O ambiente sócio-político está conturbado, mesmo apesar das distracções tácticas do futebol e das Scuts.
No artigo Trapalhadas António Freitas Cruz refere as «assacáveis ao primeiro-ministro, pois essas (como todos sabemos) o acompanham desde sempre, dentro e fora da vida política. Estava a lembrar-me apenas das que gravemente afectam a governação desorientada que temos tido.
«Nem é preciso alinhar exemplos: não haveria impertinência que chegasse para registar os disparates dos últimos tempos, anúncios de manhã com desmentidos à tarde, resoluções tomadas num dia e negadas no seguinte - que sei eu?!
«Pior ainda, a moléstia alastrou à Oposição: numa semana dizem o pior das medidas governamentais e na semana seguinte votam contra propostas supostamente destinadas a corrigi-las. E inversamente!»
Por outro lado no artigo Assim vai a cooperação estratégica, José Leite Pereira, ao referir-se à crispação entre o PR e o PM diz que «antes de mais, Cavaco Silva, sendo Presidente da República, não pode pactuar com uma situação insustentável. Tem de agir. Nem que isso signifique demitir o Governo. Depois, não adianta a Cavaco dizer que se pauta na vida pública por honestidade e por verdade.» E também « Dir-se-á que não faria mal o primeiro-ministro reconhecer alguns erros, ou a inconsequência de algumas medidas. Certamente não. Mas o facto de isso não suceder não deveria ser tentação suficiente para Cavaco Silva vir a público falar como um dirigente da Oposição.»
Neste tema, como no ditado, não há dois artigos sem três, e o terceiro, «Soares considera que Presidente da República deve dar sugestões construtivas», tem o tema bem resumido no título. Segundo ele, do PR, «espera-se que, quando muito, ele diga às pessoas e sobretudo ao Governo e aos partidos o que é que eles devem fazer, o que ele pensa que eles devem fazer. Dar sugestões úteis e construtivas» (…)
Realmente, é pena que Cavaco não tenha colocado ao serviço do País, de forma prática e útil, os seus conhecimentos de Economia e de Finanças e a sua experiência de professor, na orientação do PM na melhor procura de soluções para enfrentar os sinais anunciadores da crise e, depois de esta brotar, lhe pôr fim com rapidez e eficiência.
Neste momento, Portugal precisa de uma reestruturação profunda para poder recuperar e preparar um futuro prometedor. Para isso, são necessários bons cérebros como diz Attali na entrevista constante de A crise está a começar. O de Cavaco, no lugar de responsabilidade que ocupa não pode ser dispensado, sob qualquer pretexto.
Imagem da Internet.
domingo, 27 de junho de 2010
Cooperação estratégica é indispensável
Publicada por A. João Soares à(s) 17:19
Etiquetas: crise, governar, reestruturar
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2 comentários:
Caro João,
Realmente Cavaco Silva tem-se demitido pois já deveria ter tomado decisões pertinentes a fim de minimizar a crise que se tem avolumado por falta de decisões adequadas! Há que acabar com as "trapalhadas"!!!
Um abraço amigo.
Caro Luís,
O Cavaco sofre de grande timidez que o faz ocultar sob os tabus, ou detrás do pedaço de bolo, ou de frases enigmáticas que podem dizer o que nós quisermos. Devia usar do seu saber de Economia e Finanças e da sua experiência de professor, para convencer o PM a tomar as medidas mais eficazes.
Neste aspecto Fernando Nobre já foi mais cle«aro na análise da crise actual e na listagem de tarefas a levar a cabo pelo Governo.
Precisamos de pessoas sensatas e amantes de Portugal que falem claro e digam o que é necessário, de forma descodificada.
Um abraço
João
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