domingo, 13 de dezembro de 2009

Ambiente. Um recurso a preservar seriamente

Estando neste momento a funcionar a cimeira de Copenhaga sobre as alterações climáticas e a necessidade de preservar o ambiente, são oportunas todas as chamadas de atenção tendentes a consciencializar os cidadãos para este problema de enorme importância para a vida das gerações mais jovens e as vindouras. Por isso se transcreve o seguinte texto

Pela dor ou pelo amor

Não é pela força que uma pessoa se torna ambientalista. Trata-se de uma mudança de padrão de vida que vai gerar frutos a médio e longo prazo
Com tantas notícias graves envolvendo o meio-ambiente pelo mundo, pode-se dizer que toda ação ambiental, por menor que seja, é bem-vinda. Venha de onde vier, será sempre “lucro”.


Em qualquer oportunidade de contato com públicos diversos em que o tema seja abordado, creio que pelo menos uma pessoa sairá motivada ou inspirada para pesquisar mais sobre o as questões ambientais. Nem todos sairão plantando árvores ou substituindo todos os itens de sua casa por outros “verdes”, mas alguma transformação deve acontecer.

Um exemplo a ser citado são as empresas sustentáveis (ou consideradas assim) que procuram aplicar esse conceito em ações simples, como reduzir consumo de energia e água, praticar a coleta seletiva ou treinar e capacitar seus funcionários para um mundo mais verde. O setor de construção civil pode erguer ou reformar um imóvel com itens ecologicamente corretos, desde a compra de materiais, a contratação de mão-de-obra local e propor, ao término da obra, a continuidade dessa visão.

Isso não quer dizer, necessariamente, que todas pessoas sairão destas palestras ou treinamentos ambientalistas, no sentido mais amplo da palavra.

Muitos alegam que, devido à atualidade que o termo sustentabilidade representa, ela é tratada apenas como um negócio. Em alguns casos, pode ser. Mas o que importa é a ação, a postura, a prática, a vontade, mesmo que o objetivo seja comercial. O foco principal é que algo está sendo feito por um mundo melhor. No final, o resultado é louvável.

Uma empresa solicita a visita de uma consultoria ambiental no caso de sofrer uma pressão dos consumidores, quando é autuada por um órgão fiscalizador, quando a matriz exige mudanças nos padrões de fabricação e compra de matéria-prima, mas raramente por uma visão ecológica do negócio. Na maioria das vezes, a motivação financeira predomina, já que a associação de uma marca a práticas sustentáveis reforça o marketing ecológico. Ainda assim, as vantagens existem.

Claro que seria magnífico se as empresas se importassem de forma sincera com o meio ambiente e nenhuma se dispusesse a exibir uma certificação ambiental que na prática não saiu do papel. No entanto, a informação é um importante fomento das causas ambientais. O fato de a empresa implantar práticas mais verdes na sua rotina faz com que funcionários e consumidores tenham acesso a novidades.

Há várias formas de comunicar esse conceito: eventos, comunicados, reuniões ou palestras sobre meio ambiente para os funcionários, chamando a atenção para as necessidades e dilemas ambientais do presente e as possíveis mudanças no cotidiano. Por exemplo, trocar idéias sobre como ter práticas mais saudáveis e sustentáveis e incentivar a formação de comissões internas para decidir essas práticas. Outras, com pouco custo e muito efeito, como disponibilizar textos sobre meio ambiente no site da empresa; implantação de programa de coleta seletiva para funcionários, colaboradores e fornecedores; buscar tecnologias para aproveitar a luz natural e economizar água.

Cada situação citada pode levar as pessoas a pensar sobre as questões ambientais que preocupam e não poupam nenhum país deste mundo. Longe de ser os antigos “ecochatos” da década de 80 ou meros ativistas verdes, precisamos no momento de ação – e não de falsos pragmatismos.

O Governo tem criado as regras do jogo para as empresas e para a sociedade como um todo. São leis e decretos instituindo a coleta seletiva, proibindo o corte de árvores nativas e medidas para amenizar a poluição e a devastação em todas as suas formas. Sim, isto é muito bom. Pode parecer ingenuidade ou irresponsabilidade, mas várias sementes de consciência ambiental estão sendo plantadas. Não é pela força que uma pessoa se torna ambientalista, pois de certa forma implica em criar hábitos e pequenos sacrifícios diários. Trata-se de uma mudança de padrão de vida que vai gerar frutos a médio e longo prazo. Conheço pessoas que fumam, mas têm uma postura em relação às questões ambientais mais contundentes que muitos ecochatos. Existem por aí muitos lobos em pele de cordeiro e no ambientalismo não é diferente.

O meio ambiente carece de práticas, de ações sustentáveis. Cuidar do lugar em que vivemos é, sim, uma obrigação moral. Ou alguém aí pretende beber água contaminada, comer um alimento tóxico, ter problemas respiratórios pela poluição do ar, tampar o nariz ao ver um lago (quando poderia mergulhar nele) e andar várias quadras sem ver uma árvore adulta sequer? Quem quer ser adepto não é preciso nem sair de casa. Pode começar eliminando a prática de lavar a calçada com mangueira. Todos podemos ser ambientalistas por ações e não apenas por formação ou por ser membro de uma entidade de defesa dessa causa. Pequenas ações vão despertar o ambientalista que existe em você.

Jetro Menezes

Publicado por Leonardo no blogue Amigos de Freud

3 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Claro que tudo o que se fizer em prol da melhoria do Ambiente deve ser seguido e elogiado, pois "grão a grão enche a galinha o papo" e ainda "Roma e Pavia não se fizeram num dia", como diz o nosso Povo sábio!!!!
Um abração.

Maria Letr@ disse...

Meus amigos, João e Luís,
Estou atrazada no meu comentário e, portanto, como já sabemos o que aconteceu ..., não precisarei de dizer muito mais. Tiremos um lado positivo daqui: muito mais gente está a acordar para este desastre ecológico que está a acontecer já e, portanto, poderá acontecer como está a acontecer com a medicina, por exemplo, em que cada vez mais pessoas estão a recorrer à medicinal alternativa, negligenciando (sempre que possível), os interesses dos laboratórios. Seria bom que, ao sermos nós TODOS a tomar consciência do que DEVEMOS fazer, deixaremos isolados os que não querem colaborar. Sabemos, é certo, dos perigos que corremos se os responsáveis pelo nosso destino não tomarem fortes medidas de decisão e consequente actuação, mas mais não poderemos fazer do que dar o nosso exemplo e alertar consciências, já que o grande poder, se não fôr contrariado, está neles.
Maria Letra

A. João Soares disse...

Querida Amiga Mizita

A sociedade ou, em sentido mais lato, a humanidade está sistematicamente em alteração por força de pressões do capitalismo selvagem. O Presidente Eisenhower já alertava que o complexo industrial militar criado durante a II Guerra Mundial em que foi de grande utilidade na obtenção da vitória, não se iria deixar apagar e seria um factor de pressão muito forte. E tem sido ele que empurrou os poderes políticos paras as diversas guerras menores ocorridas nestes últimos sessenta anos, por todo o mundo.
O complexo industrial militar dominando as comunicações com a Internet e unido aos bancos, e as grandes empresas multinacionais são a alma do grupo Bilderberg. Dominam e condicionam as grandes decisões dos políticos, como acontece concretamente no caso das medidas a tomar para evitar as alterações climáticas. E
em tudo isto, os órgãos da comunicação social têm um papel importante pelo que o grupo tem em posição de destaque os proprietários das grandes empresas deste sector. Não é por acaso que, de Portugal, o único elemento permanente do grupo é o Dr Balsemão pela sua influência na Comunicação no País.

Nada acontece por acaso. E estes poderosos têm seguido a sua estratégia sem inflexões, a não ser para melhor explorarem o sucesso de cada caso.
E o povo continua mansamente a aceitar todos os sacrifícios que lhes são impostos e a fechar os olhos e não reagir com mais visibilidade. Felizmente, quanto à cimeira de Copenhaga, houve uma pressão pública muito interessante.

Estou esperançado que os povos intensifiquem o seu espírito crítico e pressionam os políticos e que estes abram os olhos, para a sua forma de governar e não queiram que o povo repita o caso de agressão a Berlusconi, e outros mais antigos como John Kennedy 22-11-1963, Anwar el Sadat (6-10-1981), Indira Gandhi (31-10-1984), Olof Palme (28-2-1986), Rajiv Gandhi (21-5-1991).

Beijos
João