Em democracia, há separação de poderes e o órgão Máximo de cada poder tem atribuições constitucionalmente bem definidas e deve cumpri-las para que a palavra «democracia» tenha autenticidade. Um parlamento, sede do poder legislativo, não deve prender-se com discussões apalhaçadas, nem com guerrinhas do alecrim e da manjerona, mas deve assumir as suas atribuições com sentido de Estado e ter sempre presente os interesses nacionais e a melhoria das condições de vida dos cidadãos, sem nunca perder de vista os superiores objectivos nacionais.
Nestas condições e independentemente de poder ter havido eventuais pressões não confessadas, o «Parlamento afegão chumba dois terços dos nomes escolhidos para ministros», evidenciando o seu poder e a concretização de uma estrutura do Poder inteiramente assumida. Dezassete dos 24 nomes foram rejeitados, entre os quais alguns dos mais próximos aliados do chefe de Estado, Presidente Hamid Karzai.
A aprovação da equipa governamental é uma das raras áreas em que o Parlamento tem poder efectivo. O sistema de voto secreto encoraja os deputados a votarem contra figuras poderosas, como aconteceu com Ismail Khan, afamado líder da guerrilha contra a ocupação soviética e os taliban, observou a Reuters.
Se o Parlamento tem tais poderes, se os deputados foram eleitos e, como tal, assume-se que são dedicados ao seu Pais, este resultado será positivo. Porém, como em política raramente as decisões são as mais adequadas aos interesses do País e como os políticos se podem subordinar a interesses não declarados, então o Afeganistão poderá continuar num impasse, por o Presidente vir a resignar. E demorará a eleição do substituto.
E nós por cá o que vamos aprender com isto?
A Decisão do TEDH (396)
Há 2 horas
2 comentários:
Amigo João,
À tua pergunta respondo NADA! O nosso Parlamento não passa de uma "manta de retalhos" que faz o "frete" ao partido a que pertence!
Os deputados não defendem o povo que os elege mas sim os partidos que os nomearam...
Um forte e solidário abraço.
Caro Luís,
Há alguns fenómenos estranhos no Parlamento. Um é da disciplina de voto que torna desnecessários tantos deputados, pois bastava o voto ponderado do respectivo líder da bancada, que corresponderia ao número de deputados do partido.
Outro fenómeno é da justificação de faltas por trabalho político no exterior! Que trabalho? Onde? Porquê ter de ser feito por um deputado? O que faz um deputado pelo círculo que o elegeu? Os eleitores do círculo conhecem os respectivos deputados. Estes conhecem os problemas reais dos cidadãos do seu círculo?
Um caso curioso que indicia a mentalidade de muitos políticos. Quando Almeida Santos foi substituído por Mota Amaral na presidência da AR disse que era preciso prestigiar os deputados e apontava um bom aumento de salário. A seguir o empossado disse que era preciso prestigiar os deputados e apontava como solução uma maior eficiência e perfeição na elaboração das leis. Este defendia a excelência do trabalho feito, para gerar o desejado prestígio.
Duas estratégias para o mesmo objectivo, uma honesta e outra de parasitismo, exponenciando o já existente.
Mas nada melhorou Em vez de excelente trabalho, ignoram os mais graves problemas dos portugueses e passam o tempo a trocar insultos como aquele em que o pilar se evidenciou.
Um abraço
João
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