sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Economia financeira vs economia real

Transcrição:

Um canhão no cu
Dinheiro Vivo. 24-08-2012. por Juan José Millás

Este artigo incendiou a Espanha. Publicado a 14 de Agosto na secção de cultura de El Pais, em poucos dias tornou-se a peça mais lida de sempre naquele jornal e além disso teve milhares de acessos no Facebook. O autor é um escritor espanhol comprometido com os anseios do seu povo. Leia também a sua entrevista "Tornámo-nos uma colónia da Alemanha" em Dinheiro Vivo.

Se percebemos bem – e não é fácil, porque somos um bocado tontos –, a economia financeira está para a economia real assim como o senhor feudal está para o servo, como o amo está para o escravo, como a metrópole está para a colónia, como capitalista manchesteriano está para o operário superexplorado. A economia financeira é o inimigo de classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de uma criança num bordel asiático. Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de a teres semeado. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, ainda que vás à merda se baixar. Se o baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que tenhas caído, ainda que não haja nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.

Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta geralmente compra é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspectiva do terrorista financeiro, não é mais do que um tabuleiro de jogos no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.

A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o carácter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país, este no caso, pouco importa, e diz "compro" ou diz "vendo" com a impunidade com que aquele que joga Monopólio compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.

Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno de milhares ou milhões de pessoas que antes de irem para a labuta deixaram no infantário público, onde ainda existem, os seus filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas superprotegidos, é claro, por essa coisa a que temos chamado de Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres são desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.

E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, desviam-se num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro. Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem infantário ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos agora mera mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.

A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com rupturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas acções terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.

A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A actividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.

Aqui alteram o preço das nossas vidas a cada dia sem que ninguém resolva o problema, pior, enviando as forças da ordem contra quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as forças da ordem empenham-se a fundo na protecção desse filho da puta que te vendeu, por meio de um roubo autorizado, um produto financeiro, ou seja, um objecto irreal no qual tu investiste as poupanças reais de toda a tua vida. O grande porco vendeu-lhe fumaça com o amparo das leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.

Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e facturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passe a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do seu sequestrado.

Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

O original encontra-se em El País
e a tradução em  Dinheiro Vivo   (foram efectuadas pequenas alterações)
em Resistir
em Movimento Novos Rurais

NOTA: Há uma grande diferença entre o feudalismo agrário e o financeiro. No agrário, o «senhor da terra» tinha consciência da importância das pessoas que, como mão de obra, deviam ser alimentadas e ter saúde para produzir, enquanto no financeiro, as pessoas não contam senão como ferramentas que produzem onde se vão tirar impostos e, de quando em quando, exigir o voto, com promessas desleais, e que perdem interesse logo que deixam de produzir.

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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Utilizar a troika para moralizar o País

A crise, segundo os termos do primeiro-ministro, oferece oportunidades de aprendizagem para a gestão da vida nos seus vários aspectos. Diz um pensador que se deve lutar porque, embora quem lute possa perder, quem não luta está perdido. E deve evitar-se o silêncio pois como dizia um filósofo «o que preocupa não é o grito dos maus! É o silêncio dos bons».

Assentes nesta filosofia de vida e atendendo a que os governantes acatam as recomendações das instituições representadas na troika os Médicos denunciam à "troika" nomeações partidárias para agrupamentos de saúde, certamente na esperança de por esse meio se contribuir moralizar a vida nacional e revitalizar princípios e valores éticos que têm sido esquecidos. Segundo esta notícia «As polémicas nomeações dos novos directores executivos dos agrupamentos dos centros de saúde (ACES) da região Norte, cujos currículos profissionais têm sido fortemente contestados pelas estruturas dos sectores da saúde, já chegaram ao conhecimento da troika.»

Os abusos desta natureza, antidemocráticos, sobrepondo à justiça nacional o amiguismo e compadrio, parecem demasiado generalizados, como aqui se referiu em 15-07-2012 e em 25-08-2012.

É bom que as pessoas denunciem, reclamem, aproveitando as oportunidades dadas pela crise para regenerar as virtudes que andam esquecidas e recuperar os valores de patriotismo para tornar Portugal igual aos melhores da Europa.

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Concurso fantasioso

Tem sido aqui referido que o amiguismo se evita com concursos públicos, com especificações não direccionadas a um «boy» ou «girl» do clã, sendo as propostas recebidas seladas e abertas por um júri imparcial e idóneo, para que os resultados mereçam credibilidade e não originem polémica. Todos nós, a começar por governantes, autarcas, e responsáveis por organismos públicos devemos, sempre, procurar contribuir, da melhor forma, para a boa imagem de Portugal perante os cidadãos em geral e perante o exterior. E tais concursos servem para que todos os cidadãos tenham igualdade de oportunidades e que o Estado seja bem servido por poder escolher aquilo que tem de melhor, com mais mérito.

Mas parece haver pessoas sem idoneidade em cargos de responsabilidade que partem da hipótese de que todos são estúpidos menos elas e procuram camuflar o amiguismo com simulações de concursos, eivadas de falácias, fantasias e fantochadas, acabando por criar situações de faz-de-conta, de «gato escondido com rabo de fora»

A notícia IEFP divulga oferta de emprego com nome de possível vencedor (para ler a notícia basta fazer clic neste título) refere um caso gritante que espantosamente é considerado «perfeitamente normal» por uma responsável.

Transcreve-se um parágrafo:

«“Outros conhecimentos: só a admitir a Vera Pereira”. Esta referência era visível até à manhã de hoje numa oferta de emprego para educador de infância publicada no site do Instituto do Emprego e Formação Profissional. A directora de comunicação do instituto, Fátima Cerqueira, reconhece a existência de um “lapso registado no procedimento” mas afirma que “a situação identificada é perfeitamente normal”».

Isto, por mais que se queira esconder, foi uma nódoa na imagem do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional. Será que o autor deste caso fica imune e impune? Quem vai ser penalizado por esta nódoa? Como reage o Estado a esta sabotagem à imagem que deve ser de moralidade, verdade, transparência, num momento em que tandos portugueses têm o futuro dependente do IEFP?

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Portas, combustíveis, ontem e hoje ?

Entretanto, mudaram as moscas, mas o que melhorou???

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O futuro imprevisível da UE

Através de análise imparcial, o Professor João César das Neves, na sua crónica o futuro da União, cula leitura se aconselha, mostra a persistente capacidade de sobrevivência da União Europeia, apesar de ter sido criada sem bases sólidas por «integrar, económica e politicamente, tantos países com leis, hábitos, culturas e propósitos tão diferentes» o que «é, realmente, uma impossibilidade histórica». Mesmo assim, tem-se mantido com a bandeira erguida.

Já resistiu e ultrapassou a várias crises que cita: em 1963, o veto de De Gaulle; em 1973, a crise do petróleo; em 1984 "rebate" de Thatcher; em 1993, a crise do sistema monetário europeu; em 2000, as sanções contra a Áustria; em 2003, o desacordo na invasão do Iraque; em 2005 a rejeição da Constituição. «Em todos estes momentos, e muitos outros, se falou do fim da Europa. E com razão. Mas ela ainda dura. A dramática situação desde 2010 constituirá mais um dos episódios a juntar à longa lista. Se a Europa sobreviver, claro.»

A dúvida não pode ser ignorada. E se a UE pode sobreviver durante muitos mais anos, também pode ser derrubada por um clic ocasional na sempre imprevisível natureza humana dominada por pânico ou medo excessivo e incontrolado. O autor lembra que «ninguém entra em pânico com aviso prévio. O terror é algo repentino, imprevisto, inopinado.»

Planear é prever e nisto não podem ser ignorados sinais significativos. Recordemos Camões que na estrofe 89 do Canto Oitavo dos Lusíadas citou "Nunca louvarei o capitão que diga «não cuide".

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sábado, 25 de agosto de 2012

Tachos em família

Ana Manso ex-deputada do PSD e presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, requereu, a 28 de dezembro de 2011 (15 dias depois de ter tomado posse), a transferência do marido (Francisco Manso) da ULS de Castelo Branco para Guarda e, logo depois de a cedência ter sido aprovada pelo Ministério da Saúde, nomeou-o para auditor interno das contas do organismo a que preside.

Ana Manso, na quinta-feira, 9 de Março de 2012, emitiu uma circular interna, onde dá conhecimento da nomeação do administrado hospitalar Francisco Pires Manso, para as funções de auditor interno da ULS/Guarda, por despacho do conselho de administração datado do dia anterior. No dia seguinte o caso foi divulgado por ter sido considerado escandaloso pelo PS.

Curiosamente, não se trata de caso único na estrutura da saúde, pois o médico José Manuel Ramos, cinco meses depois de ter tomado posse, como presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), criou no hospital que dirige «um gabinete de produção», onde colocou a filha, o genro e um amigo, Pedro Xavier, da concelhia do PSD. Este presidente deu-se ao requinte de criar um organismo específico para dar salário a familiares e amigo.

Poerá haver mais casos deste género mas, felizmente, a notícia mais recente mostra que o ministro da Saúde não está virado para dar cobertura a estas explorações do dinheiro público para benefício do amiguismo e Ana Manso despede o marido para evitar a sua própria demissão. Mas não deixaram de passar 5 meses desde a denúncia do PS.

É preciso não hesitar em denunciar o que está errado, pois como dizia o pensador «o que me preocupa não é o grito dos maus! É o silêncio dos bons.»

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ONU observa a Síria da bancada

A ONU (Organização das Nações Unidas) foi fundada em 24 de outubro de 1945, na cidade de São Francisco (Califórnia – Estados Unidos), sendo uma organização constituída por governos da maioria dos países do mundo. É a maior organização internacional, cujo objetivo principal é criar e colocar em prática mecanismos que possibilitem a segurança internacional, desenvolvimento econômico, definição de leis internacionais, respeito aos direitos humanos e o progresso social.

A ONU, em conformidade com o seu objectivo principal não deve ficar sentada como um «treinador de bancada» a confirmar o «aumento dramático» da crise síria. É seu papel evitar as guerras, mas isso não significa, antes pelo contrário, ficar sentada a observar. Deve criar capacidade para fomentar conversações, negociações, com os intervenientes e entre eles, por forma a encontrar solução que evite o sacrifício estúpido de tão grande quantidade de população inocente. Se a solução é a substituição do Chefe de Estado, haja coragem para a pôr em prática. Qual é afinal o poder da ONU que tão cara fica aos contribuintes?

Aplica-se aqui a frase do Mahatma Gandhi: «Quando não se possa escolher senão entre a cobardia e a violência, aconselharei a violência». Mas aqui parece que há soluções entre estes dois extremos.

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Governo assume fracasso

Temos os ouvidos cheios de promessas feitas antes das eleições e durante um ano, sendo mais gritante a do Portal, onde seria de esperar estratégia realista, como todas devem ser por definição, para reconstruir Portugal, na qual o PM prometeu, melíflua e ilusoriamente, que a recessão termina em 2013. O próprio ministro da Economia teve o bom senso de referir a necessidade de ser mais cauteloso quanto a esperanças de recuperação em 2013. Também António Capucho reduziu a afirmação do PM a uma declaração de fé, sem valor de estratégia.

Apesar disso e, mal passadas duas semanas, os números oficiais dizem que a Derrapagem da receita fiscal poderá chegar aos três mil milhões de euros. Estes dados numéricos não saem inesperadamente da máquina do euromilhões ou do totoloto, isto é, traduzem realidades sustentadas que o governo tem obrigação de acompanhar e controlar e ter em atenção sempre que toma qualquer medida mesmo que pareça pouco significativa, porque, no actual estado de debilidade nacional, a mínima medida pode ser muito importante para o resultado final. A promessa do PM não foi uma directiva para o próximo ano, mas sim um grito de alarme para a insanidade do Estado e de quem o está a levar ao «suicídio colectivo». Em vez de perderem tempo em frente de microfones a nada dizer de útil, melhor seria sossegarem a analisar as realidades e procurar corrigi-las. Seria uma tarefe a realizar a sós e também em diálogo com os colaboradores mais válidos, devendo evitar os que apenas dizem aquilo que o chefe gosta de ouvir, para melhorar a sua própria imagem junto deste, desprezando a verdade, que até não conhecerão ou não compreenderão.

A notícia não trouxe surpresa, talvez nem para o PM, pois já há dois meses Vítor Gaspar admitia que o défice orçamental estava em risco de derrapar, o que levanta outo problema que é o de saber porque, entretanto, razão não foram tomadas medidas para corrigir a rota. Qual o sentido de responsabilidade dos governantes. Qual a preocupação de verdade na frase do PM há duas semanas? Se há défice é porque as despesas públicas não foram controladas e contidas nos limites das receitas. Não é preciso ser matemático a usar derivadas, integrais e outras ferramentas sofisticadas, porque basta saber somar e subtrair. Então porque não se reduziram as despesas dispensáveis, com observatórios, fundações, grupos de trabalho, e outras instituições que a opinião geral diz servirem apenas para darem múltiplos salários a filhos e afilhados, ou «boys» do regime. Claro que tais «bocas» são exageradas e não se aplicam a eventuais excepções.

Como disse há poucos dias de forma clara o General Pires Veloso, se os governantes não se enchem de coragem e não aplicam as reformas convenientes para corrigir as injustiças sociais de que o País está a necessitar, poderá acabar por ter de ser o povo a proceder à limpeza do regime, o que trará outros problemas. Os pesticidas e os insecticidas podem ter efeitos colaterais que não se limitam apenas a eliminar os parasitas.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desemprego e recessão

Dados do fim de Julho mostram o agravamento do desemprego desde igual mês do ano anterior, em que o actual Governo já estava em funções. Segundo a notícia Desemprego de licenciados sobe 49,5%, os centros de emprego apresentaram os seguintes números:

- desempregados inscritos: 655 342, aumento de 131 224 (25%),
- jovens licenciados: 74 416, aumento de 24635 (49,5%),
- os inscritos há menos de um ano aumentaram o tempo de permanência 35,4% ,
- o número de desempregados de longa duração subiu 11,2%,
- as ofertas de emprego por satisfazer nos centros de emprego eram 11 417, menos 19%,
- as colocações realizadas ao longo de Julho fixaram-se em 5422, mais 0,4% do que em Julho de 2011

Interessa também ver a notícia Número de professores nos centros de emprego duplica

No entanto, apesar desta situação aterrorizadora, Passos anuncia o fim da recessão em 2013, o que só poderá verificar-se por milagre de medidas altamente inspiradas e adequadas ao problema dramático que se vive. Como não podia deixar de ser, surgiram logo comentários acerados e alguns a camuflar a frase como uma intenção, visando acalmar os espíritos. A crítica com mais crédito por vir de dentro do Governo foi a do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, não está tão seguro como o primeiro-ministro quanto à recuperação económica já em 2013 que justificou o seu pouco entusiasmo, dizendo que “temos de estar atentos à evolução da economia internacional, nomeadamente da economia europeia.” “Há sempre imponderáveis, sempre uma incerteza bastante grande, especialmente quando estamos a viver a maior crise mundial das últimas décadas”. E acrescentou: “De qualquer maneira estamos convictos de que as reformas que já estão no terreno, que as políticas que estão a ser implementadas e que a continuação do ímpeto reformista (…) irão dar os seus frutos”.

São medidas já decididas e experimentadas que o povo precisa de ouvir para ficar informado e poder aderir conscientemente à acção do Governo. Mas, concretamente, os números atrás referidos são demasiado eloquentes para poder permitir ilusões.

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Touradas, contra os direitos dos outros

Na comunicação social, o assunto do dia é touradas e anti-touradas com tentativas de confronto entre os defensores das duas posições antagónicas, ao ponto de a PSP ter de intervir para evitar confronto à porta da arena em Viana do castelo.

Isto faz recordar uma frase de autor não identificado lida há dias: «Quando não defendemos os nossos direitos, perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia» Os aficionados defendem o seu direito de assistir à tourada. Os que se lhes opõem não defendem direitos próprios, mas sim aquilo que pensam ser direitos do touro, o qual, aliás, colabora com vivacidade no espectáculo, em vez de se recusar a sair para a arena, de se deitar ou de se encostar às tábuas.

É difícil descortinar a lógica de tais «boas» pessoas que se arriscam a confrontos por causa dor touros e não pensam em defender os direitos adquiridos dos portugueses, mais carenciados que se vêm saqueados pela máquina do poder central e das autarquias a pretexto de um défice criado pelas más decisões políticas. Nem agem em defesa da crueldade de muitos desportos em que muitos «artistas» morrem em pleno terreno de luta ou ficam deficientes para o resto da vida. Será que pretendem, com a sua intolerância, redimir-se do pecado dos seus antepassados que assistiam com regozijo às torturas da Inquisição? Esses também eram intolerantes para os que pensavam de forma diferente, não lhes reconhecendo o direirto a tal liberdade de pensamento.

Certamente dirão que, a seu tempo, se voltarão para problemas humanos e sociais, mas não se compreende a PRIORIDADE dada aos touros quando há muita gente a sofrer de graves carências que constituem, essas sim, uma tortura continuada e persistentes a seres humanos.

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domingo, 19 de agosto de 2012

Álcool é um perigo... mal calculado

Transcrição de notícia seguida de NOTA:

Portugal no pódio do consumo de álcool
Jornal de Notícias 18-08-2012. Publicado às 00.00

Apesar dos números revelarem uma ligeira queda face aos últimos anos, Portugal mantém-se no pódio dos maiores consumidores de álcool do Mundo - 12,2 gramas per capita, a apenas uma décima de grama da França e empatado com a Áustria (números da OCDE). E há ainda a agravante de as estatísticas não incluírem o vinho produzido para consumo próprio.

Sermos produtores de muitos e bons vinhos não justifica tudo. Socialmente, o álcool continua a ser um passaporte para um estilo "descontraído" e recebe um consentimento benevolente dentro das famílias e instituições.

O crescimento das bebedeiras selvagens (botellón) aos fins de semana entre os jovens mostra como as coisas estão a piorar ainda mais. Questão: quem paga a fatura? Que consequências físicas e sociais? Eis uma chaga que nenhum Governo consegue sarar.


NOTA.
Para fazer face a estes perigos e a outros, que são muitos, é preciso ensinar as crianças desde a mais tenra idade. Hoje, desde há quatro décadas, as crianças crescem sem ninguém se sentir responsabilizado pela sua e educação moral e cívica e da sua formação como adultos ou cidadãos. Nos primeiros três quartos do século passado, os pais, principalmente a mãe orientavam os filhos ajudando-os a ser adultos responsáveis, cautelosos, respeitadores dos outros, principalmente de crianças, idosos e deficientes, havia também nas escolas disciplinas orientadoras para a mesma finalidade, e havia uma organização juvenil que ocupava 6 horas por semana em desportos, actividades, culturais, artísticas e de utilidade, como os primeiros socorros, etc. Há, porém, que ter o cuidado de na criação de organizações infantis evitar tendências de restringir as pessoas a visões sectárias ou partidárias da vida, sendo conveniente que elas tenham capacidade de observar as situações por todos os ângulos, numa óptica a favor da colectividade, da sociedade nacional e da humanidade, sem preconceitos.

Porque não se ensina a utilização real das contas de somar e subtrair? São elas que ajudam a evitar os défices. Porque se não sensibiliza para a necessidade da precaução, nos deportos e na condução, como em tudo na vida. O risco existe em todo o lado e todas as actividades e é preciso saber calcular até onde podemos ir sem cair em perigos indesejados, sem prejudicar os direitos dos outros. O consumo do álcool, de outros produtos menos saudáveis e de alimentação desajustada cria deficiências de saúde por vezes fatais. Mas há muitos outros perigos na vida quotidiana.

E porque não referir os acidentes nas estradas? Aí não é só o álcool, mas também a falta de civismo, de respeito pelos outros (no próprio carro e nos outros) que muitas vezes são vítimas de actos de autêntica loucura. E a lei? Porque não condena por homicídio por negligência (ou outra adjectivação) os causadores de acidentes de que resultam mortos?

A nossa sociedade precisa de «uma excelentíssima e reverendíssima reforma» como disse Lutero. Mas não se pode esperar que saia da iniciativa dos populares. É preciso vir dos mais altos escalões com medidas gerais e com o exemplo.

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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Filhos Da Pátria

Transcrição seguida de NOTA:

Filharada portuguesa
Por Fernando Dacosta, publicado no Ionline em 16 Ago 2012 - 03:00

Há dias, um banqueiro tornou pública a soberba do ministro das Finanças ao adoptar o inglês como “língua de trabalho” no seu reino de secos e molhados. Esse banqueiro, Fernando Ulrich, abespinhou-se por Vítor Gaspar impor tal idioma aos que conferenciem com ele – isto é, portugueses a tratar, em território nacional (o Terreiro do Paço ainda o é), de assuntos portugueses.

Houve já, e por atitudes assim, quem entrasse de chamar “Nuno Álvares Pereira da Contabilidade” àquele (por iluminado) dirigente. Inapropriadamente, porém: a igreja do Condestável era a do catolicismo, a do ministro é a do cifrão; a bíblia de D. Nuno era a do Vaticano, a do dr. Gaspar é a de Bruxelas; a trindade venerada pelo santo era a celestial, a do contabilista é a troika.

Na sanha de aspergir a Pátria, o titular da sua pasta (pasta, massa, dinheiro) tomou como hissope uma calculadora que não regista valores de cultura, de história, de civilização de que a língua portuguesa é símbolo vivo. O menosprezo por ela fez-se-nos, aliás, uma constante: cantores cantam em inglês, romancistas romanceiam em francês, universidades cursam em americano, etc., num inqualificável atentado à nossa identidade.

A propósito de identidade, recordo amiúde o presidente Giscard da França que, ao visitar Portugal, nos deu uma bela bofetada de luva branca: quando, na conferência de imprensa de despedida, patuscos do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da imprensa lhe falaram em inglês, ele interrompeu, sarcástico, pedindo aos intérpretes o favor de traduzirem o que se dizia para português e francês, as línguas dos países ali afirmados – não a Grã-Bretanha.

Gaspar e afins jamais perceberão ninharias destas. Que bela filharada tens, Portugal!

NOTA: Abençoada Pátria que tem sobrevivido com tais Filhos De Portugal!!!

Ele parece agir em função das ordens de Bruxelas que interpreta conforme os manuais por que estudou em inglês, ficando à margem de Portugal que, para ele, não passa de uma virtualidade de frios números que não lhe conseguem dar ideia das realidades que afligem a maior parte dos portugueses, com o desemprego a crescer, a economia a estiolar, como se vê pelo número de empresas encerradas e pela redução do consumo de gasóleo, entre outros sinais.

Tem sido um esforço hercúleo e inútil procurar-se compreender qual o benefício que resultou para Portugal dos sacrifícios, sofrimentos e dores que têm sido infligidos à maior parte dos portugueses (exceptuam-se os que vivem à volta do Poder eleito e do Poder real (bancos, grandes empresários e grandes especuladores).

Quanto às dúvidas acerca do seu desempenho, não deve ter sido por acaso a notícia de 29-01-2012 Cavaquistas defendem saída de Vítor Gaspar do Governo.

Em 22-06-2012 outra notícia Vítor Gaspar admite que défice orçamental está em risco de derrapar demonstra que o sacrifício da maioria dos portugueses (os do costume), ao fim de um ano não tinha mostrado sinais de ter sido útil e eficaz. O agravamento de uma doença não é animador para quem deseja a sua cura.

O seu distanciamento em relação às realidades da vida dos portugueses ficou explícito na notícia de 22-04-2012 Vítor Gaspar preocupado com desemprego em que se mostrou surpreendido por o desemprego ter sido muito superior aquele que tinha previsto. E em 09-05-2012, sentiu necessidade de afirmar Vítor Gaspar: “Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio”, talvez por sentir que os cidadãos tinham dúvidas sobre as suas verdades.

Entretanto notícia de 14-08-2012 diz Taxa de desemprego com novo máximo de 15 no segundo trimestre e, a reforçar as provas da quebra da economia, a notícia Venda de gasóleo cai quase 10% no primeiro semestre de 2012,e a notícia de 08-04-2012, 17 falências por dia em Portugal.

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Que se «lixem» as eleições!!!

Se os eleitores estivessem informados e pensassem sem paixões nem palpites irreais, diriam «que se ‘lixem’ as eleições».

É sempre difícil argumentar com a prata da casa, por haver muitos preconceitos, emoções e paixões, muitas vezes condicionados por posições tomadas há quase 40 anos, ou pela cor dos olhos de um líder, ou o que já é menos criticável, pelas promessas e os objectivos anunciados pelos líderes dos partidos. Mas depois do acto eleitoral caducam os prazos de validade das promessas e dos objectivos e acontece que os governantes são iguais aos anteriores ou mesmo piores.

É isto que os franceses estão a concluir, segundo a tónica da notícia Hollande, um "Presidente normal" abaixo das expectativas. Prometer é fácil, ter ideias fantásticas é só questão de ter bons técnicos de marketing, mas depois é inevitável cair nas realidades, onde as pressões dos autênticos donos do poder (não eleitos, mas reais) condicionam cada passo dos governantes.

Ora então para que servem as eleições, precedidas de brutais despesas em campanhas em que até visitam os locais menos habitados e as populações mais desfavorecidas, aquelas de que os governantes nunca mais se lembram?

Em vez de tantas despesas e incómodos, e tendo em vista os resultados concretizados, não apenas no caso de Hollande, parece (com ironia!) que será de mandar «lixar» as eleições e fazer um sorteio de moeda ao ar com as TVs a mostrar aos cidadãos a seriedade do acto. Para isenção, em cada operação, a moeda deverá ser lançada por máquina selada e, para escolher um dos dois candidatos, deve haver três lançamentos e o vencedor será o que tiver melhor resultado. Isto, como no futebol, por jogos a dois, até ao jogo final. Ou em alternativa à moeda, pode ser usada uma máquina do tipo totoloto ou euromilhões.

Como é costume dizer-se, salvo eventuais excepções, eles são todos iguais.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

História da Rã

Transcrição de história muito esclarecedora da sociedade actual

HISTÓRIA DA RÃ (que não sabia que estava sendo cozida)

Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada, tranquilamente, uma pequena rã. Um pequeno fogo é aceso por baixo da panela, e a água aquece muito lentamente. (Fiquem vendo: se a água aquece muito lentamente, a rã não se apercebe de nada!)
Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar. A temperatura da água continua subindo...
Agora, a água está quente mais do que a rã pode apreciar; ela se sente um pouco cansada, mas, não obstante isso, não se amedronta.
Agora, a água está realmente quente, e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada; então, suporta e não faz nada.
A temperatura continua a subir, até quando a rã acaba simplesmente cozida e morta.br /> Se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 graus, ela, com um golpe de pernas, teria pulado imediatamente para fora da panela.

Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, reação alguma, oposição alguma, ou, alguma revolta. Os «donos do mundo» conhecem este fenómeno e nada nos acontece por acaso.
Se nós olharmos para o que tem acontecido em nossa sociedade, desde há algumas décadas, podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver, para a qual nós nos estamos acostumando.
Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar 20, 30 ou 40 anos atrás, foram pouco a pouco banalizadas e, hoje, apenas incomodam ou deixam mesmo completamente indiferente a maior parte das pessoas.
Em nome do progresso, da ciência e do lucro, são efectuados ataques contínuos às liberdades individuais, à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver; levados a cabo lenta mas inexoravelmente, com a constante cumplicidade das vítimas, desavisadas e, agora, incapazes de se defenderem.
As previsões para o nosso futuro, em vez de despertar reações e medidas preventivas, não fazem outra coisa a não ser a de preparar psicologicamente as pessoas a aceitarem algumas condições de vida decadentes, aliás, dramáticas.
O martelar contínuo de informações, pela mídia, satura os cérebros, que não podem mais distinguir as coisas... Quando eu falei pela primeira vez destas coisas, era para um amanhã. Agora, é para hoje!!!

Consciência, ou cozido, precisa escolher!
Então, se você não está, como a rã, já meio cozido, dê um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais.
NÓS JÁ ESTAMOS MEIO COZIDOS?OU NÃO?

Imagem de Arca do Conhecimento onde o artigo foi publicado em 04-08-2009, por Maria José Rezende.

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Passos não se está a «lixar» !!!

Afinal, Passos, no discurso na abertura do «pontal», já contradiz o desabafo «que se lixem as eleições» e iniciou o ciclo de promessas que tem sido a tática vulgar na segunda parte dos mandatos, que serve para conquistar a confiança dos eleitores e somar votos. Diz que tem programa para quatro anos e a "ambição" de o renovar e anuncia o fim da recessão em 2013.

Também promete "combate sem tréguas" à evasão fiscal o que será uma boa medida que beneficiará os pequenos contribuintes sem hipótese de cometerem tais crimes mas que, para ser concretizada com eficácia honesta, exige ao governo uma coragem excepcional, até porque nele parece haver quem tenha apoiado evasores.

Não faltam promessas suas desde 2010 que, depois, foram colocadas de lado como se pode ver no vídeo.

Mas, logo que fez o seu discurso, apareceram reacções de que se extrai:

O discurso está “longe da realidade” e, embora tenha reconhecido que falhou, “insistiu na mesma receita do custe o que custar”. “Mas custe o que custar o quê? Quantos desempregados? Quantas falências? Que resposta é que o primeiro-ministro hoje deu aos desempregados e aos empresários em dificuldades? A receita do custe o que custar falhou e o primeiro-ministro deve reconhecê-lo e mudar de rumo”

Passos "procurou justificar o estampanço da sua política", num discurso "de costas voltadas para o país". O estampanço da sua política, está bem revelado no aumento do desemprego, no aumento da recessão e, na destruição de milhares de empresas".

Não devemos ser pessimistas porque o pessimismo, tal como o optimismo quando exagerados e sem fundamentos seguros, são doentios e devem ser evitados. Devemos ter esperança, mas procurando estar bem informados para não acontecer como ao rebanho que pensa estar a ser conduzido a pastagem mas que na realidade está a ser levado para o abate. Nem devemos fazer como a rã confiante que estava na panela e não reagiu quando a água começou a aquecer e quando o quis fazer já não tinha possibilidade.

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Economia está a Recuperar !!!

É bom para a nossa tranquilidade, ou para redução da ansiedade e do temor pelo futuro, dar realce a boas notícias que surjam na Comunicação Social. É o caso de Porto de Leixões atinge novo recorde mensal de contentores em Julho, em que consta ter-se verifica, neste mês, um crescimento de 28% em termos homólogos face a 2011.

Segundo a mesma notícia «as exportações efectuadas através de Leixões “continuam a crescer a bom ritmo com um aumento” até Julho de 16%, destacando-se Angola na lista de principais destinos com um aumento de 27%, em particular na categoria de ferro e aço, que cresceu 53%.

Estes dados são sinais de que a economia parece estar a sair da crise, assim os próximos meses confirmem esta tendência.

Mas, entretanto, a travar o optimismo, outra notícia diz que Venda de gasóleo cai quase 10% no primeiro semestre de 2012, o que pode ser sinal de que as pessoas passaram a ser mais contidas na utilização dos seus veículos, mas também pode significar que a economiaainda está muito parada não havendo necessidade de grandes movimentações de mercadorias.

Convém, estarmos atentos, sem pessimismos doentios mas também sem optimismos exagerados por falta de sustentação segura e continuada.

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domingo, 12 de agosto de 2012

Fundações e manigâncias

Transcrição, para ajudar a compreender a complexidade do problema:

Fundações e o futuro
Por: João Vaz, Redactor Principal

As fundações não podem servir para gastar o dinheiro dos contribuintes, sem controlo.

A artimanha de Armando Vara, que num executivo de Guterres inventou a Fundação para a Prevenção da Segurança Rodoviária para dispor de um saco azul, tornou-se, contudo, exemplo seguido por outros manhosos. De nada serviu que o presidente Sampaio exigisse, na altura, o seu afastamento do governo. Com ou sem cursos na extinta Universidade Independente, Vara e correlativos transformaram uma boa ideia numa manigância.

A fundação e, de forma ampla, a ONG (Organização Não Governamental) têm, no entanto, um grande futuro. Está já desenhado no dia-a-dia das sociedades mais avançadas. O que se vê não é um Estado superpotente, tipo União Soviética, já levado pela carroça do lixo da história. O que se constata é o despontar de novos interlocutores sem os quais os Estados não fazem nada. E isto funciona em muito mais do que na luta pelos Direitos do Homem, a defesa da Mulher contra a violência, as campanhas ambientais ou a protecção dos animais. Tal não significa que o Estado desapareça. Não pode é ser o principal infractor das leis com que era suposto servir as sociedades.

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A crise não justifica tudo

Uma frase em que os políticos devem meditar (faça clic para ler todo o artigo):

A crise grave que vivemos não pode servir de justificação para tudo

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Inocentes? Quem?

Há textos que merecem ser guardados para mais tarde recordar. É o caso do artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso (recebido por e-mails de dois amigos) que estimula a reflexão de pontos de vista sobre a actual situação sem se preocupar com o «politicamente correcto» ou com subserviências, por vezes cáustico e duro, mas com sugestões lógicas e práticas, assim haja coragem dos governantes para as implementarem. Brevemente sentiremos vontade de o voltar a ler.

HÁ ALGUNS INCOMPETENTES, MAS POUCOS INOCENTES
por Miguel Sousa Tavares – no Semanário Expresso.

Como caixa de ressonância daqueles que de quem é porta-voz (tendo há muito deixado de ter voz própria), o presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, veio alinhar-se com os conselhos da troika sobre Portugal: não há outro caminho que não o de seguir a “solução” da austeridade e acelerar as “reformas estruturais” — descer os custos salariais, liberalizar mais ainda os despedimentos e diminuir o alcance do subsídio de desemprego.

Que o trio formado pelo careca, o etíope e o alemão ignorem que em Portugal se está a oferecer 650 euros de ordenado a um engenheiro electrotécnico falando três línguas estrangeiras ou 580 euros a um dentista em horário completo, é mais ou menos compreensível para quem os portugueses são uma abstracção matemática. Mas que um português, colocado nos altos círculos europeus e instalado nos seus hábitos, também ache que um dos nossos problemas principais são os ordenados elevados, já não é admissível. Lembremo-nos disto quando ele por aí vier candidatar-se a Presidente da República.

Durão Barroso é uma espécie de cata-vento da impotência e incompetência dos dirigentes europeus. Todas as semanas ele cheira o vento e vira-se para o lado de onde ele sopra: se os srs. Monti, Draghi, Van Rompuy se mostram vagamente preocupados com o crescimento e o emprego, lá, no alto do edifício europeu, o cata-vento aponta a direcção; se, porém, na semana seguinte, os mesmos senhores mais a srª Merkel repetem que não há vida sem austeridade, recessão e desemprego, o cata-vento vira 180 graus e passa a indicar a direcção oposta. Quando um dia se fizer a triste história destes anos de suicídio europeu, haveremos de perguntar como é que a Europa foi governada e destruída por um clube fechado de irresponsáveis, sem uma direcção, uma ideia, um projecto lógico. Como é que se começou por brincar ao directório castigador para com a Grécia para acabar a fazer implodir tudo em volta. Como é que se conseguiu levar a Lei de Murphy até ao absoluto, fazendo com que tudo o que podia correr mal tivesse corrido mal: o contágio do subprime americano na banca europeia, que era afirmadamente inviável e que estoirou com a Islândia e a Irlanda e colocou a Inglaterra de joelhos; a falência final da Grécia, submetida a um castigo tão exemplar e tão inteligente que só lhe restou a alternativa de negociar com as máfias russas e as Three Gorges chinesas; como é que a tão longamente prevista explosão da bolha imobiliária espanhola acabou por rebentar na cara dos que juravam que a Espanha aguentaria isso e muito mais; como é que as agências de notação, os mercados e a Goldman Sachs puderam livremente atacar a dívida soberana de todos os Estados europeus, excepto a Alemanha, numa estratégia concertada de cerco ao euro, que finalmente tornou toda a Europa insolvente. Ou como é que um pequeno país, como Portugal, experimentou uma receita jamais vista — a de tentar salvar as finanças públicas através da ruína da economia — e que, oh, espanto, produziu o resultado mais provável: arruinou uma coisa e outra. E como é que, no final de tudo isto, as periferias implodiram e só o centro — isto é, a Alemanha e seus satélites — se viu coberto de mercadorias que os seus parceiros europeus não tinham como comprar e atulhado em triliões de euros depositados pelos pobres e desesperados e que lhes puderam servir para comprar tudo, desde as ilhas gregas à água que os portugueses bebiam.

Deixemos os grandes senhores da Europa entregues à sua irrecuperável estupidez e detenhamo-nos sobre o nosso pequeno e infeliz exemplo, que nos serve para perceber que nada aconteceu por acaso, mas sim porque umas vezes a incompetência foi demasiada e outras a inocência foi de menos.

O que podemos nós pensar quando o ex-ministro Teixeira dos Santos ainda consegue jurar que havia um risco sistémico de contágio se não se nacionalizasse aquele covil de bandidos do BPN? Será que todo o restante sistema bancário também assentava na fraude, na evasão fiscal, nos negócios inconfessáveis para amigos, nos bancos-fantasmas em Cabo Verde para esconder dinheiro e toda a restante série de traficâncias que de há muito — de há muito! — se sabia existirem no BPN? E como, com que fundamento, com que ciência, pode continuar a sustentar que a alternativa de encerrar, pura e simplesmente, aquele vão de escada “faria recuar a economia 4%”? Ou que era previsível que a conta da nacionalização para os contribuintes não fosse além dos 700 milhões de euros?

O que poderemos nós pensar quando descobrimos que à despesa declarada e à dívida ocultada pelo dr. Jardim ainda há a somar as facturas escondidas debaixo do tapete, emitidas pelos empreiteiros amigos da “autonomia” e a quem ele prometia conseguir pagar, assim que os ventos de Lisboa lhe soprassem mais favoravelmente?

O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado? Como poderíamos adivinhar que havia uns contratos secretos, escondidos do Tribunal de Contas, em que o Estado garantia aos concessionários das PPP que ganhariam sempre X sem portagens e X+Y com portagens? Mas como poderíamos adivinhá-lo se nos dizem sempre que o Estado tem de recorrer aos serviços de escritórios privados de advocacia (sempre os mesmos), porque, entre os milhares de juristas dos quadros públicos, não há uma meia dúzia que consiga redigir um contrato em que o Estado não seja sempre comido por parvo?

A troika quer reformas estruturais? Ora, imponha ao Governo que faça uma lei retroactiva — sim, retroactiva — que declare a nulidade e renegociação de todos os contratos celebrados pelo Estado com privados em que seja manifesto e reconhecido pelo Tribunal de Contas que só o Estado assumiu riscos, encaixou prejuízos sem correspondência com o negócio e fez figura de anjinho. A Constituição não deixa? Ok, estabeleça-se um imposto extraordinário de 99,9% sobre os lucros excessivos dos contratos de PPP ou outros celebrados com o Estado. Eu conheço vários.

Quer outra reforma, não sei se estrutural ou conjuntural, mas, pelo menos, moral? Obrigue os bancos a aplicarem todo o dinheiro que vão buscar ao BCE a 1% de juros no financiamento da economia e das empresas viáveis e não em autocapitalização, para taparem os buracos dos negócios de favor e de influência que andaram a financiar aos grupos amigos.

Mais uma? Escrevam uma lei que estabeleça que todas as empresas de construção civil, que estão paradas por falta de obras e a despedir às dezenas de milhares, se possam dedicar à recuperação e remodelação do património urbano, público ou privado, pagando 0% de IRC nessas obras. Bruxelas não deixa? Deixa a Holanda ter um IRC que atrai para lá a sede das nossas empresas do PSI-20, mas não nos deixa baixar parte dos impostos às nossas empresas, numa situação de emergência? OK, Bruxelas que mande então fechar as empresas e despedir os trabalhadores. Cumpra-se a lei!

Outra? Proíbam as privatizações feitas segundo o modelo em moda, que consiste em privatizar a parte das empresas que dá lucro e deixar as “imparidades” a cargo do Estado: quem quiser comprar leva tudo ou não leva nada. E, já agora, que a operação financeira seja obrigatoriamente conduzida pela Caixa Geral de Depósitos (não é para isso que temos um banco público, por enquanto?). O quê, a Caixa não tem vocação ou aptidão para isso? Não me digam! Então, os administradores são pagos como privados, fazem negócios com os grandes grupos privados, até compram acções dos bancos privados e não são capazes de fazer o que os privados fazem? E, quanto à engenharia jurídica, atenta a reiterada falta de vocação e de aptidão dos serviços contratados em outsourcing para defenderem os interesses do cliente Estado, a troika que nos mande uma equipa de juristas para ensinar como se faz.

Tenho muitas mais ideias, algumas tão ingénuas como estas, mas nenhumas tão prejudiciais como aquelas com que nos têm governado. A próxima vez que o careca, o etíope e o alemão cá vierem, estou disponível para tomar um cafezinho com eles no Ritz. Pago eu, porque não tenho dinheiro para os juros que eles cobram se lhes ficar a dever.


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sábado, 11 de agosto de 2012

Compadrio na estrutura da saúde ?

Quando, em meado de Julho, surgiu a notícia Administrador dá emprego à família parecia que se tratava de uma distracção de um alto quadro da estrutura de saúde recentemente nomeado e o caso foi referido no post Mais obesidade para empregar família como um alerta para o ministro controlar melhor os aumentos de despesa e a moralização de um sector de tanta responsabilidade para manter uma boa imagem junto da população e merecer dela a maior confiança.

Agora, aparece a notícia que se transcreve que faz recear que o sistema de clientelismo, compadrio e amiguismo esteja a infectar, de forma mais grave do que era de recear, a estrutura da saúde. Eis a transcrição da notícia do PÚBLICO:

Sindicato dos Médicos do Norte acusa ministro de "tráfico de influência”
Público. 10.08.2012 - 19:45 Por Lusa

Sindicato diz que está em causa a democracia

O Sindicato de Médicos do Norte acusou nesta sexta-feira o ministro da Saúde, Paulo Macedo, de cometer “tráfico de influências” a propósito da nomeação de novos directores nos Centros de Saúde da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

Em comunicado, o Sindicato de Médicos do Norte (SMN) diz que “nunca” a “promiscuidade” e “apropriação dum serviço público pelo clientelismo partidário” foi tão longe.

O sindicato refere-se às três primeiras nomeações de novos directores dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da ARS do Norte, publicadas em Diário da República na passada quarta-feira.

“O despudor, a irresponsabilidade e os inequívocos sinais de tráfico de influências que agridem e minam o Estado de Direito bateram no fundo”, acrescenta o sindicato, acusando os dirigentes de estarem a transformar “os serviços públicos pelos quais são transitoriamente responsáveis em agências dos seus próprios interesses e do seu grupo de influência”.

“São indignos dos cargos que ocupam e da confiança que neles foi depositada para gerirem um património precioso que é de todos os cidadãos”, lamenta o SMN. O sindicato classifica de “escandalosas” e “levianas” as propostas do presidente da ARS do Norte, que dizem vir “quase exclusivamente de estruturas partidárias, de gente estranha ao sector, sem experiência, currículo e perfil para o cargo”.

O Sindicato avisou que a “qualidade de vida em sociedade e da própria democracia” está a ser posta “em causa”, recordando que o Serviço Nacional de Saúde ainda há “poucos anos foi classificado como um dos melhores do mundo”, atingindo níveis de desempenho extraordinários.

Em declarações à Lusa, fonte da ARS do Norte disse que “não têm mais nada a acrescentar” ao que já foi dito no passado.

Há alguns dias, o presidente da ARS, Castanheira Nunes, já havia dito que respeitava a “opinião institucional do Sindicato dos Médicos do Norte”, mas que era certo que a “adequação da gestão dos Agrupamentos de Centros de Saúde à prestação dos cuidados de Saúde” era garantida pelos Conselhos Clínicos de cada um, "presididos obrigatoriamente por um médico e com vogais representantes das demais categorias de profissionais de saúde”.

Sobre as críticas feitas ao facto de não serem médicos, a ARS recorda que de um total de “21 directores dos Agrupamentos dos Centros de Saúde da ARS Norte, há seis que não são médicos ou não estavam área da saúde.

A Ordem dos Médicos do Norte já tinha manifestado a sua “preocupação” com as recentes nomeações dos directores executivos dos ACES, alertando serem pessoas com “total ausência de experiência” na área.


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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Próxima Guerra Mundial. Sinais de perigo

A situação na Síria, além do grande número de vítimas e do elevado grau de destruições e das condições de vida de muita gente – Três milhões de sírios precisam de ajuda alimentar imediata - está a assumir proporções internacionais que podem configurar um conflito de notáveis alterações no equilíbrio de poderes ao mais alto nível da estratégia mundial. No ponto em que se encontram as discordâncias entre os membros do Conselho de Segurança da ONU – Assembleia Geral da ONU condena impotência do Conselho de Segurança - e as notícias das posições explícitas e as dúvidas quanto a outras ainda ocultas, fica-se com a noção de que tudo pode acontecer, bastando uma centelha que «faça arder a seara».

A gravidade da situação interna levou a Cruz Vermelha Internacional a dizer que Síria está em guerra civil.

Embora o regime tenha o apoio confessado de grandes potências – Rússia e China vetam resolução sobre a Síria na ONU, Rússia garante que não discute planos para Síria pós-Assad - e o vizinho relativamente próximo Teerão diz que não deixa cair Assad, os rebeldes continuam a levar a cabo acções de grande efeito como a quantidade de militares sírios mortos num só dia e o ataque que em meados de Julho visou a célula de comando de crise de Assad e abateu várias figuras gradas da equipa de Assad.

Por outro lado, há figuras sírias proeminentes que estão a desertar, o que contribui para colocar mais esperanças de vitória do lado dos revoltosos - Primeiro-ministro sírio desertou para ser "um soldado da oposição", Mais um general e outros oficiais sírios desertaram para a Turquia, Primeiro cosmonauta sírio refugia-se na Turquia – e Diplomata sírio desertor diz que Assad não hesitará em usar armas químicas.

Tendo sido declarados os apoios ao regime por Rússia, China e Irão, estão por esclarecer os apoios aos rebeldes. Qual será a posição dos Estados Unidos, e de Israel? Qualquer Governo, para não criar antecedentes indesejados, é tentado a defender as entidades que estão legitimamente no poder e, portanto, não é cómodo confessar o apoio a revoltosos a não ser em casos demasiado escandalosos em termos de interesses internacionais, da estratégia de poderes mundiais.

Mas mesmo ocultos, tais poderes não estão distraídos e quando surgir um sinal mais significativo será ultrapassado o ponto de não retorno. E, então, será mais uma Guerra Mundial, com mais crise, mais sacrifícios em vidas e património e, a seguir, surgirá uma nova estrutura e hierarquia do poder mundial. Incógnitas, dúvidas, incertezas, angústias, que seriam evitadas se o Conselho de Segurança conseguisse funcionar pelo diálogo, pelas conversações e negociações entre os que fazem parte de mal entendidos, de atritos, que podem levar a conflito mais musculado.

E, neste caso actual, não pode ser negligenciado o facto de esta ebulição estar a ocorrer no Médio Oriente, próximo do Golfo Pérsico, a área geográfica de maior produção de petróleo, produto que tem estado, desde há muitas décadas, ligado aos maiores problemas mundiais.

O que é dramático e desumano é que o sofrimento da população síria não constitui grande preocupação para as potências mundiais. Nenhum jogador de futebol pensa na dor da relva que por ele é pisada, mas sim na vitória desejada.

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

GNR foi anjo da Guarda

O pessoal da Guarda Nacional Republicana através do seu programa «Idosos em Segurança», sabe ser o anjo da Guarda de pessoas em condições extremas, como se pode verificar na notícia que se transcreve.

GNR ajuda idoso que vivia na miséria
Correio da Manhã. 08-08-2012. 1h00 Por: P.G.

Um idoso de 79 anos que vivia num monte devoluto, em Vales Mortes, Serpa, em "condições de higiene e saúde degradantes" há mais de dez anos, foi ajudado pelos militares da GNR, no âmbito do programa ‘Idosos em Segurança’, que o acolheram no próprio posto, no passado dia 31 de Julho e cuidaram da sua higiene e alimentação no posto de Serpa até haver vaga num lar.

Antes, a patrulha levou o homem ao hospital de Serpa para receber tratamento a algumas escoriações, e, por solicitação da autoridade, foi pedido apoio a um lar de Serpa para a alimentação e vestuário. Mas a falta de disponibilidade para acolher o homem levou os militares a optarem por alimentar e cuidar da higiene do idoso no próprio posto.

"Através dos contactos desenvolvidos pela GNR com a Segurança Social foi possível obter uma vaga no lar de Amareleja, em Moura, para onde foi conduzido e onde permanece", disse fonte da autoridade.

Imagem do Correio da Manhã

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domingo, 5 de agosto de 2012

Os bancos e a sociedade

Horta Osório, o banqueiro português mais internacional, em entrevista ao Diário de Notícias diz que "Há um contrato mútuo entre a sociedade e a banca, porque a sociedade apoiou a banca e a banca agora deve apoiar a sociedade e as empresas através da concessão de crédito às empresas saudáveis e aos projetos viáveis, de maneira a estimular a economia."

Afirma que "os bancos têm que ter à frente as pessoas mais capazes, com altos valores éticos e que liderem pelo exemplo" e que, para "uma economia ser forte, tem que ter um sistema bancário que apoie com crédito as empresas e proteja os depositantes, transferindo as poupanças para bons projetos de investimento".

Imagem do DN

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sábado, 4 de agosto de 2012

Poema para o PM

CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO (DO QUE RESTA) DE PORTUGAL

Oh Senhor “Nosso” PRIMEIRO!
Diz-se agora à boca cheia
Que um “tal” de engenheiro,
Que deu o “salto” p´ra França,
Lhe deixou como HERANÇA,
Um País qu´é um vespeiro,
Na mais completa astenia
E só preso por um triz!

Enquanto ele, em Paris,
Caçoando da pobreza
E de toda a tropelia
Feita à gente portuguesa,
Vive à “grande e à francesa”
Entregue à Filosofia
Do…”manso é a tua tia”….
Com champagne sobre a mesa!

E agora oh “Nosso” PRIMEIRO,
P´ró Senhor poder limpar
O esterco qu´ele deixou,
Vai ter que “OS TER NO LUGAR” Para cortar a direito
E levar tudo a eito,
Sem poder tergiversar
Nem contemplar excepções,
Muito menos compadrios.
É tempo de decisões:
Inflexíveis! Sem desvios!
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES !!!

Sem DINHEIRO NÃO HÁ VÍCIOS.
Outrossim há sacrifícios
E os que forem pedidos,
Terão que ser repartidos.

O Senhor é o timoneiro!
Mas porque NÃO TEM DINHEIRO
E o que tem FOI-LHE EMPRESTADO,
A primeira obrigação
É cumprir com devoção
O que ficou acordado
Por escrito e assinado.
Isso não tem discussão:
POBREZINHO, MAS HONRADO!

Depois é seguir em frente,
Sem qualquer hesitação.
Quem é JUSTO E COMPETENTE
Não dá ouvido às vozes
Que nunca bradam ao Céu,
- apesar do escarcéu –
Pois que não passam do chão…

E p´ra que nad´o deprima,
Comece logo a colheita
- à esquerda e à direita –
MAS COMECE-A POR CIMA.
Corte sem vacilação
Seguindo à risca o rifão:
“MAIS PRIMA? MAIS SE LH´ARRIMA”.

Já só se resolve a crise
Causando-lhe hemoptise.

E olhe que o tempo urge
E o Povo nunca s´insurge
Quando lhe falam verdade
E lhe mostram que há justiça.
Qu´a gente é BOA E SUBMISSA!

Caso contrário reclama,
Nem aceita falsidade
Disfarçada d´equidade,
Que o engana e o trama
À pala da Liberdade.

ACABOU-SE O REGABOFE!
Por mais que se filosofe,
Só nos resta UMA SAÍDA:
TEMOS QUE MUDAR DE VIDA!

EIS A 1ª MEDIDA:

1ª - ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

O número de Deputados
É largamente excessivo
E isso não faz sentido.
Então, se NÃO HÁ DINHEIRO,
Reduzam-se a metade
Ou cortem-se os ordenados
Na mesmíssima proporção.
Tal como está é que não!

Representantes (?) do Povo
A viverem ricamente,
Enquanto os Representados
Passam fome?! É INDECENTE!
Por isso oh “Nosso” PRIMEIRO,
Faça favor, NÃO ESQUEÇA:
É POR AQUI QUE COMEÇA!
E já, antes que arrefeça.

2ª – CÂMARAS MUNICIPAIS JUNTAS DE FREGUESIA

Deixe-as ficar como estão
E acaba a contestação.
Mas porque NÃO HÁ DINHEIRO,
Ser autarca, d´ora avante,
Deixa de ser profissão.
Só pode exercer o cargo
Quem tem outro ganha-pão.
Do Governo só terão
Verba pré-estabelecida
Para representação,
Na devida proporção
Do tamanho da autarquia
E sua população.

Enfrente-as de peito aberto!
É que por cá, na autarquia,
Tem sido uma tontaria
A estragação do dinheiro
Em gasóleo e transportes
E demais quinquilharia
P´ra levar ao PREÇO CERTO.
Por falar em Preço Certo…
Ora aqui está um programa
Paupérrimo de conteúdo
E que passa pelo drama
De ter de continuar
Até voltar…. O ESCUDO!

3ª – ASSEMBLEIAS MUNICIPAIS

Se há vereadores nas Câmaras
P´ra resolver os problemas,
P´ra quê aqui deputados?
Dinheiros malbaratados
Fazem falta noutros lados…
Menos um estratagema!...

4ª _ EMPRESAS MUNICIPAIS

Só podem continuar
As que se gerem por si,
Com seus próprios capitais.
As outras estão a mais!

5ª – COMO A MAIS HÁ ACESSORES,
DELEGADOS, CONSULTORES,
INSTITUTOS, FUNDAÇÕES,
AUTOMÓVEIS, TELEMÓVEIS,
VIAGENS E REFEIÇÕES,
MAIS O ALUGUER D´IMÓVEIS,
MOTORISTAS, SECRETÁRIAS
E NOMEAÇÕES SECTÁRIAS

Só para satisfazer
As cliques partidárias?!...

Oh Senhor “Nosso” PRIMEIRO:
Fale lá com o seu Parceiro,
Depois “puxe” p´los galões
P´ra acabar co´este atoleiro
Que sorve muitos milhões,
Qu´o “está porreiro, pá”
Nos deixou ficar por cá.
E sem comiserações
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES !!!

6ª – CONTRATOS COM AS PPP
São para “limpar” de vez

7ª – TAP, METRO, RTP,
CARRIS, TRANSTEJO, CP



Empresas com prejuízo Sempre, sempre acumular,
Deveriam era fechar.
Em vez de pagar “balúrdios”
A gajos, q´inda p´ra mais
Estão sempre a reivindicar.

Qualquer Governo com siso
Terá que os enfrentar
E não ficar indeciso
Quando lhes COMUNICAR
Que ONDE NÃO HÁ DINHEIRO
Não adianta reclamar.
….ou terão qu´ir “bugiar”….

8ª – PARTIDOS

É a hora da verdade!
Deixemo-nos de pruridos.
S´o STADO NÃO TEM DINHEIRO
P´ra pagar os subsídios
Aos seus próprios funcionários;
Nem sequer aos Reformados,
Que são os menos culpados;
Ir depois meter milhões
Nos alforges dos partidos?
! Seria deslealdade!
Até desonestidade!
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES!!!

9ª – BANCO DE PORTUGAL

Activos e Reformados
Com soberbos ordenados?!
Alguns a ganharem mais
Do qu´a Reserva Federal,

Lá nos Estados Unidos,
Paga aos seus empregados…
Então se NÃO HÁ DINHEIROS
E os que há são emprestados,
Como é que isto é possível?
Serão dinheiros roubados?!...

10ª - REFORMAS

Reformulem-se as NORMAS:
- Só aos 67 anos
Ou TOTAL INVALIDEZ –
E só para quem trabalhou
E p´ra elas descontou
Tempo que as justificou.
Fica o tecto em 3 MIL EUROS,
Nunca mais qu´isso POR MÊS.
Seja uma ou sejam três
E seja lá p´ra quem for:
- Diplomata, operário
Engenheiro ou lavrador.

Autarcas e deputados,
Ao cabo dos três mandatos,
Regressam á profissão
E desta se reformarão
Nos prazos reformulados.

Ás malvas as excepções!
Foi por essa e por outras
Qu´o País foi p´ró “galheiro”
E AGORA NÃO TEM DINHEIRO
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES!!!

11ª – DIREITOS (ADQUIRIDOS ?)

Num País qu´stá falido
E pior, hipotecado;
Com um endividamento
Nunca antes igualado;
Que o pão que come à mesa
É com dinheiro emprestado;
Ouvir falar de direitos,
Às greves e às “manifes”
E a outras mandriices,
Deixa-me agoniado!

S´há tanto desempregado…
Gent´a passar privações…
Num País co´s pés p´ra cova,
Esses “democratas” pedem
É qu´ALGUÉM LHES FAÇA A PODA
Sem contemporizações!...
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES!!!

12ª – JÁ´GORA…ENTÃO E DEVERES?!
E QUANTO ÀS OBRIGAÇÕES?!


Isso era antigamente.
Vocifera o sindicato!
Isso eram imposições
Do explorador patronato.

Posto isto, oh “Nosso” PRIMEIRO,
Concatenando e em suma:
- A QUESTÃO É APENAS UMA:
- OU HÁ OU NÃO HÀ DINHEIRO
O resto é coisa nenhuma!

13ª – CRESCIMENTO
Avançar co´este argumento,
Neste preciso momento,
É conversa de jumento
Ou então cavalgadura.
Num País sem contextura,
Que vive na dependura
Da esmola e compaixão;
A um passo da sepultura
Sem dinheiro p´ro caixão;
É mesmo uma aberração!

Na actual conjuntura
Ninguém cá invest´um tostão…
Por fim oh, Senhor PRIMEIRO!
É com toda a humildade,
Que deixo à sua bondade,
Ler as minhas sugestões,
Para que as ajuíze
E, se quiser, utilize.

Como e quando lh´aprouver
E se assim o entender.
Se não todas, uma parte.
Com elas liquida a crise.

Precisa é d´engenho e arte
E da ajuda do PARCEIRO,
Que também é BOM GUERREIRO,
P´ra “CORTAREM” TODO O MAL,
Que nos enleia e gangrena.
É que “TUDO VALE A PENA
SE A ALMA NÃO É PEQUENA”.
ESTÁ EM CAUSA PORTUGAL!

Viçoso Caetano
(O poeta de Fornos de Algodres)
27.07.2012
Exactamente no dia
em que fez 42 anos

Que a OLIVEIRA secou
E o SAL deixou de temperar.
Só o AZAR cá ficou,
Mas esse está para durar!...

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Euromilhões e insensatez nacional

Notícia de relevo de hoje diz que no sorteio do Euromilhões de ontem os portugueses arriscaram mais de 15,5 milhões, o que faz pensar na mentalidade de quem quer resolver a crise queimando o pouco de que dispõe.

Isto demonstra a falta de conhecimentos e de racionalidade dos portugueses. Há poucos anos na TV, o administrador do Casino do Estoril dizia com toda a franqueza e honestidade, ultrapassando o esperado das suas funções, que as pessoas não devem jogar, com doentia esperança de que vão ganhar, pois o ganhador é sempre o Casino. Jogar para diversão com quantidades moderadas que não fazem falta ao essencial da vida, desportivamente, pode ser compreendido, mas jogar com o desejo de enriquecer não é sensato. O cálculo das probabilidades mostra que a possibilidade de se ganhar é muito pequena e aconselha a não se arriscar demasiado.

É certo que uma vez, entre muitas, há um jogador que ganha elevada quantia. Mas, mesmo esse, por falta de preparação e de sensibilidade para analisar a dimensão a gerir, só raramente altera a sua vida. Isto foi demonstrado numa pesquisa feita há anos por um órgão da Comunicação Social em que foi evidenciado que alguns bafejados pela «sorte» passaram a ter uma vida mais preocupada, menos feliz do que anteriormente e houve quem fizesse desaparecer todo o «bolo» rapidamente em futilidades acabando por ficar como antes com o inconveniente de ter de abandonar hábitos de consumo entretanto adquiridos. Não foram encontrados casos de significativas melhorias de vida, de forma sustentada. Faz lembrar o ditado popular «dinheiro mal ganho, a água o dá, a água o leva».

E com tal doentia fé na riqueza (o dinheiro é uma droga) Portugal empobreceu ontem de muitos milhões que foram parar à organização do Euromilhões.

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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Fundações e outros cancros sugam os impostos

Segundo notícias de hoje, Governo quer extinguir até ao final do mês "dezenas de fundações".Tal vontade já tinha sido manifestada há muitos meses. Também agora saiu a notícia de que Há remunerações "chocantes" nas administrações de fundações e também uma outra a dizer que Metade das 190 fundações avaliadas estão abaixo do meio da escala.

È lamentável que depois de mais um ano de Governo ainda não tenha sido feito nada para racionalizar esta situação. Isto mostra a dependência dos governantes em relação aos poderes e interesses pessoais de amigos, coniventes, cúmplices e usurpadores do dinheiro público.

Recordo que Helena Sanches Osório, já falecida, quando directora do jornal A Capital, disse na Televisão que a forma como os governos abusam do nosso dinheiro é um dever fugir aos impostos. Pessoalmente aceito que tenhamos de pagar impostos porque há serviços públicos indispensáveis, cujos custos todos devemos suportar. Mas cada um de nós e todos em conjunto devemos exigir, por qualquer forma, que não haja abusos e que as despesas públicas sejam controladas de forma rigorosa, com honestidade e parcimónia e qualquer erro seja punido e, se a Justiça não funciona para os políticos, então terá de o povo agir como puder em defesa dos interesses nacionais.

A corrupção não se resume a entregar um maço de notas em troca de um favor, mas na troca de favores ou de influências de que pode resultar não haver entre os ex-governantes aqueles que tenham estado ligados ao clã, bando ou matilha alguém que não esteja rico. Já aqui foi referido o ex-Presidente Manuel de Arriaga que não enriqueceu à custa do erário público e pagava do seu bolso despesas que hoje são consideradas encargo público. E não pode deixar de ser referido, no mesmo sentido, o chefe de Governo que esteve em funções cerca de quatro décadas a quem podem ser atribuídos erros, mas não esse.

De que tem estado o Governo à espera para moralizar e racionalizar as despesas do estado cortando as gorduras e reduzindo as burocracias exageradas geradoras de corrupção? Pelo contrário tem criado «observatórios» e comissões onde coloca sem concurso público os «boys» do regime. Parece que, nesse sentido e noutros, temos que concordar com Alberto João Jardim nas suas sugestões de mudança.

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