domingo, 27 de junho de 2010

Promiscuidade entre política e empresas

Depois dos posts O amiguismo alargado e O amiguismo por outra óptica, surge agora a notícia Assessor dirige firma de chips que torna público que «um assessor do secretário de Estado Paulo Campos deixou o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para assumir o cargo de administrador executivo em Portugal da Q-Free, empresa fornecedora dos chips de matrícula que o Governo queria usar nas Scut.

«Pedro Bento foi assessor do governante até que, em Outubro do ano passado, passou para a administração da empresa pública que gere o sistema de pagamentos nas auto-estradas. O gestor pediu uma licença sabática em Janeiro último, e, em Março, assumiu a direcção da representação portuguesa da marca norueguesa que forneceu os equipamentos electrónicos instalados nos pórticos das três Scut que vão ser portajadas e os controversos chips.

«Esta não é, porém, a primeira vez que um ex-assessor de Paulo Campos se vê envolvido em polémica. Em 2006, Vasco Gueifão, um dos fundadores da F9 Consulting – empresa a quem foram adjudicados por ajuste directo estudos sobre a introdução de portagens em três Scut –, foi nomeado para assessor na Secretaria de Estado, mantendo o vínculo à consultora.»


Outra notícia, PCP pondera alterações à fiscalização de altos cargos, evidencia que já há sensibilidades nas bancadas da AR, pelo menos de um partido, para esta mistura de interesses, simultâneos ou alternados, na mente de servidores públicos em cargos de responsabilidade ou de influência nas decisões governamentais. À mulher de César não basta ser séria; é preciso também parecer.

Imagem da Internet.

4 comentários:

Zé Povinho disse...

Ética e política parecem ser incompatíveis neste cantinho, que fede até mais não.
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Caro Zé Povinho,

E sem ética é impossível viver em sociedade, e muito menos gerir um País. Falta-lhes sentido de Estado, sentido de responsabilidade, sem noção dos deveres que têm para com os cidadãos, contribuintes, eleitores, sem respeito pelo dinheiro público.

Enfim, não são uma elite de que o povo se possa orgulhar, cujo exemplo deva ser seguido.
Não governam o País, governam-se a si próprios e defendem os interesses próprios dos ses cúmplices, apaniguados, coniventes, companheiros do bando.

No post seguinte, Fernando Nobre, aponta soluções. Haja políticos sérios, honestos, dedicados ao País e com coragem moral e intelectual para tomar as decisões correctas.

Um abraço
João

Luis disse...

Caro João,
A Ética , como os demais Valores, tem que presidir a quem nos governa, caso contrário nunca mais há credibilidade nas decisões que são tomadas. Há quem tenha qualidades para as tomar é só ter vontade em os ir buscar!!!Ernâni Lopes já deu o mote...
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Na prática não será fácil colocar no governo pessoas isentas dos vícios já tradicionais. O regime presta-se ao amiguismo ao compadrio.

Seria bom que todos os partidos concordassem num código de ética em que entre outras coisas constasse qual é a meia dúzia de lugares públicos a ocupar por nomeação política, devendo todos os outros ser preenchidos por concurso público.

Com esse método ou com outro, o País precisa de uma profunda reforma para credibilizar a política e para gerir de forma eficiente o dinheiro dos contribuintes.

Um abraço
João