A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), o sindicato mais representativo da PSP, entregou na Assembleia da República (AR) uma petição em que exige do Governo o direito à greve por parte dos polícias.
Mas porque razão não hão-de ter ainda esse direito? Os governantes, com muito regozijo, retiraram-lhes todos os direitos que os distinguiam dos funcionários vulgares públicos, e estes têm direito a sindicato e a greve; também os meritíssimos juizes, que até se consideram órgão de soberania, também podem fazer greve. Então qual a razão de os polícias estarem privados dessa forma democrática de luta. Algo está errado nesta lógica que actua como um pau de dois bicos.
Não ensandeci, ao falar assim. Só queria enfatizar a falta de lógica do Governo em fazer restrições aos polícias em nome do bem público mas sem lhes dar qualquer compensação por esses sacrifícios, indo ao extremo de os comparar aos funcionário públicos.
Com efeito, não quero imaginar o que serão as grandes cidades num dia de greve da PSP. Nesse dia os prevaricadores agem impunemente, a qualquer hora, em qualquer local, sem qualquer receio. Realmente, não posso aceitar que a PSP faça greve, mas o Governo não pode imaginar o sofrimento de agentes que se vêm igualados aos «mangas de alpaca», mas a quem em dado momento tudo é exigido. Viu-se há dias na Dinamarca que os polícias estão sempre prontos a entrar em acção para combater os efeitos nefastos de governantes apressados e insensatos. A sua prontidão permite, em caso grave, contar com a sua presença qualquer hora, em qualquer dia, enfrentando riscos que por vezes vão até à perda da vida, o que não acontece a um vulgar funcionário público. Se o Governo não os prestigiar, se os tribunais não derem seguimento ao seu trabalho de fiscalização e repressão da criminalidade.
Não podemos ficar espantados se utilizarem formas irregulares de demonstrarem o seu mal-estar.
Postado por A. João Soares em 5:49
2 comentários:
deprofundis disse...
Apoiado. Uma coisa é certa: sem o direito à greve, as classes profissionais perdem uma parcela fundamental do poder reivindicativo e estão por isso a ser prejudicadas. E das duas uma: ou o Governo compensa essa lacuna ou vai até às últimas consequências e permite todos os mecanismos sindicais.
Por outro lado, a Lei contempla a figura dos serviços mínimos, o que diminuirá a perigosidade da greve dos polícias. É tudo uma questão de se regulamentarem devidamente as coisas.
E o mesmo terá de ser aplicado às Forças Armadas.
20-12-2006 15:00
MRelvas disse...
Os serviços mínimos já foram executados na PSP, sem direito à greve!
A chamada greve de zelo, actuando somente nas chamadas de emergência e não autuando... por aí além!! Sou contra as greves pela possível insubordinação, mas não vejo outra possibilidade perante tal intolerância e vaidosismo imaturo deste Sócrates que ao contrário do outro, só sabe que tudo sabe!
Abraço
MR
21-12-2006 1:02
A Decisão do TEDH (395)
Há 24 minutos
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