Transcrevo o artigo do Correio da manhã de hoje escrito por pessoa que conhece o assunto por dentro, seguido de algumas considerações.
Segurança e seriedade
CM. 09 Janeiro 2010 - 00h30, Por Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Olhando para o País actual em matéria de segurança, apercebemo-nos facilmente de que estamos perante o aumento da criminalidade em todas as suas vertentes.
Como afirmou o MAI, "a segurança é um assunto de Estado e deve ser tratada com seriedade". Aqui está uma afirmação que deve ser levada à prática. Se as alterações ao Estatuto da PSP, que entraram neste ano em vigor, e a Lei 12-A (LVCR) tivessem sido tratadas com seriedade e responsabilidade não teriam sequer sido aprovadas.
A verdade é que os responsáveis por este desconcerto legal, desconhecendo o funcionamento da PSP e roçando a incompetência, criaram a total confusão, obrigando o director nacional a produzir fórmulas mágicas para não pôr em causa o trabalho da instituição. Se este estatuto tinha por objectivo melhorar a motivação dos polícias e, por reflexo, a qualidade do serviço, aqui está um bom exemplo do seu contrário. Diplomas que têm por objectivo o desinvestimento na PSP, numa altura em que os cidadãos mais precisam de respostas céleres e eficazes da sua Polícia. Em suma, o que todos queremos é uma política de segurança responsável e séria, algo que falta a Portugal.
NOTA:
Ao ler este artigo, salta á memória um outro, «Responsabilidade e/ou convicção», que coloca em evidência que para encarar as situações é necessário conhecimento e sentido das responsabilidades. E quem fala de responsabilidades nos grandes problemas nacionais, presume o sentido de Estado, isto é, responsabilidade perante os interesses nacionais, o País, a Nação.
Falta na população conhecimento porque o ensino tem evidenciado muitas falhas e ineficácia e a formação profissional não colmata tais deficiências, como se vê na notícia «O que fazer com a água que quase enche a albufeira de Alqueva?». Neste caso, verifica-se não ter havido um estudo prévio antes da decisão, que devia ter esclarecido a utilidade do investimento, o planeamento de todas as obras para aplicação das águas, a programação de tudo o que havia de ser feito na sequência . Tal lição devia estar agora presente na preparação das decisões sobre os grandes investimentos, como aeroporto, TGV, auto-estradas etc.
É realmente indispensável que, antes das decisões, se conheça bem o problema com todas as suas variáveis, factores e implicações de cada hipóteses de solução, e se faça tudo com o maior sentido de responsabilidade e a máxima seriedade. A metodologia indicada em «Pensar antes de decidir», com eventuais pequenos ajustamentos, constitui uma boa base de trabalho.
http://domirante.blogspot.com/2008/12/pensar-antes-de-decidir.html
Lápis L-Azuli
Há 24 minutos
2 comentários:
Caro João,
Hoje também no Correio da Manhã vem uma entrevista com o Inspector da PJ, Carlos Anjos em que este manifesta claramente que havendo conhecimento dos "nós" que afunilam os julgamentos e os fazem demorar anos e anos nada se faz para os corrigir permitindo que estes deixem de ter qualauer efeito. Há vontade expressa em manter este estado de coisas e a leis que se têm feito vão todas nesse sentido. A Justiça é outro dos pontos onde a seriedade dos legisladores parece estar em causa.
Também aí deviam pensar "bem antes de agir"!!!
Um abraço solidário.
Carlos Anjos,
A Justiça precisa de uma grande clarificação de valores e conceitos, mas tem que ser feita com a colaboração dos seus agentes e não contra eles como pretendeu o ex-ministro que só estragou, começando por hostilizar os Juízes, em vez de os atrair às grandes alterações. Eles sabem, embora queiram manter privilégios, mas em diálogo tudo se resolve com mais eficácia. Além da Justiça, há o sistema de ensino, o da saúde, a segurança interna, as finanças, etc
Há muito que fazer mas nem sempre há saber e honestidade para encontrar as melhores soluções.
Espera-se que um raio lhes ilumine o espírito... ou que os parta.
Abraço
João
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