Do Jornal de Notícias de 25 de Dezembro, extraio o início do artigo que aborda a ameaça para a liberdade representada pelo cartão único, ao qual junto uma Nota cujo conteúdo é já conhecido dos leitores dos comentários nos blogues.
A nostalgia da liberdade
Francisco José Viegas, Escritor
Sem surpresas por parte dos pessimistas do costume - entre os quais me encontro - o parlamento aprovou, por unanimidade, o projecto governamental do Cartão Único. A modernidade rejubilou, imbecil e histriónica e apressa-se a dizer que, depois de termos inventado a Via Verde das auto-estradas, mantemos o passo acertado com as grandes nações (o que não é verdade - na Austrália e nos EUA não há bilhete de identidade, por exemplo) temos cartão único de cidadão, basta agora começarmos a cruzar os dados: o número de cidadão, o de contribuinte, o da segurança social, em breve o da saúde, quem sabe se de o fumador de marijuana ou o de leitor de literatura obscena ou de adepto de um clube de futebol.
O ministro António Costa, alertado pelas objecções acerca do perigo de haver tamanha concentração de dados num único cartão, lembrou que "isto não é o Big Brother". Engana-se, meu Caro António Costa não é o Big Brother, mas pode ser o princípio. Nada nos garante que, daqui a uns anos, a uns meses, depois de entrar em vigor o cartão único, não exista um organismo, muito cioso da segurança do Estado e do controle dos cidadãos, que comece realmente a fazer o cruzamento dos dados contidos no "chip" que cada um trará dentro do bolso. Nada que não tenha acontecido antes (...).
NOTA: O Mundo está a caminhar para soluções de alto e rigoroso controlo e centralizadoras tendentes para o Governo Mundial sob a liderança de um Governo único tipo ONU, o que está a ser cozinhado por um grupo já numeroso de ricaços - banqueiros, grandes industriais casas reinantes, políticos de influência e magnatas da comunicação social, integrados na organização que dá pelo nome de Clube Bilderberg. Há um livro do círculo de Leitores muito esclarecedor.
Não é por acaso que se desenvolveu a associação de estados na Europa (UE), a NAFTA, a AFTA, o Merco sul, etc. etc. Tudo isto é fomentado pelo Clube.
A legislação do comércio internacional é uma forma de reduzir o poder dos Estados e de o transferir para um organismo internacional.
Os dirigentes de Instituições supranacionais e os dirigentes dos Estados mais poderosos são apoiados pelo Clube, como, por exemplo o Presidente dos EUA. Reparemos que Guterres que foi convidado numa recente reunião do Clube está em funções supranacionais. O mesmo se passa com Durão Barroso, o mesmo se há-de passar em breve com Nuno Morais Sarmento e com Augusto Santos Silva.
Por acaso Cavaco não estava a ser controlado pelo Clube, mas este, logo após a posse, mandou cá o Henri Kissingir, um dos homens de mão de David Rockefeller, uma das eminências do Clube, trazer o catecismo e ler-lhe os mandamentos.
Estamos numa «guerra» pacífica, sem tiros nem violências, cuja arena são os gabinetes higiénicos, com ar condicionado, belas alcatifas e decorações.
Portugal com o cartão único está a demonstrar ser um bom aluno, através daqueles que têm participado nas reuniões do Clube. Mas não é só o Cartão Único que nos controla (como o Big Brother do livro 1984 de George Orwell), nós estamos a ser controlados quando temos o telemóvel ligado, quando vamos ao Multibanco, quando entramos nalguns edifícios ou passamos nas ruas e estradas que dispõem de câmaras de vídeo. A liberdade já pertence ao passado e a pouca que nos resta vai durar muito pouco. Ai dos nossos netos! Estão bem tramados com o mundo que a nossa geração lhes deixa como herança envenenada.
Postado por A. João Soares
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