sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Estado desconhece o seu património imobiliário

Sócrates disse que «está com vontade de servir o país», mas parece que nem ele nem os seus antecessores tiveram verdadeiro interesse em «desempenhar com lealdade as funções que lhes foram confiadas». De outro modo não leríamos agora a notícia «Estado ainda desconhece número e valor dos seus imóveis» que nos levanta muitas interrogações, das quais saliento à primeira vista as seguintes:

O que significa isto?
Será que os governos terão tido sinceramente «vontade de servir o País»?
Terão os governos escolhido para os altos cargos da administração pública as pessoas mais competentes?
Qual a percentagem dos assessores que enxameiam os gabinetes que foram escolhidos pela sua competência?
Qual a razão de as nomeações não serem precedidas de concurso público isento a fim de serem escolhidos os melhores?
Porque teimam os governantes em nomear os seus amigos, os coniventes, os «yes men», só porque o são?
Porque não foi ainda estabelecido um rigoroso sistema de combate à incompetência, à corrupção e ao enriquecimento ilícito?
Porque não há para cada função uma clara definição de tarefas e responsabilização pelo seu não cumprimento?
Com as actuais lacunas, PORTUGAL tem sido prejudicado, e quem foram e são os beneficiados?

O esclarecimento destas e de outras dúvidas poderá conduzir à melhoria do funcionamento da estrutura do Estado, não apenas quanto ao património imobiliário mas também a todos os restantes sectores públicos.

2 comentários:

Anónimo disse...

"Administrar* muitos, é tão simples como administrar poucos. É apenas uma questão de organização»
*Ou governar.
Impensável, é que entre os licenciados dos pp, alguém tenha lido Sun Tzu.
Todos ao nível das 'novas oportunidades' manhosas.
Cumprimentos
BMonteiro

A. João Soares disse...

Caro B Monteiro,

Realmente é apenas uma questão de organização, método de trabalho, sentido das responsabilidades e dedicação à execução das tarefas. Enfim, uma questão de cultura, de controlo, de fiscalização.
Mas no ensino não se procura desenvolver o amor à excelência, ao bom desempenho. Tudo é permitido ´, facilitado, desculpado. O que é preciso é evitar os chumbos para não estragar as estatísticas.

Um abraço
João