quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pobre nem pode tratar da saúde


Transcreve-se editorial do Globall Notícias e junta-se uma nota.

A saúde a que temos direito
Jornal gratuito Global Notícias. 100127. Silva Pires, Director

Saber que seis em cada dez famílias portuguesas tiveram dificuldade em seguir tratamentos médicos no último ano por motivos económicos, como revela um inquérito da Deco, é um dado que nos permite ter a certeza de que continua a haver muita pobreza escondida.

Saber que sete em cada dez famílias gastam uma média de 1700 euros por ano em saúde
e que isso representa um quinto do seu rendimento líquido serve para nos interrogarmos sobre o sistema de saúde que temos. E é motivo para aplaudir a Deco quando pede respostas adequadas e a atenção do Estado aos grupos mais vulneráveis.
É o mínimo que todos devemos esperar.

NOTA:

1. Transcrição de frase do Pobreza em Portugal:

Os empresários também não foram poupados. "Quando vejo a CIP a defender que o salário mínimo não aumente não posso concordar. Que país queremos? Quantos de nós aqui conseguiriam viver com 450 euros por mês?", perguntou à audiência, deixando depois um repto aos empresários: "Peço aos empresários para serem inovadores, abram-se ao mundo, sejam empreendedores".

2. Transcrição de frase do Portugal visto de Espanha:

Os únicos contribuintes totalmente cumpridores para os cofres do Estado são os trabalhadores contratados, que descontam na fonte laboral. Nos últimos dois anos, o Governo decidiu tornar mais pesada a mão fiscal sobre essas cabeças, mantendo situações 'obscenas' e 'escandalosas', segundo o economista e comentarista de televisão Antonio Pérez Metello.

3. Transcrição de frase do Sugestões para recuperar Portugal

A decisão de controlo dos salários «precisa de uma análise sistémica, como se costuma dizer. Precisamos de ter a dimensão do problema antes de começar a opinar sobre as soluções, e a primeira medida a tomar é acabar com o excesso de despesa pública, porque é isso que se traduz em aumento de impostos. Temos uma carga fiscal maior do que Espanha, o que não é aceitável porque temos um nível de desenvolvimento pior. Se precisamos de encarar os problemas, temos de os hierarquizar e, para mim, o maior problema, neste momento, é o desemprego. São recursos desaproveitados, o único que temos é o factor humano, não temos recursos naturais, não temos dimensão…»

4 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Post muito actual e que esclarece bem como a Saúde em Portugal é tão maltratada! São os seus custos, são as listas de espera, são a falta de médicos e enfermeiros especializados nos diversos Hospitais e Centros ditos de Saúde, tudo isso numa demonstração inequívoca que a Saúde em Portugal "está muito doente"!!!
Feliz portanto este teu Post!
Um abraço amigo.

Pedro Coimbra disse...

Caro João Soares,
Para não ficarmos deprimidos, vamos fazer como o pai de Woody Allen que fechou a farmácia porque não havia mais remédio!

A. João Soares disse...

Amigo Luís,

Obrigado pelas tuas palavras acerca da má organização do sistema de saúde e dos apoios que estão a ser reduzidos.
Mas o mal maior está na primeira palavra do título, a POBREZA de muitos que é chocante quando em Portugal há muita gente a ganhar ordenados de milionário, dezenas de milhar de euros por mês, sem uma justificação, nem de risco do trabalho, nem de resultados obtidos, produtividade, mas apenas por ser dinheiro público, mal administrado, e serem amigos dos detentores do Poder.
Em vez da palavra CORRUPÇÃO, devia usar-se mais vezes CORROSÃO da estrutura social nos políticos e seus próximos, de DEPRAVAÇÃO daqueles que mais lidam com dinheiro público.
A sociedade está muito doente. Precisamos de muito antibiótico que elimine todas estas bactérias que por aí circulam em carros de último modelo pagos pelo dinheiro dos nossos impostos e muitas vezes com batedores. Precisamos de pesticidas eficientes. As miniaturas de catedrais não são totalmente eficazes.

Um abraço
João

A. João Soares disse...

Caro Pedro Coimbra,

Não quero acreditar que não haja mais remédio. Sou optimista por natureza, mas não deixo de viver preocupado com o futuro dos nossos filhos e netos e dos vindouros. Os aumentos continuados da divida externa, são uma herança demasiado pesada para os magros recursos do país.
Então, será o fecho da farmácia, um suicídio colectivo, sem honra nem proveito.
Seria preferível que, antes, se os políticos tivessem a dignidade e o sentido da honra dos bons Samurais, fizessem harakiri ou seppuku.
Mas nem disso são capazes.

Um abraço
João