segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Festa de Natal tem 4.000 anos

Do Blogue «Filhos de um Deus Menor» extraí as seguintes palavras que me fizeram reviver uma reflexões com certo tempo de amadurecimento.

«A celebração do Natal antecedeu o cristianismo em cerca de 2000 anos. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o «Zagmuk». Originalmente a Igreja não celebrava o nascimento de Jesus. Com o passar do tempo, todavia, os Cristãos começaram a fazer do Natal, uma forma - entre outras - de "ornamentar" a cristianização. No princípio ornamentavam-se árvores (loureiros) verdes com muitas velas para espantar os maus espíritos da escuridão.
E hoje?»

NOTA:
O homem sempre teve necessidade de encontrar explicação para as suas dúvidas acerca de tudo o que o cerca. Criou Deuses, umas vezes autoritários e exigentes, outras vezes amorosos, mas, com frequência, em grande quantidade como ocorreu nas teologias grega e romana. Os filósofos antigos canalizaram esses sentimentos das populações para diversos cultos, facilitando os comportamentos mais civilizados de vivência em sociedade. Com o progresso da história, assiste-se ao aperfeiçoamento das religiões. Como se vê das palavras atrás transcritas a influência astral foi determinante, e as religiões organizavam festas especiais próximas do solstício do Inverno e do Equinócio da Primavera, além de outras menores relacionadas com as sementeiras, as colheitas e outros momentos visíveis da natureza agrícola.
Os filósofos, doutores da lei, que criaram o cristianismo tiveram a inteligência e o cuidado de aproveitar o entusiasmo religioso dos povos da época, e o seu calendário para que a conversão não obrigasse a alterar os costumes ou a criar novas festas em paralelo com as «pagãs» já enraizadas. E, assim, localizaram o nascimento do Redentor nas festas do solstício de Inverno e a sua morte e Ressurreição no primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia depois do equinócio da Primavera. Estes pormenores e a coerência do Antigo Testamento e dos quatro evangelhos do Novo Testamento são merecedores da maior consideração e respeito pela inteligência, racionalidade e sentido prático dos filósofos da época.
Estas palavras poderão chocar muitas pessoas, mas a fé não perde com elas, a não ser em pessoas fanáticas sem a elasticidade suficiente para ir além dos textos preparados pelas autoridades eclesiásticas. A necessidade de Deus é, hoje, muito semelhante à dos gregos e romanos, indianos ou chineses, e , perante a crise moral e social em que o mundo se encontra, ela está mais acrescida. Há, no entanto, a particularidade de a rebeldia e libertinagem afastar muitas pessoas da disciplina rígida dos rituais e levando cada um a ter o seu próprio conceito de Deus, o que não favorece as religiões que exigem actividades de massa, de multidão. Outro mal que ameaça as religiões é o radicalismo de minorias que retiram respeito e credibilidade ao valor de algumas religiões da parte dos seguidores de outros credos.
A crise em que o Mundo está mergulhado afectará também as religiões que, para sobreviverem, terão de se adaptar aos sentimentos da população actual, embora mantendo os dogmas e os conceitos fundamentais.
Postado por A. João Soares em 19:19

4 comentários:
Zé Faria disse...
O homem sempre demontrou a sua necessidade de criar Deuses e Santos Padroeiros, necessidades orientadas por seitas e religiões cristãs ou outras para que todas elas tenham razão de existir.
E em todos os tempos todas elas, as religiões, cristãs ou outras, sempre se preocuparam em acompanhar e agradar os poderes políticos e sociais, injustos ou injustos, ditadores ou democráticos.
As religiões sempre contribuiram para travar o passo ao desenvolvimento e crescimento da justiça social, por sua própria conveniência e sustentabilidade.Veja-se, ouça-se e leia-se mais uma vez as palavras do Papa, as mesmas de todos os tempos, com mais ou menos "posinhos" sagradas, são sempre as mesmas, de honras ao nascimento do Menino Jesus.... E o mundo sempre carregado de Meninos Jesus a morrer da guerra e da fome, e o vaticano carregado de riqueza a apelar à solidariedade, "ao pão dos pobres".
José Faria
25-12-2006 21:47
Alexandra Caracol disse...
É verdade meu amigo.Mais uma vez isto vem ao encontro daquilo que penso e da realidade que verdadeiramente existe.Religiões não são criadas por um Ser Superior mas sim por homens e, como tal, onde existem homens existem guerras, vícios, contendas e tudo o tipo de coisas que precisam de ser moldadas nos caracteres das pessoas.
Deus, Jeová, Alá, e todos os nomes que Lhe possam dar, na sua essência querem dizer o mesmo.As religiões, as igrejas e os grupos sejam religiosos, filosóficos ou de qualquer espécie acabam por sofrer dos mesmo males mais tarde ou mais cedo, pois dele fazem parte seres humanos com defeitos e qualidades.
Costumo dizer em tom de brincadeira que as igrejas são como hospitais; as pessoas vão lá desejando curar o que lhes vai no íntimo e que elas sentem que precisa de evoluir.
O problema da maior parte das pessoas, para não dizer todas, depois de fazerem parte de algum grupo religioso ao não, acabam por ser absorvidas pelo espírito do grupo tendo tendência a perder a capacidade de pensar e de livremente fazer escolhas. O que se festeja hoje no Natal não tem mesmo nada a ver com temas espirituais mas é antes uma miscelânea de usos e costumes idos aos quais se vai juntando novos hábitos provenientes de estratégias publicitárias com o intuito de promover o consumismo.Importante é pois que possamos estar atentos para não nos deixarmos levar como cordeirinhos atrás do rebanho sem sequer perceber porque vamos atrás e se isso tem realmente algum significado por que valha a pena seguir.
Beijinhos com amizadeAlexandra Caracol
26-12-2006 2:09
A. João Soares disse...
Amigos Zé Faria e Alexandra Caracol,Ao publicar este texto, escrito no momento, embora andase em gestação há tempos, receei o aparecimento de comentários arrasadores. Mas felizmente os vossos não o são, o que não significa que a pancada não esteja a chegar em breve.Gosto das vossas apreciações e do entusiasmo que nelas colocaram.
O homem precisa de crer em algo superior e positivo, que o incite para a elevação espiritual e moral. Mas as religiões nem sempre elevam o ser humano, antes o reprimem com proibições de vária ordem.
Há algum tempo, tive oportunidade de aperfeiçoar o meu sentido religioso lendo um dos livros de uma trilogia que me foi aonselhada por e-mail, «Conversas com Deus, um diálogo invulgar» de Neale Donald Walsch, edit Sinais de Fogo. Nele se defende que Deus está dento de nós e quer o nosso livre arbítrio e teremos o beneficio (céu) ou o inconveniente (inferno) das nossas boas ou más decisões.Senti-me mais enriquecido com esta leitura do que com os dois cursos de Bíblia por correpondência que fiz há perto de 40 anos.
De tudo isto, todas as religiões, cada religião, tem aspectos muito positivos, mas nem sempre os bons conselhos, as parábolas, são interpretados como os filósofos que os criaram tencionavam, tendo os «fiéis» sido arrastados para as maiores barbáries como aconteceu durante a Inquisição, as cruzadas, e, agora, com os radicalismos e fundamentalismos islâmicos.
Um dos conselhos que, nesta quadra festiva, gosto de recordar é «Amai os outros como a vós mesmos». Mas pouca gente ama os outros, isto é, os diferentes, os que pensam de outra forma, têm hábitos , tradições, diferentes.Venham daí as opiniões diferentes, as vossas opiniões.
Desejo-a todos os visitantes deste espaço um Ano Novo de grande riqueza espiritual
A. João Soares
26-12-2006 6:35
Alexandra Caracol disse...
Meu amigoGostava ainda de pegar no que disse no seu comentário acima: «Amai os outros como a vós mesmos».As pessoas não se apercebem que essa frase é o busílis da nossa má vivência diária.É que a maior parte das pessoas não se amam a si próprias. A sua auto-estima está por baixo, arrasada, e não têm sequer capacidade para perceber que são elas próprias tendo a sua auto-estima tão doente, que atraem as desgraças para elas. Assim é impossível a quem não se ama a si próprio amar os outros. Aliás, se forem a amar os outros como a si próprios então temos a desgraça declarada que é o que se vê. Ninguém pode dar o que não tem. Ou antes quem não se ama vai “amar” os outros com o mesmo "desamor" que nutre por si mesmo.Bem enfim, acho que já ajudei a baralhar o bastante e por isso deixo o resto para gente mais atinada.BeijinhosAlexandra Caracol
26-12-2006 10:54 Segunda-feira, 25 de Dezembro de 2006

A FESTA DO NATAL TEM 4.000 ANOS !
Do Blogue «Filhos de um Deus Menor» extraí as seguintes palavras que me fizeram reviver uma reflexões com certo tempo de amadurecimento

«A celebração do Natal antecedeu o cristianismo em cerca de 2000 anos. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o «Zagmuk». Originalmente a Igreja não celebrava o nascimento de Jesus. Com o passar do tempo, todavia, os Cristãos começaram a fazer do Natal, uma forma - entre outras - de "ornamentar" a cristianização. No princípio ornamentavam-se árvores (loureiros) verdes com muitas velas para espantar os maus espíritos da escuridão.
E hoje?»

NOTA:
O homem sempre teve necessidade de encontrar explicação para as suas dúvidas acerca de tudo o que o cerca. Criou Deuses, umas vezes autoritários e exigentes, outras vezes amorosos, mas, com frequência, em grande quantidade como ocorreu nas teologias grega e romana. Os filósofos antigos canalizaram esses sentimentos das populações para diversos cultos, facilitando os comportamentos mais civilizados de vivência em sociedade. Com o progresso da história, assiste-se ao aperfeiçoamento das religiões. Como se vê das palavras atrás transcritas a influência astral foi determinante, e as religiões organizavam festas especiais próximas do solstício do Inverno e do Equinócio da Primavera, além de outras menores relacionadas com as sementeiras, as colheitas e outros momentos visíveis da natureza agrícola.
Os filósofos, doutores da lei, que criaram o cristianismo tiveram a inteligência e o cuidado de aproveitar o entusiasmo religioso dos povos da época, e o seu calendário para que a conversão não obrigasse a alterar os costumes ou a criar novas festas em paralelo com as «pagãs» já enraizadas. E, assim, localizaram o nascimento do Redentor nas festas do solstício de Inverno e a sua morte e Ressurreição no primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia depois do equinócio da Primavera. Estes pormenores e a coerência do Antigo Testamento e dos quatro evangelhos do Novo Testamento são merecedores da maior consideração e respeito pela inteligência, racionalidade e sentido prático dos filósofos da época.
Estas palavras poderão chocar muitas pessoas, mas a fé não perde com elas, a não ser em pessoas fanáticas sem a elasticidade suficiente para ir além dos textos preparados pelas autoridades eclesiásticas. A necessidade de Deus é, hoje, muito semelhante à dos gregos e romanos, indianos ou chineses, e , perante a crise moral e social em que o mundo se encontra, ela está mais acrescida. Há, no entanto, a particularidade de a rebeldia e libertinagem afastar muitas pessoas da disciplina rígida dos rituais e levando cada um a ter o seu próprio conceito de Deus, o que não favorece as religiões que exigem actividades de massa, de multidão. Outro mal que ameaça as religiões é o radicalismo de minorias que retiram respeito e credibilidade ao valor de algumas religiões da parte dos seguidores de outros credos.
A crise em que o Mundo está mergulhado afectará também as religiões que, para sobreviverem, terão de se adaptar aos sentimentos da população actual, embora mantendo os dogmas e os conceitos fundamentais.
Postado por A. João Soares em 19:19

4 comentários:

Zé Faria disse...
O homem sempre demonstrou a sua necessidade de criar Deuses e Santos Padroeiros, necessidades orientadas por seitas e religiões cristãs ou outras para que todas elas tenham razão de existir.
E em todos os tempos todas elas, as religiões, cristãs ou outras, sempre se preocuparam em acompanhar e agradar os poderes políticos e sociais, injustos ou injustos, ditadores ou democráticos.
As religiões sempre contribuiram para travar o passo ao desenvolvimento e crescimento da justiça social, por sua própria conveniência e sustentabilidade.Veja-se, ouça-se e leia-se mais uma vez as palavras do Papa, as mesmas de todos os tempos, com mais ou menos "posinhos" sagradas, são sempre as mesmas, de honras ao nascimento do Menino Jesus.... E o mundo sempre carregado de Meninos Jesus a morrer da guerra e da fome, e o Vaticano carregado de riqueza a apelar à solidariedade, "ao pão dos pobres".
José Faria
25-12-2006 21:47

Alexandra Caracol disse...
É verdade meu amigo.
Mais uma vez isto vem ao encontro daquilo que penso e da realidade que verdadeiramente existe.
Religiões não são criadas por um Ser Superior mas sim por homens e, como tal, onde existem homens existem guerras, vícios, contendas e tudo o tipo de coisas que precisam de ser moldadas nos caracteres das pessoas.
Deus, Jeová, Alá, e todos os nomes que Lhe possam dar, na sua essência querem dizer o mesmo.As religiões, as igrejas e os grupos sejam religiosos, filosóficos ou de qualquer espécie acabam por sofrer dos mesmo males mais tarde ou mais cedo, pois dele fazem parte seres humanos com defeitos e qualidades.
Costumo dizer em tom de brincadeira que as igrejas são como hospitais; as pessoas vão lá desejando curar o que lhes vai no íntimo e que elas sentem que precisa de evoluir.
O problema da maior parte das pessoas, para não dizer todas, depois de fazerem parte de algum grupo religioso ao não, acabam por ser absorvidas pelo espírito do grupo tendo tendência a perder a capacidade de pensar e de livremente fazer escolhas. O que se festeja hoje no Natal não tem mesmo nada a ver com temas espirituais mas é antes uma miscelânea de usos e costumes idos aos quais se vai juntando novos hábitos provenientes de estratégias publicitárias com o intuito de promover o consumismo.Importante é pois que possamos estar atentos para não nos deixarmos levar como cordeirinhos atrás do rebanho sem sequer perceber porque vamos atrás e se isso tem realmente algum significado por que valha a pena seguir.
Beijinhos com amizade
Alexandra Caracol
26-12-2006 2:09

A. João Soares disse...
Amigos Zé Faria e Alexandra Caracol,
Ao publicar este texto, escrito no momento, embora andasse em gestação há tempos, receei o aparecimento de comentários arrasadores. Mas felizmente os vossos não o são, o que não significa que a pancada não esteja a chegar em breve.Gosto das vossas apreciações e do entusiasmo que nelas colocaram.
O homem precisa de crer em algo superior e positivo, que o incite para a elevação espiritual e moral. Mas as religiões nem sempre elevam o ser humano, antes o reprimem com proibições de vária ordem.
Há algum tempo, tive oportunidade de aperfeiçoar o meu sentido religioso lendo um dos livros de uma trilogia que me foi aconselhada por e-mail, «Conversas com Deus, um diálogo invulgar» de Neale Donald Walsch, edit Sinais de Fogo. Nele se defende que Deus está dento de nós e quer o nosso livre arbítrio e teremos o beneficio (céu) ou o inconveniente (inferno) das nossas boas ou más decisões.Senti-me mais enriquecido com esta leitura do que com os dois cursos de Bíblia por correspondência que fiz há perto de 40 anos.
De tudo isto, todas as religiões, cada religião, tem aspectos muito positivos, mas nem sempre os bons conselhos, as parábolas, são interpretados como os filósofos que os criaram tencionavam, tendo os «fiéis» sido arrastados para as maiores barbáries como aconteceu durante a Inquisição, as cruzadas, e, agora, com os radicalismos e fundamentalismos islâmicos.
Um dos conselhos que, nesta quadra festiva, gosto de recordar é «Amai os outros como a vós mesmos». Mas pouca gente ama os outros, isto é, os diferentes, os que pensam de outra forma, têm hábitos , tradições, diferentes.Venham daí as opiniões diferentes, as vossas opiniões.
Desejo-a todos os visitantes deste espaço um Ano Novo de grande riqueza espiritual
A. João Soares
26-12-2006 6:35

Alexandra Caracol disse...
Meu amigo
Gostava ainda de pegar no que disse no seu comentário acima: «Amai os outros como a vós mesmos».As pessoas não se apercebem que essa frase é o busílis da nossa má vivência diária.É que a maior parte das pessoas não se amam a si próprias. A sua auto-estima está por baixo, arrasada, e não têm sequer capacidade para perceber que são elas próprias tendo a sua auto-estima tão doente, que atraem as desgraças para elas. Assim é impossível a quem não se ama a si próprio amar os outros. Aliás, se forem a amar os outros como a si próprios então temos a desgraça declarada que é o que se vê. Ninguém pode dar o que não tem. Ou antes quem não se ama vai “amar” os outros com o mesmo "desamor" que nutre por si mesmo.Bem enfim, acho que já ajudei a baralhar o bastante e por isso deixo o resto para gente mais atinada.
Beijinhos
Alexandra Caracol
26-12-2006 10:54

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