Depois do post O amiguismo alargado, em que eram referidos três «amigos», Vítor Barros, Rui Simplício, Maria Leal Monteiro, surgiu a notícia Trânsito de ex-governantes sem controlo político
que mostra que, para os políticos as leis nem sempre são válidas, mas apenas uma vaga ideia, uma ilusão.
Com efeito, o artigo 5.º da Lei das Incompatibilidades diz o seguinte: "Os titulares de órgãos de soberania e titulares de cargos políticos não podem exercer, pelo período de três anos contado da data da cessação das respectivas funções, cargos em empresas privadas que prossigam actividades no sector por eles directamente tutelado, desde que, no período do respectivo mandato, tenham sido objecto de operações de privatização ou tenham beneficiado de incentivos financeiros ou de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de natureza contratual." Mas não está definido qual é a entidade com competência para fiscalizar o "trânsito" dos ex-membros do Governo. Portanto ninguém controla, ninguém responsabiliza.
E, assim, o artigo cita:
- Castro Guerra, secretário de Estado da Indústria e da Energia na primeira legislatura de Sócrates (2005-2009). Há semanas foi noticiado que iria presidir à administração da cimenteira Cimpor, indicado, entre outros, pela Caixa Geral de Depósitos (e a Camargo Corrêa, a Votarantim Cimentos e Investifino).
- Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, soube-se há dias que foi nomeado pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, para presidente da Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva.
- Mário Lino, ex-ministro das Obras Públicas, soube-se recentemente que foi nomeado para o conselho fiscal da área de seguros da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
- Filipe Baptista, ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, foi colocado na Anacom, entidade reguladora das telecomunicações.
- Ascenso Simões, ex-secretários de Estado das Florestas, foi colocado na ERSE, entidade reguladora do sector energético.
- Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação, foi nomeada para presidente da FLAD.
Imagem da Internet.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
O amiguismo por outra óptica
Publicada por A. João Soares à(s) 18:11
Etiquetas: ética, sentido de Estado, sentido de responsabilidade
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5 comentários:
Caro João,
"Eles" são aí colocados como "paga" das "ajudas" dadas...
É a corrupção no seu melhor!!!
Um abraço amigo.
Caro Luís,
É mesmo isso, a troca de favores, o tráfico de influências, a corrupção sem entrega de malas cheias de notas. Um bom tacho é mais interessante do que uma mala de notas!!!
Mas ficava-lhes bem cumprirem uma lei que foi feita por eles. Só que a lei não foi completada com o sistema de controlo!!! Por acaso? Claro que não foi um lapso do acaso, porque se o fosse já tinha sido publicada uma alteração!!! Foi intencional e é intencional manter essa omissão que lhes é favorável.
Um abraço
Só imagens
O povo precisa de dirigentes, tem que pagá-los, e se os quer bons, tem de pagar muito.
Caro Taxi Pluvioso,
Inteiramente de acordo. Precisamos de encontrar dirigentes, isto é pessoas capazes de dirigir, sem choques ou colisões, nem derrapagens, nem despistes. E quando se encontrar bons dirigentes que evitem as crises, ou que saibam atenuar os seus efeitos, por-lhes termo e evitar que se repitam, então é preciso remunerá-los justamente.
Para os que se armem em dirigentes sem saberem sê-lo, só há que lhes aplicar o respectivo detergente, insecticida, pesticida, na dose adequada para que deixem de explorar o povo já demasiado cansado de ser alvo de «acção directa» aos seus suores, porque já nada mais tem.
Abraço
João
Sobre este tema, há interesse em ler a notícia PCP pondera alterações à fiscalização de altos cargos que se refere concretamente a CASTRO GUERRA.
e a notícia Assessor dirige firma de chips.
É bom sinal haver preocupação de moralizar a vida nacional ao nível de quem deve servir de exemplo.
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