Foi ontem noticiado no Diário de Notícias e no Correio da Manhã, a "progressão salarial por mérito" do funcionário do Banco de Portugal, Vítor Bento, que se traduz em «benefícios salariais por mérito relativamente ao desempenho do empregado durante o ano de 2007», ano em que não trabalhou na instituição por se encontrar nas funções de administrador da SIBS e da UNICRE (instituições que actuam no âmbito da gestão dos cartões bancários), onde se encontra desde 8 de Junho de 2000, pelo que não há razões para esta promoção pelo BdP.
Quando se fala em equidade, justiça social, avaliação de desempenho, contenção salarial, quando são generalizadas as queixas do aumento do fosso de rendimentos e o alastramento da pobreza, é escandaloso aumentar por mérito alguém que não está no serviço activo em determinada instituição" que vive dos dinheiros públicos. Parece haver compadrio, favorecimento e conivência entre os beneficiados dos «tachos dourados»
A CT informa que a própria regulamentação interna do Banco de Portugal estabelece, como regime para a duração da licença sem retribuição, o limite de um ano, podendo ir ao máximo de três, seguida ou interpolada. Mas, «embora o normativo interno admita a hipótese de situações excepcionais, a administração não objectivou qualquer eventual excepcionalidade do caso em apreço», pelo que estão também por esclarecer as razões para o quadro estar fora do BP desde 2000, há 8 (oito) anos. É lógico que ninguém "pode avaliar quem nem sequer se encontra ao serviço da instituição".
A promoção vale mais 820 euros mensais (mais dois salários mínimos!) quando o economista regressar ao banco. Um director do banco central com o nível 18 tem um vencimento mensal da ordem dos 11 mil euros (perto de 30 salários mínimos!), onde se integra o ordenado contratualizado ao abrigo do ACT, as diuturnidades e o complemento remuneratório da isenção de horário equivalente a mais 47 por cento do salário-base. A decisão de promover Vítor Bento por mérito tem reflexos a dois níveis; na promoção salarial (passagem do nível 18A para o nível 18B, o que equivale a um aumento de mais 368 euros por mês) e na progressão na carreira (passagem do grau oito para o grau nove, o que dá direito a mais 452 euros).
PERFIL: Vítor Augusto Brinquete Bento licenciou-se em Economia em 1978 pelo Instituto Superior de Economia e foi assistente na cadeira de Política Monetária. Em 1980 entra no Banco de Portugal para o departamento de Estudos Económicos, para, em 1987, ser responsável pelo Instituto Emissor de Macau. De 1992 a 1994, ocupa o lugar de director-geral do Tesouro. Em 2000 é nomeado administrador da VISA.
domingo, 18 de maio de 2008
Compadrio escandaloso nos «tachos dourados»
Publicada por A. João Soares à(s) 07:26
Etiquetas: compadrio, tachos dourados
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4 comentários:
Bem digo eu: Vira o disco e toca o mesmo!
Nunca mais aprendem que Portugal assim não vai para a frente.
Desta forma cada vez os poucos ricos são mais ricos mas os muitos pobres cada vez são mais pobres!
Não é com POBRESA que os Países dão saltos em frente! Há que saber dividir a riqueza só assim sobreviveremos como País!
De que partido político será? Já ontem tive oportunidade de tratar este caso no Papa Açordas, e de dizer que Constâncio é único. Se não existisse teria de ser inventado...
Mas, noto que há qualquer coisa escondida e talvez fosse bom a Procuradoria da República intervisse... Cheira-me a esturro...
Um abraço
Compadre Alentejano
Luís,
Um dos objectivos do PREC era a igualdade social, mas queriam alcançá-la, destruindo os ricos, nivelando por baixo. Agora, no grupo dos «tachos dourados» e das «reformas milionárias», o objectivo é acabar com os pobres, mas da pior forma imaginável, puxando toda a riqueza para esse grupo e destruindo os das classes mais desfavorecidas. Este cao é chocante e de uma imoralidade que raia a loucura. Protegem-se uns aos outros de forma escandalosa.
Abraço
A. João Soares
Compadre,
O partido deverá ser o do poder! Mas o fenómeno é que eles se ajudam entre si e pagam favores uns aos outros, à custa do dinheiro dos contribuintes. Gostava de ver uma lista com os empregos dos filhos e familiares dos políticos mais salientes. E outra dos ex-governantes, ex-deputados e ex-autarcas. Tudo o que paga bem está nas mãos de políticos «nomeados» por critério de confiança política, e não há concursos públicos. Não são nomeados por competência, como seria se fosse seguido o método de concurso público. Uma vergonha. Parasitas a chuparem as últimas energias de um País moribundo, que está a saque.
Abraço
A. João Soareso
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