sábado, 1 de maio de 2010

A crise exige decisões correctas

Para sair da crise não bastam palavras falsamente optimistas, para lançar poeira aos olhos dos cidadãos e adormecer as vontades em vez de as alertar e estimular, como as referidas aqui, da autoria do ministro da Economia em 13 de Outubro de 2006, do primeiro-ministro em 25 de Março de 2008, do ministro das Finanças em 29 de Junho de 2009 e do primeiro-ministro em 17 de Setembro de 2009

A saída da crise não acontecerá por acaso, ou pela ordem natural das coisas, mas sim por decisões correctas que produzam os resultados mais convenientes, para bem dos portugueses. É em momentos difíceis que se evidenciam os valores as qualidades das pessoas com capacidade mas também ressaltam os defeitos e as incompetências que as circunstâncias não deixam permanecer ocultas camufladas pela falsa propaganda e pela conivência dos boys que apenas sabem sugar a seiva de qualquer organismo vivo e fazem-no sem o cuidado de não matar a fonte de receita, a galinha dos ovos de ouro.

Começa por ser necessário moralizar a sociedade política e nisso será de seguir o exemplo referido em «Nos EUA os políticos estão sujeitos à lei geral». Mas no imediato, haverá que tomar medidas semelhantes às que o país vizinho e nosso protector em questões de saúde (maternidades em Badajoz e urgências em Vigo, além de outros locais fronteiriços) que são arrojadas e prometem atingir bons resultados, como diz a notícia «Espanha corta um terço das empresas públicas e 32 altos cargos para poupar gastos».

Embora não de efeitos imediatos é conveniente a reformulação do ensino, adaptando às características nacionais com vista a melhorá-las, seguindo exemplos como o da Finlândia referido em Escola na Finlândia. As pessoas precisam de ser ensinadas a gerir a própria vida, para evitar endividamentos excessivos, tomar as melhores decisões, não se submeterem cegamente aos ditames da moda nem da propaganda mesmo que venha de bancos ou políticos, aparentemente bem intencionados.

Será positivo seguir a eficiência prática e dedicada dos «deputados ingleses», dos «suecos».

Porém, para já, impõe-se uma medida realista, urgente que consiste na ponderação das decisões já sonhadas mas incomportáveis nas circunstâncias actuais e no futuro previsível e que hipotecam insensatamente o futuro dos jovens de hoje, como são as relativas a investimentos desnecessários, supérfluos, de luxo, de ostentação insensata, de fanfarronice, que só beneficiam as empresas construtoras e os bancos que as apoiam. Nisso tem que ser dada razão ao alerta do PR citado na notícia «Presidente diz que "faz sentido reponderar" investimentos com pouca produção e mão-de-obra nacional».

Enfim, a crise tem muitas portas por onde se pode entrar a sério para a eliminar e depois criar uma sociedade mais socialmente justa e que seja geradora de esperança no futuro, confiança entre as pessoas, competência para produzir, inovar e desenvolver honestamente.

Espera-se que o Governo se debruce com muito cuidado e sentido de Estado nas realidades, sem fugas nem desvios dos grandes objectivos nacionais de longo prazo que devem ser bem definidos, com o apoio das forças vivas.

3 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Post muito oprtuno e apontando soluções para nos encaminharmos definitivamente de forma a sair desta crise interna em que vivemos.
O problema grave conforme tenho referido é o "sistema" que foi montado em Portugal e que não permite "correr" com os prevaricadores e corruptos como acontece noutros países (EUA, Suécia, Reino Unido, etc., etc.)
Este "sistema" é próprio de um terceiro mundo e só serve para a manutenção das ditaduras aí existentes! Azar o Nosso... Quando é que o PR dá um murro na mesa???
Um forte e amigo abraço.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Este tema devia merecer alta prioridade nas reflexões dos portugueses sérios e imparciais. Não é qualquer partido que está em perigo, é Portugal que está num elevado risco de falência. Além do texto linkado acerca do PR encontrei agora mais estes: Sócrates garante que investimento previsto no PEC "vai continuar", perante esta teimosia virtual, aparecem pessoas mais sensatas e realistas sem ilusões oníricas Líder do PSD defende auditorias aos "gastos supérfluos" dos gestores públicos, Passos Coelho promete cooperar mas pede "sentido da realidade" ao Governo e Portas vai tentar travar na AR o projecto do TGV.

Enquanto o PR, Passos e Portas olham para o mundo real, sem ilusões, com sensatez, com racionalidade., o PM, pelo contrário, mostra viver de fantasias oníricas e agir sob pressão das virtualidades da especulação. É pena que o País esteja na dependência do poder deste PM demasiado virtual e inseguro, incapaz de se libertar da especulação e de outras pressões (empresas de construção e financeiras, além dos seus cúmplices e coniventes a quem chama amigos) e continuar a avançar num erro que irá, sem dúvida, hipotecar a vida das próximas gerações.

Que pena ele não ser capaz de raciocinar com lógica, liberto de tais pressões. Que pena que todos os portugueses estejam a ser sujeitos às consequências dos erros deste homem e de uma equipa de abúlicos que não têm coragem de lhe gritar que «o rei vai nu», de o fazer acordar para as realidades e as responsabilidades que lhe pesam nos ombros.

Quanto aos custos do capital, é pena que os governantes o vão procurar no estrangeiro e não em certificados de aforro e obrigações do tesouro a um juro um pouco inferior ao que pagam lá fora, e que beneficiaria os poupadores nacionais. Mas, atenção, esta solução não é do agrado dos bancos, porque deixariam de ter tantos depósitos a prazo e porque também ganham menos como intermediários nos empréstimos estrangeiros.

ELES estão todos, salvo eventuais excepções, conluiados, cúmplices, coniventes com estes ataques ao dinheiro dos contribuintes.

Um abraço
João
Saúde e Alimentação

A. João Soares disse...

Sobre o tema deste post, indicam-se links de interesse para uma análise mais abrangente

- Siga a rusga...
- Construção do primeiro troço da alta velocidade assinada no final desta semana
- Presidentes das empresas do PSI-20 receberam 22,6 milhões de euros em 2009
- Cavaco e Sócrates mantêm divergência
- Ainda se lembram do PSD contra o PEC?