quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Portugal avesso ao progresso


O seu a seu dono. O artigo de Paulo Martins no Jornal de Notícias, depois de várias notícias sobre a decisão de Manuel Alegre vir a candidatar-se às presidenciais, levanta várias reflexões. A primeira é o factor idade. Se o futuro de Portugal pertence às gerações mais jovens, porque razão o cargo de PR há-de continuar a ser um hobi de reformados para quem o futuro já não tem grande significado? Principalmente num caso em que a saúde já causa preocupações e o coração deve ser poupado a situações de stress e de emoções fortes.

Outra reflexão vem do Extremo Oriente, em que a China, que tem tido um desenvolvimento aproximado dos dois dígitos ao ano, tem procurado dirigentes e governantes do sector que mais a preocupa, tem uma grande percentagem de engenheiros no poder, principalmente engenheiros hidráulicos. Segundo esse critério, Portugal talvez se devesse orientar para os gestores e economistas. Mas alguém que se tem tornado público como bom poeta e declamador dos seus poemas, com voz bem timbrada e colocada, não constitui um trunfo muito válido para se sair da crise e criar um futuro brilhante para os que agora são crianças e jovens.

Em tudo isso, quando se esperava que surgisse alguém com mais ou menos 40 anos, cheio de aspirações para o seu próprio futuro e os da sua geração, eis que se apanha com um balde água fria ao saber que António José Seguro e a estrutura da JS se propõem apoiar Alegre. Fica-se na dúvida de as reflexões anteriores serem desprovidas de lógica ou de a juventude estar mais degradada do que diz a opinião geral dos idosos portugueses.

Neste ponto de que depende a imagem de vitalidade do País, verifica-se que, ao contrário do que se diz quando se afirma haver na humanidade conflito de gerações, em Portugal tal conflito não existe por falta de comparência da parte mais jovem. Parece que os jovens nasceram já com o vício de que «a política é a arte do possível», que o melhor é «não fazer ondas» e alinhar nas tácticas de intriga e tricas inter-partidárias, olhando apenas para o umbigo e aceitando que o destino e algum santo tratarão do futuro. Com isto, as perspectivas do amanhã são cada vez mais negras.

6 comentários:

Roberta de Souza disse...

Os Jovens que entram para a política parece que são treinados para isso né?

Bj
Beta

A. João Soares disse...

Cara Beta,

F*Talvez não se possa chamar treino, mas apenas uma aprendizagem por contacto, dos vícios dos mais velhos seus familiares ou amigos dos familiares e a quem se procura agradar a todo o momento, criando hábitos de invertebrado tipo característico dos Yesmen. E assim vão subindo e, quanto têm poder de decisão, usam de muito sadismo, abusando do poder na opressão e exploração dos cidadãos. Claro que admito que haja eventuais excepções.
São fruto dessa «escola» os responsáveis pela colocação de sinais de trânsito referidos no post Sinalização rodoviária desajustada

Beijos
João

Luis disse...

Caro João,
Quando dizes "Neste ponto de que depende a imagem de vitalidade do País, verifica-se que, ao contrário do que se diz quando se afirma haver na humanidade conflito de gerações, em Portugal tal conflito não existe por falta de comparência da parte mais jovem. Parece que os jovens nasceram já com o vício de que «a política é a arte do possível», que o melhor é «não fazer ondas» e alinhar nas tácticas de intriga e tricas inter-partidárias, olhando apenas para o umbigo..."
Estes são os "JOTAS" interesseirões que pretendem subir na vida através dessas tricas e politiquices que não levam Portugal a bom porto! Claro que esse são os "BOYS" que os partidos formam e "compram" para sobreviverem! Mas até isso acabará um dia!
Quanto aos outros jóvens começam-se a cansar dessas "manobras" e já começa a não haver mais empregos para os "boys", felizmente!
A JUVENTUDE SENSATA E COMPETENTE AO PODER!!!
Um abraço amigo.

Zé Povinho disse...

A política sofre com maus políticos e os partidos têm produzido muitos desses exemplares.
Alegre avançou sem acautelar ficar independente do apoio dos partidos, quaiquer uns.
Abraço do Zé

Anónimo disse...

Com tanto palhaço na política e no governo, só fará boa figura um grande palhaço na Presidência - dirá a esquerdalhada.

Num país transformado em circo onde os actores políticos (palhaços) representam papéis partidários para entreter a sua facção do povo, não podemos ter grandes espectativas, a não ser o grande volume de merda que irão fazer, olhando para o passado e aplicando o método matemático da indução.

A Mal da Nação!

A. João Soares disse...

Caros Luís, Zé Povinho e Zorro,

Os vossos comentários convergem num ponto negro em que o País caiu. Como dizia a canção «tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é» o nosso fado.
O que interessa aos portugueses é que se recupere depressa deste marasmo. Não há ideias concretas, nem métodos, nem objectivos, nem tácticas para o sucesso. E quando as houver, o poder reage violentamente na defesa dos seus privilégios. Os actuis jovens e crianças serão as víotimas do actual descalabro. Por iso é que seria um sinal de vitalidae, aparecerem jovens bem formados a candidatar-se a lugares de valor nacional.
Veremos se não será possível evitar a utilização de miniaturas dos Jerónimos como fizeram ao Berlusconi!!!

Abraços
João