sábado, 30 de janeiro de 2010

Amigos e Companheiros, poema de Viçoso


AMIGOS E COMPANHEIROS

O País de marinheiros
D´heróis e conquistadores
Onde Inês morreu de amores
E Camões cantou louvores;

O País ensoalheirado
À beira-mar plantado
Que tem a areia mais fina
Com a água cristalina
E beleza quase divina;

O País de todos nós
Onde o sol nunca se punha,
Com ouro às toneladas,
Instituições respeitadas
Geridas por mãos honradas,
Patriotismo às carradas
- Deus é minha testemunha –
Orgulhosamente sós
Significando altivez
Vaidade em ser português
Honrando nossos avós !

O Portugal d´outras eras,
- agora lançado às feras –
Está mesmo no fim da linha
Onde exangue se definha !

Hoje, quando olho à volta
Sinto enorme revolta !

Vejo um País democrata
Atirado p´rá sucata.
Um País sem substância
Onde impera a jactância
Em primores de ignorância,
E onde tudo acontece.

Até a Educação
Já se escreve com “S”
E a juventude rasca
Vai p´rá escola vestida
Como se fosse p´rá tasca !


Um País onde a Justiça
Anda a dormir com preguiça,
A premiar malfeitores,
Ladrões e salteadores,
Corruptos e vigaristas,
Desertores e arrivistas,
E outros oportunistas
Como alguns camaleões,
Cambada de rufiões
Corja de laicos poltrões,
Súcia de parlapatões,
Uns coveiros de nações !

Vomitam ódio e inveja
Anti-Cristo, anti-igreja
Anti tudo o que não seja
D´acordo com seus programas.

Uma récua de sacanas,
Tinhosos e fraudulentos,
Raivosos e lazarentos,
Pseudo-intelectuais
- P´lo que aprendem nos jornais –
Muitos homossexuais,
- Aos saltinhos e aos ais….
E uns quantos desgravatados
- Uns tristes, pobres, coitados –
Que como os gatos pingados
Vêm aos restos mortais….

Falta o grupo de rapazes
Com tendência p´ró sinistro
Que de nada são capazes
- a não ser colar cartazes –
E hão-de chegar a ministro !

Gente em tudo pamonha
Sem bases e sem vergonha
Que nasceu contra-vontade
Quando o aborto era crime.
Co´a nova lei aprovada
- que nesse ponto a redime –
Já não nasce mais cambada
- que é desde logo abortada –
P´ra Portugal renascer
E tornar a vir a ser
A "velha" Nação sublime !

Viçoso Caetano
( O Poeta de Fornos de Algodres )
29Jan2010

1 comentário:

Luis disse...

Caro João,
Mais um poema deste Amigo que tão bem sintetiza o nosso Portugal. Fomos Alguém e agora somos "um sem abrigo"! Até quando suportamos tal estado de coisas?
Que a Juventude "dê o grito do Ypiranga"! Precisamos que o sangue novo redima este estado de coisas!
Um grande abraço amigo.