Transcrevo este artigo do JN de hoje, porque sinto que o caso focado tem um significado mais extenso, sendo mais um sintoma daquilo que está a ser esboçado, de forma um tanto difusa, para a sociedade moderna, como refiro na Nota final.
Os "essenciais" e os outros
JN. 091103. 00h44m. Por Manuel António Pina
Depois dos deputados, também os funcionários dos partidos foram considerados pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) "imprescindíveis" para o "normal funcionamento da sociedade" e, por isso, incluídos na 1ª fase da vacinação contra a Gripe A, à frente de doentes crónicos, grávidas, profissionais de saúde em contacto directo com doentes, crianças, etc., que, sendo "substituíveis", terão que esperar pelas fases seguintes, rezando para que o vírus use os mesmos critérios da DGS e não se lembre deles.
Compreende-se que gente dos partidos e deputados sejam, como diz a DGS, "essenciais ao normal funcionamento da sociedade". Pode perguntar-se é como, sem padeiros que lhes façam o pão, sem motoristas que os levem ao Parlamento e às sedes, sem pessoal das águas e da electricidade que lhes garanta o banho diário, a energia para os computadores e a luz para estudar os dossiês, sem educadoras e auxiliares de infantários que lhes tomem conta dos filhos enquanto trabalham e toda a mais gente não "imprescindível" nem "essencial ao normal funcionamento da sociedade", uns e outros poderão cumprir as suas funções.
NOTA: Como o autor evidencia, é difícil e não deixa de ser injusto, dividir a sociedade em elite e arraia miúda, em essenciais e os «outros», em activos e pensionistas, em saudáveis e em doentes, em bons e em maus. Há poucos meses, houve um dirigente histórico e ainda com poder de opinião no partido que apresentou uma proposta sobre a eutanásia, ou talvez a máscara suavizante do suicídio assistido, as pensões e outros apoios a pensionistas têm sofrido consecutivos «apertos de cinto», as medidas de saúde para doentes com doenças prolongadas são insuficientes.
O panorama que pessoas pensantes está a recear é que seja ainda nas suas vidas que comece uma discreta eliminação dos não activos, para aliviar o serviço de saúde, as despesas de assistência social, as reformas, os lares do Estado, etc. E os avanços das ciências biológicas do domínio da engenharia genética vão facilitar as decisões semelhantes à da vacina, de separar os «essenciais» dos «outros», isto é, o oligarquia política e a plebe, aqueles a quem é reconhecido o direito de imunidade e impunidade para cometerem todas as aldrabices e os «outros», sem apoios, abandonados e explorados e que pagarão cada vez mais multas para que os polícias sejam bem avaliados para progresso na carreira.
Os «outros» que acordem e que manifestem a sua discordância!!!
Mensagem de fim de semana
Há 1 hora
4 comentários:
Meu querido amigo,
Tudo isto é lamentável, muito lamentável mesmo. Mas já não me surpreende. Já vejo isto como fazendo parte dum todo preocupante e que temos de fazer o nosso melhor por alterar. Depende de nós. Gostava de dispor de mais tempo, mas a minha vida nesta idade, ao invés de simplificar-se, complicou-se (passe a expressão pois estou muito feliz!) com o regresso, ao Reino Unido, da minha filha e do meu nétinho "come on". A irmã já cá estava e agora estão mais eles. Pouco tempo me sobra pois já tinha uma vida complicada. Mas eu arranjarei sempre tempo para dar um pouco de mim nesta luta, como sempre fiz.
Obrigada, amigo João, pois não é por falta de muito martelar na cabeça dos adormecidos que isto não vai para a frente.
Um grande abração.
Maria Letra
Amiga Mizita,
As suas palavras são sempre um estímulo que ajuda a clarificar as ideias e a não esmorecer.
Vivemos numa oligarquia, com uma «elite» fechada por grades de compadrio, conluio, conivência e corrupção. Desde que o engenheiro João Cravinho propôs o combate da corrupção, poucos resultados positivos foram notados. Pelo contrário, parece ter havido um acréscimo dentro do conceito do humorista brasileiro que dizia: é preciso roubar agora porque amanhã pode já ser impossível e proibido.
A reconstrução de Portugal, nestes aspectos será violenta e tanto mais quanto mais for adiada. Já se esgotou o momento óptimo para tudo melhorar pacificamente. Oxalá me engane, mas confesso-me muito receoso.
Beijos
João
Muito facil!
Se toda a arraia miuda morrer com a gripe A, a Elite simplesmente pega no $$$$$ que expropriou à arraia miuda, e muda se para um qualquer paraiso onde ainda exista arraia miuda para os servir!!
desta vez, é a Gripe A ( nao deve dizimar toda a arraia miuda ) mas para a proxima, pode ser uma doença mais grave!!
a lógica irá ser a mesma!
De qualquer modo, se ma oferecessem eu nao iria querer a dita vacina! Sem os anos de investigaçao de um cancro, uma sida, e outras doenças afins, suponho que essa vacina feita em cima do joelho, acabe por ser benefica para a gripe A, mas provoque outras coisas piores... ( e as farmaceuticas que a criaram nem um pouco raladas com isso, a vacina ja foi vendida aos milhoes )
hehehehehhe.... (riso de quem tem vontade de chorar)
Caro Bruno,
Houve uns governantes que se vacinaram em público. Não há a certeza de que tenha sido um simulacro. Mas, se há dúvidas, deviam ser todos vacinados, de preferência no Santa Maria onde há trocas de medicamentos. Talvez fosse o início da solução para Portugal!
Abraço
João
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