Uma visita mais ou menos demorada pelo blogue Foi por bem, permite ver cartas enviadas aos jornais desde 2001 e posts de blogues desde 2006 que alertam para os inconvenientes da má sinalização das estradas. O título do blogue traduz o espírito desses escritos sempre orientados para melhorar a vida nacional nos mais diversos aspectos.
Recentemente, referi em posts e em respostas a comentários a existência de sinais de 30 onde se pode circular a mais de 70 com segurança e, o que é mais estranho, há sinais de 30 em zonas urbanas, em avenidas com correntes ao logo dos passeios de um e outro lado, e sinais 200 metros à frente de outros iguais, como se os anteriores não fossem para cumprir.
Depois desses textos causa uma sensação agradável ver que eles são sensatos e são agora confirmados pela autora do artigo do PÚBLIO de ontem, que se transcreve. Oxalá tenha melhor efeito do que os referidos textos.
“Mais de metade dos troços rodoviários em Portugal estão com limites de velocidade abaixo do que deviam.
É muito recorrente o limite de 50 Km/hora em zonas onde não há casas nem outros conflitos laterais”, disse hoje à Lusa Ana Bastos, com base em conclusões preliminares de vários estudos que a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) tem desenvolvido.
A especialista em transportes e segurança rodoviárias, docente na FCTUC, frisou que a desadequação do limite de velocidade às características da estrada “viola as naturais expectativas do condutor, que acaba por transgredir” e tem como efeito “o descrédito total” das regras de trânsito.
“O que se tem feito em Portugal, em estradas que atravessam localidades, é colocar um semáforo de limite de velocidade. O efeito é instantâneo, mas a reacção do condutor imediatamente a seguir será aumentar de novo a velocidade”, alerta Ana Bastos.
As situações “completamente desajustadas da realidade” resultam de em Portugal “não existirem critérios técnicos para estabelecer os limites de velocidade”, observou.
A investigadora falava à Lusa a propósito de um projecto, denominado "Safespeed - Estratégias de Gestão de Velocidade", que arrancou há um ano e visa criar um sistema que permita adaptar o limite de velocidade legal às características da via, obrigando o condutor a respeitar esse limite, através de ferramentas de “coacção física e psicológica”.
A definição dos critérios técnicos deverá estar concluída dentro de dois anos, com a finalização de um modelo informático “capaz de estimar, para cada situação, a velocidade expectável face às características da estrada e do seu ambiente envolvente”.
Para obrigar o condutor a respeitar a velocidade legal estabelecida, induzindo-o a adoptar comportamentos compatíveis com o ambiente rodoviário que atravessa, serão definidas “medidas de acalmia de tráfego”.
Rotundas, gincanas, alteração de pavimento ou reforço da iluminação pública são algumas das soluções, que actuam "quer fisicamente quer por coação psicológica sobre o condutor, impedindo-o de adoptar comportamentos desajustados à velocidade pretendida", refere a FCTUC numa nota de imprensa hoje divulgada.
O estudo, que tem o apoio da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária, abrange a zona Norte do país, nomeadamente Famalicão, Guimarães, Braga e Felgueiras, mas o objectivo é que as conclusões sejam aplicadas em todo o país.
Além da FCTUC, participam no projecto a Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP) e a Universidade do Minho, num total de oito investigadores.
O dia mais longo do ano
Há 1 hora
4 comentários:
Caro João,
Parece que finalmente este assunto está a ser visto com "olhos de ver"! esperemos que em dois anos tudo esteja nos "conformes"! É que como estava os condutores acabavam por transgredir pelos exageros da sinalização que por vezes até se contrariava a ela própria.
Estou contente pela notícia agora aqui colocada.
Um abraço amigo.
Caro Luís,
É preciso que os nossos autarcas e outros responsáveis se convençam de que os sinais devem servir para obter mais segurança e facilidade de vida dos cidadãos honestos. Mas parece que são colocados ao acaso para «gastar» a quantidade que encomendaram ao fabricante amigo, e sem critério ou por puro sadismo.
Sugiro a visita ao post publicado aqui recentemente Excesso de velocidade ou velocidade excessiva?.
É bom que se abram os olhos a quem tem responsabilidade nos diversos sectores da vida nacional. Devemos desenvolver a cultura de servir, com eficiência, excelência, racionalidade, honestidade intelectual. Entim é preciso bem Pensar antes de decidir.
Um abraço
João
Os Autarcas são eleitos, mas nada sabem de Código da Estrada e sua Legislação.
Esses senhores nada sabem, mas só têm a mania, eles infelizmente vão de terra a terra vêr como os outros colocam a sinalização, se está mal ainda ficará pior, porque cada um faz a sua LEI, ao invés de lerem o LIVRINHO DE 621 Página " O Regulamento do Código da Estrada e o Regulamento de sinalização de trânsito"
E se não babem perguntem a quem sabe pela Legislação e Código da Estrada.
Assim vái a Sinalização Rodoviária em Portugal.
Vejam as Estradas de Portugal que colocam nas Rotundas no minimo 23 sinais.
Vejam a Policia e a GNR a mandar parar o Trânsito nas Rotundas para fiscalizar, que é proibido, art. 49 da alinea 1, não importa quem seja nem que seja o Presidênte da Républica, porque a lei é para todos.
Como é que as coisas funcionam assim?Nunca.
Como se reduz a mortalidade nas estradas portuguesas?Assim nunca.
Castanheira do Ribatejo, 21 de Janeiro de 2010
JAIME JORGE PEREIRA
Jaime Pereira,
Fala com muita segurança na incompetência dos autarcas e dos seus assessores, que ganham bateladas de euros dos dinheiros dos cidadãos e não têm a honestidade de cumprirem com eficácia as funções para que são pagos. S e não sabem não devem candidatar-se ao cargo e, se forem sérios devem reconhecer que não sabem e contratar quem saiba.
O critério não pode passar um sinal de 60 para 50 só porque no troço houve um acidente a 100. Mais tarde passam de 50 para 40 por motivo idêntico. E chega-se ao triste facto de haver sinais de 30 em vias em que se poderia circular a mais de 60 com segurança. E há quem circule a tais velocidades, sujeitando-se a multas. Mas o maior mal dessa desordem institucional, é que um dia um desses automobilistas que perdeu respeito pelos sinais, encontra um que é verdadeiro antes de uma curva e dá-se o despiste, porque nada diria que era verdadeiro!!!
Vivemos no meio de muitas armadilhas de que resulta o êxito das polícias na sua função de caça à multa para reforçar o erário público.
Cumprimentos
João
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