domingo, 24 de janeiro de 2010

Passos Coelho uma hipótese de futuro

De tudo o que aqui tem sido dito sobre a necessidade de encarar a sério a preparação de Portugal para o futuro, atendendo a que o porvir interessa mais aos jovens do que aos idosos no fim da carreira activa ou no fim da vida, e dado o sempre latente conflito de gerações, é previsível que Pedro Passos Coelho se tenha que debater com as ainda poderosas forças do grupo do reumático que se considera dono do partido que tão mal tem tratado nos últimos tempos.

Um indivíduo septuagenário dificilmente pode contar com mais 20 anos de vida saudável e de influência, ao passo que um que ande pelos 40, na mesma ordem de ideias, pode contra com mais 50. Isto mostra que o mais jovem tem muito mais interesse do que o idoso em preparar um futuro de progresso, seguro e com bem estar, de que ele beneficiará. O idoso, quanto ao futuro, deseja que não lhe faltem sopas e descanso no resto da vida.

Pode dizer-se que ao mais jovem falta experiência política, mas isso significaria que seria virtude continuar a vida dos recentes anos em que a degradação tem sido acelerada. Já ninguém evita falar de corrupção, enriquecimento ilícito, tráfico de influências, etc. e os políticos em plena AR, perante os olhos do povo através da TV, não se poupam a insultos mútuos. É a isso que chamam experiência política? Poderá ser experiência mas para esquecer, para apagar da memória.

Por isso, quanto mais inocente e virgem for um candidato a cargos públicos, mais garantias oferece de poder vir a criar um Portugal melhor do que o actual. Terá, sem dúvida, de possuir qualidades de inteligência, perspicácia, sentido de Estado, dedicação aos interesses nacionais, para analisar os problemas e resistir ás pressões do grupo do reumático. Este, convicto da sua velha «experiência», tudo fará para abater o jovem dirigente. No PSD, essa tem sido a regra, frequentemente abatem um para lá colocarem o supra-sumo, mas no dia seguinte à posse logo se inicia a campanha para a sua eliminação. Aconteceu com Santana Lopes, Marques Mendes, Filipe Menezes e agora com Manuela Ferreira Leite. Para onde irá um tal partido que, em vez de um bloco de granito não passa de um monte de brita?

Para bem do Partido e também de Portugal, já se ouvem vozes sensatas como «Aguiar Branco: Passos Coelho é “um bom candidato”» e «Menezes: tem a “convicção” de que Passos Coelho vai ser o próximo líder».

7 comentários:

Anónimo disse...

Embora eu tenha perdido a fé há muito,
e não sendo a apresentação do livro "Mudar" muito longe do Restelo, estive na sala Almada Negreiros no Cais da Rocha.
Não batendo palmas nestas circunstâncias, quando ouvi o autor sobre o que faria no PSD quanto ao OE em vias de aprovação, soltei para mim um «bravo».
A ver vamos.
Bmonteiro

Luis disse...

Caro Amigo João,
Gostava que a "brigada do reumático" dos diversos partidos começasse a retirar-se para as suas casas e deixasse os mais jovens iniciarem os seus primeiros passos na política! Não via com maus olhos que um ou outro dos "velhotes" (dos sérios) os supervisionasse para que eles não caíssem em "facilidades"! Mas quem é que tendo o poder na mão o vai dar a outro? Nem o Pai faz isso ao Filho com facildade quanto mais neste caso... Mas a "vassourada" tem que ser dada e quanto antes!
Quem se atreve a pegar na "vassoura"?
Um forte abraço.

A. João Soares disse...

Caro Barroca Monteiro,

Afinal o amigo é mais optimista qdo que eu. Não acredito em promessas de políticos nem em palavras bonitas que cantem, mesmo que com voz de vate épico!

Neles só acredito que não mintam quando trocam mimos como os que a TV da AR nos mostra com demasiada frequência. Eles conhecem-se bem e se o dizem todos uns contra os outros, devem falar verdade porque se conhecem bem!

A minha esperança nos jovens assenta em que não poderão fazer pior do que os do reumático têm feito nos últimos tempos. Por outro lado como têm muitos anos de vida à sua frente será para o seu próprio futuro que trabalharão, assim o saibam e não lhes falte a sensatez, competência e coragem.

É altura de os velhos do Restelo meterem a viola no saco e deixarem de derrubar presidentes do partido logo após a posse. Que vão brincar para o inferno, porque quem sai mais prejudicado é Portugal e os portugueses.

Um abraço
João

A. João Soares disse...

Caro Luis,

Tens que ir para as modernas tecnologias. Agora com eles já não se usa a vassoura, que foi substituída pelas miniaturas de catedrais que fazem de escova de dentes!

Dizes que os do reumático não querem largar os tachos, mas opu os jovens têm força para lhos arrancarem de forma a melhor servirem os cidadãos, se não forem capazes então que vão com eles para o inferno, novos e velhos juntos, e contrata-se um político estrangeiro, como a selecção de futebol costuma fazer e o Governo fez para a TAP. Com soluções desse tipo Se os contratados forem bem escolhidos passaremos, dentro em breve, a ser um País de nível europeu.

Um abraço
João

Anónimo disse...

«não poderão fazer pior do que os do reumático têm feito nos últimos tempos»
Curioso, exactamente o que eu dizia a alguns capitães, nos últimos anos no activo:
vejam lá se fazem melhor.
De facto há momentos, em que pior é difícil.
Bmonteiro

CASTANHEIRA BARROS disse...

Em vez do corte geracional de que se está a fazer a apologia neste artigo defendo um projecto intergeracional para o PSD, em que todos , sem excepção sejaqm chamados a intervir .
A Alemanha foi reconstruída no post-guerra graças ao esforço conjunto das várias gerações ( e ao plano Marshall claro ).
Há sempre pelos menos 3 gerações em cada momento da vida humana. Querer segregar uma delas é negar a realidade do papel que cada uma desempenha em cada momento da história .
Contribuam com ideias válidas para reabilitar o Partido ou então saibam calar-se .
Ficava-lhes bem também denunciar o boicote que está a ser feito por certa comunicação social à minha candidatura à Presidência do PSD, porque sou um candidato incómodo para Sócrates e para as sociedades secretas .
Castanheira Barros - www.castanheira.net

A. João Soares disse...

Caro Castanheira Barros.

É uma honra para este modesto espaço ter a surpresa do seu comentário que agradeço.

Não me cabe nem é meu objectivo tomar partido ou tentar pressionar as opções de cada um. De entre os 2006 posts deste espaço, uma boa parte tenta incentivar os jovens a interessar-se pelo que se passa e a participar no futuro de Portugal de que eles serão os principais beneficiados. Não defendo os conflitos geracionais e concordo consigo quando defende «um projecto intergeracional para o PSD, em que todos, sem excepção sejam chamados a intervir».

Isso seria muito desejável, mas a realidade do partido tem sido a segregação sistemática, obsessiva, não se sabe de quem nem porquê. Parece haver uma ebulição de uns pares de «donos» do partido que estão sempre de espada afiada para abater o líder recém-eleito, apesar da forma como foi escolhido.

Custa-me ver um dos principais partidos do leque político português ser vítima de ambições pessoais que nada ajudam Portugal.

Desejo que se for o escolhido, consiga realizar o seu projecto e calar aqueles que nada de útil têm para dizer. A união faz a força e, para isso, é preciso acabar com caprichos e teimosias e com o prazer de alguns serem do contra, porque sim.

O líder deve agradecer todas as ideias e sugestões positivas que contribuam para a boa gestão dos problemas nacionais, mas não deve ser pressionado obstinadamente para soluções contrárias aos interesses do País e à estratégia correcta do partido.

Embora não faça aqui apologia de qualquer candidato ou projecto, gostava que aparecesse mais vezes por aqui.

Cumprimentos
João