Estou a ouvir o toque de silêncio nas cerimónias do 10 de Junho presididas por Sua Excelência o Presidente da República e medito no que seria esta cerimónia no próximo ano se fosse presidente o locutor da Rádio de Argel a quem se deve a morte de alguns daqueles falecidos em combate a quem neste momento se presta homenagem.
Valerá a pena meditar neste pormenor nacional da história recente e no momento futuro próximo de que nestes dias se fala.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
10 de Junho
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5 comentários:
Caro João,
É necessária pressão também aí em Portugal para que se prendam os assassinos deste jovem.
http://devaneiosaoriente.blogspot.com/2010/06/10-de-junho-pragmatismo-e-diplomacia-ou.html
Ajudem, pf.
Um abraço
Caro Amigo Pedro Coimbra,
Agradeço a sua atenção às novidades que aqui são postadas.
Quanto ao seu apelo, acho que deve ser tomado em boa consideração por todos os portugueses e sugiro a visita do blog Devaneios a Oriente
É imperioso exigir dos governantes e responsáveis pelos serviços de Estado atitudes bem ponderadas, sensatas e coerentes entre palavras e actos. Mas, infelizmente, falta racionalidade e continuidade coerente nos procedimentos a favor dos interesses nacionais, e tudo seria mais eficiente se houvesse uma linha estratégia bem definida e um código de conduta, um compromisso alargado de longa duração que servisse de orientação e suporte dos actos quotidianos de governação. Falta método e dedicação a Portugal tanto na parte interna como no respeito pela imagem no exterior.
Um abraço
João
Do Miradouro
Caro Amigo, é um caso muito interessante e que demonstra como poucos o estado a que chegou a mentalidade nacional. Aliás, para se chegar ao ponto presente, de certo haverá um sólido motivo.
Por um lado, temos um indivíduo a quem chamam traidor por ter causado a morte de meia dúzia de portugueses. Isto caso as afirmações sejam verídicas, porque de todos os e-mails que até agora circularam a este propósito não se consegue ler qualquer prova concreta. Nem mesmo nos links para o Instutut National de l’Audiovisuel, francês, provavelmente enviados precisamente por hoje poucos nem compreenderem língua e possam formar uma opinião. As buscas nesse site não produzem nada que incrimine o Manuel Alegre, donde se deduz má fé. De certo procedeu mal, mas o seu mal foi muito menos funesto para a população que o do segundo. Ou não? Apenas o mesmo bla-bla-bla a que as pessoas estão acostumadas a ouvir dos políticos e que, exactamente por costume, caiem como os pacóvios que são.
Por outro lado temos um assassino comprovado que causou a maior desgraça no país após a Abrilada. Desgraça inigualável que jamais atingiu os portugueses ao longo de todos os anos de ditadura, e isto conhece-se bem. Deixou roubar os fundos de coesão, que deveriam ter preparado o país para o futuro e o resto foi mal usado ou esbanjado, cuja lógica consequência foi a actual inaptidão do país em viver contemporaneamente, a maior improdutividade da Europa e uma das maiores do mundo. Nos países onde operários ganham o triplo dos nacionais, as empresas conseguem competir; cá nem os miseráveis salários conseguem pagar. Isto causou a patente miséria e a desgraça em que quase todo o país agora vive. Só uma pessoa insensível, com uma mentalidade também improdutiva ou por interesses escondidos pode não o ver. Outra desgraça, causada pelo mesmo indivíduo, foi a falta de médicos por ele ter diminuído exageradamente as vagas para os cursos quando deveria, ao contrário, aumentá-las. Isto ainda desculpa o governo para fechar unidades de saúde. Quantas vítimas não fez este assassino? Quantos não têm sofrido e morrido pelas suas decisões? É um assassino irresponsável que só pôde ser eleito devido ao masoquismo da carneirada nacional, votando naqueles que a degolam. Infelizmente, está longe de ser o único exemplo.
Porquê, em lugar de avançar palavreado oco (sem provas) quando há outros já bem provados e sofridos, se despreza sempre o melhor e se guarda o lixo?
Por um terceiro lado, há um indivíduo honesto e justo, com vida exemplar, em que o facto de ser apolítico – qualidades que num país de gente digna desse nome de certo o fariam vir a ser o escolhido, mas que o atraso mental, estupidez e malvadez nacionais dum povo atrasado, precisamente por falta de capacidade de julgamento e sensatez – o tornam numa peça de mobiliário.
Recorda-se de ter escrito a seguinte verdade? «Se for político será logo criticado até às últimas por todos, e perde votos. Se não o for, ou não lhe ligam ou dizem que é mais um lunático. A falta de informação e a indisciplina de pensamento e de acção impedem que se estabeleçam linhas estratégicas e se imponham como condicionadoras de todas as actividades para convergirem para um objectivo nacional.» Creio que estas suas frases explicam totalmente o problema aqui levantado.
Caro Amigo Mentiroso,
Realmente, não há provas de alguém ter morrido por culpa de Manuel Alegre. Mas tal hipótese é verosímil e provável porque a sua intervenção regular na Rádio Argel era orientada para estimular e impulsionar os combatentes guerrilheiros contra as tropas portuguesas e muitos dos nossos jovens morreram em emboscadas efectuadas e minas colocadas por eles. O povo diz que é «tão ladrão quem vai à vinha como quem fica à porta».
Mas realmente ninguém afirma factualmente que o nosso poeta matou algum militar ou mandou matar qualquer deles.
Porém, o que hoje salta á meditação é a hipótese de no próximo ano o PR que fará o discurso de conforto e estímulo aos militares poder ser o autor de tais propagandas a partir de Argel, contra os militares portugueses.
Mas, como diz, o povo passa indiferente a tudo isso e coisas piores!
Abraço
João
Só imagens
Peço desculpa, mas as palavras entre aspas eram suas, não minhas. Daí o elogio.
Quanto àquele que fez a desgraça do país, que espalhou a fome e a miséria e tanta gente tem sofrido e morrido pelas consequências, são factos consumados e nada resta a provar.
Por isso que, ainda que o Manuel Alegre possa ser criminoso do modo que cita, o outro provou ser bem pior, e no dia 19 de Junho temos mesmo a um assassino a fazer discursos.
Em Portugal, os actos não têm qualquer valor ao lado do palavreado de má fé ou não.
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