sexta-feira, 14 de maio de 2010

Islândia, um Estado de Direito

Este caso exemplar bem poderia servir de modelo para Portugal, com «leis abstractas, gerais e obrigatórias», isto é, também aplicáveis a políticos e banqueiros.
Transcrição de post do blog
NRP Cacine.

NÃO FOI CÁ!

Os directores de bancos islandeses que arrastaram o país para a bancarrota em finais de 2009 foram presos por ordem das autoridades, sob a acusação de conduta bancária criminosa e cumplicidade na bancarrota da Islândia.

Os dois arriscam-se a uma pena de pelo menos oito anos de cadeia, bem como à confiscação de todos os bens a favor do Estado e ao pagamento de grandes indemnizações.

A imprensa islandesa avança que estas são as primeiras de uma longa lista de detenções de responsáveis pela ruína do país, na sequência do colapso bancário e financeiro da Islândia.

Na lista de possíveis detenções nos próximos dias e semanas estão mais de 125 personalidades da antiga elite política, bancária e financeira, com destaque para o ex-ministro da Banca, o ex-ministro das Finanças, dois antigos primeiros-ministros e o ex-governador do banco central.

A hipótese de cadeia e confiscação de bens paira também sobre uma dezena de antigos deputados, cerca de 40 gestores e administradores bancários, o antigo director da Banca, os responsáveis pela direcção-geral de Crédito e vários gestores de empresas que facilitaram a fuga de fortunas para o estrangeiro nos dias que antecederam a declaração da bancarrota.

Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita.

2 comentários:

Anónimo disse...

SR. JOÃO. TEXTO BRILHANTE O QUE LEIO AQUI.
E É INCRÍVEL QUE A OPINIÃO DO SR., SEJA A VIGENTE EM NOSSO PAÍS, ESSE SIM UM CAOS!
CONFESSO DE CORAÇÃO, QUE TORÇO PELA NAÇÃO PORTUGUESA.
POR ESSES DIAS ASSISTI A UM DOCUMENTÁRIO SOBRE A ISLÂNDIA, E FIQUEI PASMO AO VER QUE LÁ, AS MÃES LARGAM SEUS BEBÊS NOS CARRINHOS NA RUA SOZINHOS, E AS JANELAS DAS CASAS À NOITE FICAM ABERTAS, AS PORTAS IDEM!!!!
ISSO NO BRASIL, SERIA, IMPENSÁVEL, SERIA UMA LOUCURA, OU PEDIR PARA QUE A CRIANÇA FOSSE RAPTADA!!!
UM ABRAÇO FRATERNO, ATÉ A PRÓXIMA.

A. João Soares disse...

Caro Vozes,

Há nas sociedades duas componentes, dois pilares essenciais, para a vida ser agradável e não um permanente martírio: a educação e a justiça.
A educação deve ensinar o respeito pelos outros, o civismo, a cidadania, o trabalho em equipa, a solidariedade e tudo o que contribui para o amor aos outros, sem descriminação. Isso conduz a que cada um cumpra os seus deveres com convicção e eficiência, desde os governantes aos mais simples cidadãos.
Mas, como nem sempre se consegue um bom entendimento e como nem toda a gente possui um conveniente grau de comportamento cívico, é preciso a Justiça para dar o seu a seu dono. E esta deve ser livre, imparcial, ditada por elevados princípios e ser aplicável a todos sem olhar à posição social dos infractores, sem dispensar os políticos ou os detentores do poder económico, apenas considerando as pessoas em si, nas suas responsabilidades.
É esse o exemplo que vem dos países com pessoas mais civilizadas, como mostra exemplo da Islândia e como mostrou há poucos dias uma notícia de julgamento e condenação de políticos na América, e como mostrou o julgamento na Coreia do Sul (ver post http://domirante.blogspot.com/2009/05/sentido-da-honra-e-da-responsabilidade.html ) de dois ex-presidentes que foram condenados à morte por crime de corrupção.
Em Países sem civismo, os políticos governam-se e em vez de governarem o País, e, por seu lado, a Justiça cobre-os com a capa da inocência e nunca os condena.
Caro amigo, a publicação deste post é oportuna para o momento que estamos a viver em Portugal, em que os causadores da grave crise que estamos a atravessar, continuam a deter o Poder e a usá-lo para aumentarem o mal-estar do povo e manter as condições e as causas da crise económica, financeira, social e ética. A injustiça social chegou a um ponto explosivo em que, à mínima centelha, haverá acontecimentos dramáticos.

Um abraço
João
Sempre Jovens