segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pobreza urbana carece de urgente atenção

Diz o título da notícia do JN «Eles vivem no lado errado da cidade» e outra explica o fenómeno «Radiografia de uma freguesia periférica onde sobram problemas»
Na zona oriental do Porto, ainda há quem durma em barracos, faça as necessidades no balde e tome banho em bacias. Uns pedem para comer, outros suplicam por casa. Miséria e ambições de famílias que moram para lá da Circunvalação. (…)

No final de 2007, havia 232 ilhas só naquela fatia de cidade, ocupada pela freguesia de Campanhã. O pior fica para lá da Circunvalação, em locais remotos como Azevedo de Campanhã e Pêgo Negro. Por ali, a água não chega a muitas habitações, a luz ilumina poucas ruas e de saneamento nem se fala. Praticamente não há serviços, faltam equipamentos sociais. A instalação de uma simples caixa multibanco já foi pedida há anos, conta o presidente da Junta de Freguesia, Fernando Amaral. (…)

Em contrapartida, fala-se com muita ênfase em investimento público, mas este carece de ser analisado em todos os seus factores muito além do endividamento. Há vários exemplos de países que se desenvolveram sem muitas auto-estradas nem comboios rápidos, teimosamente construídos para negócios dos construtores «amigos».
Há que olhar para a necessidade da população em criação de bem-estar e melhores condições de vida. e desenvolvimento produtivo.. As pessoas devem ser sempre o primeiro objectivo, o fim prioritário de qualquer decisão governamental. O País precisa de produzir para exportar a fim de equilibrar a balança comercial e a de pagamentos.

Investimento público não é apenas TVG, aeroportos, auto-estradas mas, prioritariamente, criar ou melhorar as instalações da Justiça, as escolas, os hospitais, a habitação social, os lares para idosos, as condições de operacionalidade de bombeiros e polícias, de tratamento de lixos, águas, electricidade, portos e costas, matas do Estado, prevenção dos fogos florestais, etc.

Mas quanto a estes investimentos que são criativos de riqueza e de bem-estar, os governantes não sentem atracção, porque são disseminados e de pouca monta o que não traz os benefícios referidos nas operações FURACÂO, FACE OCULTA, FREEPORT, etc, etc.
Não podemos ter ilusões. É preciso abrirmos os olhos. O homem é um ser imperfeito e parece que não vão para a política os menos imperfeitos. Errar é humano e, nesse aspecto, os políticos deviam ser menos humanos, deviam errar menos.

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