sexta-feira, 16 de maio de 2008

Realismo ou «recuo» do ‘falso optimismo’?

O Sr. primeiro-ministro, gabou-se de realismo ao dizer que o Governo reviu em baixa o crescimento para 2008, passando dos 2,2 por cento inicialmente previstos para apenas 1,5 por cento. Este recuo de 0,2 por cento no primeiro trimestre face aos três últimos três meses de 12007 é o pior resultado em todos os países da Zona Euro. O termo realismo, nestas condições, faria rir se não se tratasse de um agravamento terrível, para a vida, já muito sacrificada, dos portugueses que não pertençam ao grupo dos que usufruem de «tachos dourados» e de «reformas milionárias».

Com efeito, não se trata de «realismo» mas de uma forçada confissão de que nos andou a mentir, criando esperanças falsas no bom rumo que a economia estava a seguir. O Instituto Nacional de Estatísticas, tão caluniado pelos políticos do partido do Poder, já há muito dava indicações realistas nesse sentido. Mas a falsidade da propaganda procurava ignorar esses indicadores e criar ilusões nos mais incautos.

Ninguém terá dúvidas de que, se a revisão fosse em alta, na mesma proporção, para 3,2 (ou com a mesma diferença, de sinal contrário, para 2,9), o Sr. PM viria gabar-se da sua boa governação e da competência com que os interesses públicos foram defendidos e geridos. Por esta razão, não seria exagero atribuir a baixa às más qualidades gestoras dos governantes. Não vou a tal ponto, porque há factores estranhos que o Governo não pode controlar, mas teria sido mais correcto não ter andado a enganar o povo, e melhor seria ter tomado medidas para aliviar os efeitos da crise internacional sobre a nossa economia.

Também o Sr. PR disse que já previa, há muito tempo, dados agora noticiados, mas teria sido melhor alertar para este perigo, com oportunidade. Os empresários teriam beneficiado muito nas suas tomadas de decisões de gestão, se dispusessem de informações e previsões mais concretas e com oportunidade. Mas nisto também não quero exagerar porque estou convicto de que os empresários, tal como os jovens, não têm confiança nos políticos nem levam a sério as suas promessas de propaganda

E a propósito de promessas, pergunto se merecerá confiança a de que «vamos melhorar o nosso sector exportador e melhorar as condições para o investimento em Portugal»? Se os actuais governantes são capazes de conseguir tais feitos, pergunto porque o não fizeram ainda? Dessa forma teriam minorado a queda agora noticiada.

Fontes:

Sócrates diz que Governo foi «realista» com revisão em baixa
Economia vai crescer 30% abaixo do previsto
Um balde de água fria na economia
Economia está em abrandamento desde Dezembro do ano passado

3 comentários:

Compadre Alentejano disse...

Já vimos que o que o sr.sócrates diz não se escreve...
A previsão do crescimento económico falhou "só" 32%, e qual será o falhanço, embora de sentido oposto, da inflação?...
Não querendo ofender os palhaços, mas é o que estes tipos são...
Um abraço
Compadre Alentejano

A. João Soares disse...

Compadre,
Olhe que um palhaço é um artista. Estes não o são. Usam e abusam de um poder que nem sequer sabem interpretar. Já ouvi um deles dizer: votaram em nós para nós fazermos o que queremos! Penso que é uma opinião muito insensata. Mas, na realidade, eles pensam apenas em explorar os dinheiros dos contribuintes, em seu benefício, e nos debates na AR mostram ser galos estúpidos à procura de manter o poleiro e afastar o rival.
Perdem horas a dizer mal do adversário, e quase nem falam nos interesses de Portugal e dos portugueses.
É difícil falar neles sem utilizar os piores palavrões e eu não gosto de tais termos, pelo que ...
Um abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

Nem socrático o homem consegue ser.
Abraços d´A SEIVA e do EU, SER IMPERFEITO.