quinta-feira, 1 de maio de 2008

Fome versus biocombustíveis

Um tema actual muito debatido pela rama, nos jornais, é a fome e o elevado preço dos alimentos devido à obsessão provocada pela febre dos biocombustíveis. É assunto de extrema importância para a humanidade e a sobrevivência da espécie humana que deve conduzir a reflexões realistas, desapaixonadas e libertas de interesses partidários.

Que benefício obtém o Homem da evolução da civilização, da ciência e da tecnologia? Temos visto que muitas inovações acabam por escravizá-lo, retirando-lhe todos os direitos à sobrevivência com dignidade, ao ponto de estarmos perante a hipótese de grande parte da humanidade ir morrer de fome devido à escassez de alimentos e ao elevado preço dos poucos que persistirem.

Em democracia representativa, os cidadãos delegam em pessoas supostamente competentes e bem intencionadas para defenderem os interesses colectivos. Pergunta-se o que fazem tais eleitos em benefício dos eleitores, para evitar ou suprir tais ameaças estruturais?

Esses eleitos criaram a ONU, supostamente para defender os seres humanos mais desprotegidos da arbitrariedade de tiranos. Pergunta-se o que tem feito a ONU na prossecução desses objectivos, em cada um dos aspectos mais preocupantes?

A ONU tem evidenciado total inabilidade para prevenir situações de conflito e injustiça e, quando elas surgem, incapacidade para as resolver rapidamente e com o mínimo de custos humanos e de recursos patrimoniais. Pergunta-se quem está por detrás das decisões da ONU, quem condiciona os seus trabalhos? Quem é mais beneficiado com a suas tomadas de posição? Que esperança inspira nas pessoas mais necessitadas, das áreas mais pobres do Mundo?

Nem é preciso referir as guerras, de maior ou menor intensidade, que proliferam por todos os continentes, mas pergunta-se que medidas estão previstas para os problemas energéticos actuais: nuclear, hídrica, eólica, das marés, das ondas, solar, do petróleo (em vias de extinção e controlado por capitalistas sem escrúpulos) e, agora, o que é muito mais grave, os biocombustíveis que colocam em risco a produção de alimentos e, portanto a sobrevivência da humanidade. E já nem podem dizer que isso só afecta povos muito atrasados, pois todos os menos abastados de todos os continentes vão sentir na pela a crise de alimentos que já se tornou bem visível. E mesmo que fossem poucos os lesados, estes, como seres humanos, mereceriam a máxima atenção.

Quanto à ONU, referem-se os seguintes posts:

- A independência do Kosovo
- Crises em África
- Vulnerabilidades da ONU
- Paz. Ocidente. Continentes. Futuro
- ONU desrespeitada
- Ausência de autoridade internacional. ONU ineficaz
- Tibete anexado pela China em 1950
- A Pobreza no Mundo
- Pobreza e fome no Mundo
- Paz pela negociação.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem dúvida que esta questão muito actual dos biocombustíveis deve preocupar todo o cidadão consciente, quanto mais as organizações internacionais dedicadas à alimentação. Precisamente, a ONU organizou esta semana em Berna uma reunião ao mais alto nível sobre o problema alimentar, facto que tive ocasião de noticiar no Contracorrente.
De acordo com o responsável pelas questões alimentares, em final de mandato, os biocombustíveis eram a causa principal - repare-se! - da actual fome no mundo, também por causa da especulação em torno desses alimentos: o milho, o arroz. Agora, especula-se com o preço de alimentos para transformá-los em combustível!
Preocupante, muito preocupante.
Um abraço amigo