segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Haja optimismo para 2010 !!!

Considero que o optimismo é saudável, em conformidade com o post «A saúde depende dos pensamentos e das palavras» e, por outro lado, o 2009 foi tão mau que o 2010 dificilmente poderá ser pior.

Porém, reconheço que as perspectivas não são animadoras, com a teimosia nos investimentos megalómanos, o desprezo pelas pessoas, os discursos balofos e a engorda do governo ( o Gabinete do Ministro da Defesa Nacional e o Gabinete do Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar admitiram nada menos que 26 altos funcionários entre adjuntos e assessores), em pano de fundo.

Mas não ponho fora de hipótese haver um «milagre» que anule o pessimismo do artigo que transcrevo a seguir.


Pior é bem possível
Correio da Manhã. 28 Dezembro 2009. Por António Ribeiro Ferreira

Em 2010, José Sócrates vai tentar, custe o que custar, recuperar a maioria absoluta. Dito isto, é de temer o pior do ano que aí vem.

O ano de 2009 está a acabar. Para muitos é um alívio. Principalmente para os muitos milhares que ficaram desempregados, para os que ficaram sem casa própria, para os que viram os seus níveis de endividamento atingirem valores incomportáveis, para os empresários falidos, para os muitos que caíram na pobreza e também para os milhares que só sobrevivem à conta de subsídios do Estado. Estas desgraças, na sábia opinião do senhor presidente relativo do Conselho e do seu partido, só aconteceram devido à crise internacional.

Como agora se sabe, quando as águas estão a voltar ao normal e deixam a nu uma miserável realidade, as culpas atiradas para cima da crise não passam de patranhas que o Governo do senhor presidente relativo do Conselho repetiu mil vezes na vã tentativa de as transformar em verdades. O ano de 2009 também ficou marcado por três eleições. Nas Europeias ganhou o PSD, nas Legislativas o PS, sem maioria absoluta, e nas Autárquicas de novo o PSD, com menos mandatos e menos câmaras. No fundo, depois de tantas campanhas, de tantos milhões atirados à rua e de tantos votos, ficou tudo exactamente na mesma. Melhor ainda. Ficou tudo pior. E se de política estamos conversados, com o PSD em estado de pré-coma, na Justiça as coisas chegaram a tal ponto que é legítimo a qualquer indígena deste sítio pobre, deprimido, manhoso e cada vez mais mal frequentado duvidar seriamente da independência dos mais altos responsáveis da dita, isto é, presidente do Supremo Tribunal de Justiça e procurador-geral da República.

Hoje em dia, qualquer decisão, despacho ou investigação está, à partida, sob suspeita. Tanto no Freeport como na Face Oculta, destapa-se a tampa e o cheiro é verdadeiramente nauseabundo. E se 2009 foi uma desgraça, é escusado andar por aí a desejar um bom ano de 2010. Não será melhor para os desempregados, para os pobres, para os falidos. É até bem possível que a esta legião de desgraçados se juntem mais uns tantos milhares. Com uma agravante. O Estado está a caminho do buraco com as políticas irresponsáveis e, em alguns casos, criminosas do Governo do senhor presidente relativo do Conselho. E do ponto de vista político, José Sócrates vai aproveitar o ano que aí vem para manter um clima de guerrilha com tudo e com todos, mesmo com Cavaco Silva, para tentar, custe o que custar, recuperar a maioria absoluta. Dito isto, é de temer o pior do ano que aí vem.

António Ribeiro Ferreira, Jornalista

2 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Não sendo pessimista não deixo de dar razão ao autor do texto. Com o actual presidente relativo do conselho de ministros tudo é possível! Que mais nos irá acontecer???!!! Espero que 2010 seja o seu FIM...para nosso BEM, mas tem que aparecer um D. Sebastião pois os actuais que se perfilam para o seguir são "MAIS DO MESMO"!!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Com este sistema em que vivemos, nada de bom virá. Podem mudar alguma caveiras, mas são todas ocas, sem nada de novo. Estão todos viciados neste sistema, que lhes é favorável, a curto prazo, pois não pensam nos filhos nem nos netos, nem, em suma, em PORTUGAL.
O caso Berlusconi deve ser bem meditado.

Um abraço
João