Segundo notícia do Jornal de Notícias, Artur Santos Silva, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), diz que «os políticos devem prestar mais contas aos eleitores».
Nada diz de novo, além daquilo que neste blogue tem sido dito repetidamente, mas é importante que esta personalidade, o diga, principalmente agora nas funções de que está investida. Os portugueses precisam destas opiniões, destes alertas que, vindos de uma ilustre figura, têm mais credibilidade. Bem haja, por isso.
Eis alguns destaques da notícia:
- Há "uma crescente distância" entre eleitos e eleitores
- "Quem tem o poder tem de prestar mais contas", explicando o que cumpriu ou não em relação ao que prometera e porquê
- A prestação de contas, "quer dos autarcas quer dos deputados quer dos governantes, é um processo fundamental".
- Os políticos têm também a obrigação de dar o exemplo. "São uma referência para os outros" e, como tal, "têm de dar o exemplo de que estão ali não para defender causas e interesses pessoais, mas para servir o bem público, a causa pública".
- Os eleitores devem contrariar a tendência para a resignação e manter uma intervenção cívica "mais permanente", mobilizando-se em causas, até porque, sustentou, não chegam os modelos mais tradicionais de "votarmos uma vez e ficarmos à espera da próxima eleição para premiarmos ou penalizarmos quem anteriormente escolhemos".
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O dia mais longo do ano
Há 56 minutos
4 comentários:
Ora nem mais!
Tem sido precisamente o autismo da nossa classe política que nos tem conduzido para o abismo. Na sua gritante indiferença os nossos políticos são incapazes de utilizar o bom senso tão necessário ao sentido de Estado.
PS: caro João tenho nova residência blogsférica, caso queira visitar será sempre bem vindo:
http://cronicasdaplanicie.blogspot.com/
Caro André Miguel
Desejo muito êxito às suas crónicas da planície
Quanto a este post, concordo com a sua opinião. Com este tipo de políticos, Portugal não irá longe. Não sabem o que é sentido de Estado e apenas conseguem ver a ponta do nariz, obcecados pelos interesses e ambições pessoais.
O futuro interessa principalmente às camadas mais jovens e é de esperar que sejam estas a despertar para as soluções. Os mais idosos estão viciados na corrupção, no enriquecimento ilícito, no parasitismo, nas politiquices, no compadrio e nas negociatas de compadrio, conivências e cumplicidades. Essas epidemias só podem ser curadas pelas camadas mais jovens e sem vícios.
Mantenho optimismo quanto a isso. Mas se os jovens não derem a volta serão eles a sofrer os resultados desta degradação.
Abraço
João
Caríssimos Amigos,
Se os jóvens não derem a volta ao "testo" quem o fará?
Eles que se lembrem que o futuro diz-lhes mais respeito do que aos mais velhos... Nós iremos e eles ficam!!! Mas andam muito adormecidos ou têm-se encostado convencidos que se safam... Azar o deles!
Um abraço amigo.
Caro Luís
Concordo contigo no papel que os jovens devem desempenhar. O País está eivado de vícios terríveis de aceitação passiva de todas as incompetências dos políticos. É um defeito de cultura ou falta dela a que é preciso por cobro já..
Já Eça de Queiroz dizia em 1871:
" Estamos perdidos há muito tempo... o País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos, a prática da vida tem por única directiva a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido, não há instituição que não seja escarnecida, ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos, ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram a classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia..
O povo está na miséria, os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente, o Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: "o país está perdido !"
Algum opositor ao actual governo?... não ! "!
Há quem defenda a acção da chamada justiça popular , mas esta nunca é justa.
Porém, não havendo outra forma de ver terminar as poucas vergonhas, ela é moralmente defensável e casos como o do Berlusconi são compreensíveis, embora depois, os políticos queiram sacudir a água do capote dizendo que o agressor é louco. Pois certamente um corajoso é sempre considerado louco O «velho do Restelo» referido nos Lusíadas também chamou loucos aos nossos heróis do momento mais brilhante da nossa história.
Agora precisamos de outro tipo de heróis, ou de loucos, não de navegadores, mas de cantoneiros que façam a limpeza do muito lixo que infesta a nossa vida pública, dos chamados políticos com p minúsculo, que não passam de uma praga de parasitas infestantes que sugam a seiva da vida nacional, para seu benefício próprio e da sua camarilha.
Cabe aos jovens, como beneficiários de tal limpeza prepararem-se para fazer tudo quanto puderem para assegurar um futuro melhor. A classe acima dos quarenta já não tem credibilidade para fazer a desinfestação do País, porque foi ela que deixou isto chegar à borda do abismo.
Tenhamos esperança nos jovens e ajudemos a que raciocinem com seriedade sobre o futuro que desejam, sem seguirem os vícios de que os actuais portugueses sofrem.
Tenhamos esperança nos jovens. Serão eles os beneficiários do futuro. Não tenhamos medo que errem, pois isto não pode piorar.
Um abraço
João
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