem-se as verdades». E há verdades muito escondidas que lhes não convém que venham à luz, como agora se viu com os processos do Freeport e da Face Oculta em que foram anulados documentos essenciais sem os quais os «casos» ficaram completamente vazios. A isso me referi no post Ocultação sistemática da verdade???..
Mas não se pode nem deve desistir de procurar moralizar o sistema. Esta pressão das empresas será útil porque o Governo age sob pressão e, sendo devidamente pressionado acaba por ceder. Os exageros nas despesas dos sectores públicos e autárquicos aliados à corrupção, ao tráfico de influências e ao enriquecimento ilícito são aliados contra os contribuintes. Por isso, esta iniciativa é muito louvável, mas terá a oposição mais ou menos subterrânea dos beneficiados pelo actual sistema e que serão lesados pela ética.
Um abraço
João
Meus Bons Amigos,
Ora aqui está outra medida que temos preconizado com insistência, mas que até seria fácil de implementar caso o PR tivesse outra postura... Ele, nas actuais circunstâncias, poderia demitir o actual PM e criar um governo de incidência presidencial (de salvação nacional) constituido pelos melhores elementos dos diversos partidos por forma a criar-se um compromisso alargado e duradouro que credibilizasse a classe política e desse aos Portugueses uma luz ao fundo deste túnel tenebroso que foi criado pelo sistema vigente que só serve quem está no poder e esmaga o Zé Povo!
Para quando uma atitude desta natureza que seria tão bem recebida por todos nós ainda que muito mal recebida pelos actuais detentores do poder que assim veriam cerciadas as suas perrogativas?...
Um abraço amigo.
Caro Luís,
Os links da parte final do post datam desde há anos. Mas são utópicos perante esta sociedade corrompida, pois quem pode acabar com a doença não fará nada, porque beneficia com ela. Ninguém mata a galinha dos ovos de ouro. Nisso os políticos são coerentes, tudo fazem para continuarem a satisfazer os interesses pessoais em prejuízo dos interesses nacionais.
Um abraço
João
Sempre Jovens
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