domingo, 8 de novembro de 2009

A luta de massas pode acontecer

Já aqui, por várias vezes, em posts e em respostas a comentários, foi manifestado receio de que, se o ambiente sócio-político não se tornar mais conforme com a moral e a ética e o Poder não se direccionar mais para os interesses nacionais, isto é, de todos os portugueses, criando mais justiça social, possam surgir formas de luta mais ou menos violentas para repor a estabilidade social, que agora é apenas aparente.

O artigo do Público online «Jerónimo de Sousa diz que luta de massas será incontornável», vem confirmar que esse receio não era lunático nem fantasista, mas apenas fruto da observação das realidades do País. Do artigo ressalta que à estabilidade social deve ser concedida mais alta prioridade do que à estabilidade governativa. Daquela resulta benefício para Portugal, desta apenas resulta benefício para o partido do governo e para os seus protegidos.

Segundo o artigo, os governantes têm de saber aprender a ouvir o povo, as pequenas e médias empresas, os funcionários, os trabalhadores por conta de outrem, os policiais e os militares, naquilo que são os seus legítimos anseios, as suas reivindicações, os seus direitos.

E têm que fazer tudo para acabar com o enriquecimento ilícito, a corrupção e o tráfico de influências que estão a corroer os alicerces da necessária confiança entre todos os portugueses. Para isso ter bom resultado é preciso também reduzir a burocracia ao mínimo indispensável.

Para os interessados no tema, aconselha-se a leitura do artigo cujo título, três parágrafos acima, serve de link.

4 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Esse é também o meu medo pois, para mim, nada se resolve com "revoluções" (lembremo-nos o que aconteceu com a "revolução dos cravos"). Há que pensar bem e, neste caso depressa, para se evitar cair nesse estado de impaciência em que estão as massas e assim evitar-se a sublevação das massas. O risco começa a ser iminente, infelizmente!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Não tenhas medo. Lembra-te de que os políticos só agem sob pressão. E como as populações e a oposição não têm pressionado de forma coerente e consistente, não têm impedido o deslizar pela rampa que conduz ao abismo.
O povo tem que se unir em manifestações e ameaças de paralisação de serviços essenciais. Devem ser lógicoe s sensatos e não ir além do necessário e conveniente, mas não devem cruzar os braços. O Governo não pode ser deixado de rédea livre para fazer asneiras como aconteceu nos últimos anos.

Curiosamente na quinta feira ouvi um general lamentar que os políticos nada sabem dos problemas dos militares e não têm sensibilidade para isso. Perguntei o que os generais têm feito para ensinar isso e esclarecer e informar o povo sobre o papel das Forças Armadas e para que querem tanto dinheiro.
Só eles têm capacidade para dar esses esclarecimentos, porque o não fazem? Não querem desagradar aos políticos a quem se sentem em dívida de gratidão por terem sido promovidos e usarem a estrela de um (ou mais) Mercedes. Isso também é corrupção. Vendem-se por umas míseras mordomias.
Com portugueses tão venais não se pode combater eficazmente a corrupção.

É preciso juntar todas as peças do puzzle e, depois, tomar posição.

Abraço
João

Luis disse...

Caro João,
Tocaste na ferida dos generais! Eles só falam quando saiem, pois enquanto lá estão ficam muito caladinhos à espera de um "prato de lentilhas"... Enquanto estão ao serviço é que deveriam lutar pelos seus subordinados!
Um abração.

A. João Soares disse...

Amigo Luís,

É pior do que isso. O de quem te falei já está reformado. E pouco depois encontrei outro que se sentiu no dever de me justificar mais uma vez por não comentar nos meus blogs. Não o faz por medo mas por simples receio!!! É a explicação que dei antes. Um dever de gratidão e o hábito da subserviência, da disciplina castradora que os impede de ser cidadãos de parte inteira. Em conversa muito privada poderão dizer o que pensam, que nunca é muito arrojado, mas fora disso é a frase do antigo programa de Jô Soares, o Guarda Geleia «Não me comprometa!».

Um abraço
João