Esta é uma regra sustentável já conhecida e utilizada com êxito pelo merceeiro da minha aldeia, na primeira metade do século passado e que tinha aprendido dos seus avós. É preciso controlar as despesas para não ultrapassarem os proventos. Era admitido que se fizesse um investimento com base no crédito, mas como excepção e nunca como regra quotidiana, como abusivamente hoje fazem gestores de dinheiro público com a maior inconsciência e ausência de sentido de responsabilidade.
Esta regra assim apresentada de forma simples é agora confirmada pelo Banco de Portugal segundo a notícia Só cortes na despesa evitam mais impostos em que consta:
«Reduzir o défice com medidas temporárias não chega para resolver os problemas de consolidação orçamental da economia portuguesa. Para isso é necessário cortar e corrigir de forma duradoura o crescimento da despesa primária, avisa o Banco de Portugal.
A subida de impostos e os cortes de despesa que o país vai enfrentar a partir do segundo semestre deste ano vão reduzir o défice até 2013 mas não asseguram que este tipo de medidas restritivas não tenha de voltar a ser adoptado no futuro». (Para ler toda a notícia faça clic no seu título)
A confirmar esta necessidade de reestruturação dos serviços do Estado , emagrecendo-os, tornando-os menos pesados no orçamento, surge o artigo Perto do precipício, no qual se pode ler:
«Bruxelas fez saber, de fininho, que deseja (para não dizer exige), num futuro não muito distante, olhar para os orçamentos dos estados-membros da União Europeia antes que os ditos sejam aprovados pelos parlamentos nacionais. Tradução: Bruxelas quer ser a guardiã do bom senso orçamental, sem o qual é o próprio futuro da União Europeia (UE) que estará seguramente em causa. A lentidão com que a UE reagiu à profunda crise em que estamos mergulhados e a pressa com que o Banco Central Europeu comprou, num movimento inédito, títulos da dívida dos países em dificuldades parecem ter cedido o passo, num instante, a uma visão mais interventiva, muito mais interventiva das principais autoridades europeias.
O ponto é este: países como a Alemanha não estão mais disponíveis para cobrir com milhões e milhões de euros a irresponsabilidade dos outros. Não há volta a dar-lhe! Bruxelas colocou a países como Portugal não um novo problema, na medida em que a transferência de parte da nossa soberania para uma entidade transnacional começou há muito, mas um problema para o qual não nos sobra saída: ou aprofundamos essa transferência ou seguimos a via do isolacionismo.»
Mas, infelizmente, parece que temos que deixar de poder confiar naquilo que dizem e escrevem economistas que considerávamos credíveis e sérios, como se pode deduzir do artigo Está tudo explicado em que se lê:
«Trata-se de um relatório... só para estrangeiro ver, diz Frasquilho sem corar, justificando-se por todos os dias dizer exactamente o contrário no Parlamento.»
E perante isto, que pensar da actual situação do País, da competência dos actuais governantes e da verdade ou da sua falta, com que os políticos nos falam?
Almirante Gouveia e Melo (I)
Há 9 minutos
2 comentários:
Que conservadorismo, caro João!
Esta era a matemática que se ensinava antigamente.
Agora há outras "ciências" mais avançadas que nos permitem gastar o dinheiro que a gente não tem, nem nunca teremos.
Caro Pedro Coimbra,
Gosto das aspas nas «outras ciências». Quem vier a seguir que se trame.
Há coisas em que prefiro as boas tradições, os valores consagrados pelo tempo, a honestidade, a ética real, aplicada.
E é tão simples que até o antigo merceeiro a praticava com êxito.
Um abraço
João
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