terça-feira, 11 de maio de 2010

Desorientação e teimosia

Transcrição do post publicado no blog Sorumbático

Contra-mão
Por Joaquim Letria

Sócrates parece aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.

De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedirem-se, agradecidos, do Constâncio, e já deram a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.

Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.

Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.

Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?!

«24 horas» de 4 Mai 10

NOTA: Governar um País é problema complexo, temos disso a certeza, mas a virtude dos matemáticos é saberem reduzir os problemas à «expressão mais simples» e as regras para controlar o «deve e haver» não são diferentes das utilizadas pelo merceeiro de aldeia à antiga ou do miúdo para gerir a «semanada». Por outro lado, não deixa de ser curioso que os ex-ministros das Finanças, reunidos com o Presidência da República, não tiveram a sinceridade de confessar os seus erros, pois, como disse Alberto João Jardim, foram eles os causadores da actual crise, com o lassismo sucessivo e tolerância de falhas repetidas no sistema nacional da gestão do dinheiro Público. Agora esses senhores, professores doutores universitários sem jeito para observar as realidades e adaptar ao concreto as teorias que decoram nos manuais, vêm aconselhar mais aperto no cinto dos pobres, mas não referem a excessiva fauna que mama abusadoramente no erário, além do necessário. Não aconselham a aplicação de um qualquer simplex à administração de pessoal e de despesas nos mais altos níveis do Estado. E, assim, a crise continuará, pois as causas, as metástases, continuam intactas a corroer o corpo nacional.

2 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Ao conhecer este artigo estive para o postar na Tulha por o achar muito oportuno e com uma ironia extraordinária. É esta linguagem que o Povo compreende!
Mas quando se anda nas estradas contra mão retiram-se as cartas aos condutores mas na política isso,infelizmente, não acontece. O PR devia fazer de autoridade e caçar as cartas a estes "condutores" perigosos para se evitarem mais desastres!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Não faças cerimónia em transcrever. Quando achares que um post merece ser divulgado pega nele e leva-o, mas refere a origem para respeito dos direitos de autor. É aliás o que costumas fazer.

Um abraço
João
Só imagens