Nós, portugueses, temos uma grande apetência, talvez doentia, para criticar tudo e todos, mesmo sem bem percebermos os condicionalismos da situação objecto da crítica. Seria bem melhor que fizéssemos críticas sensatas e sugerindo, sempre que possível, uma pista que nos parecesse adequada à solução. E que estivéssemos disponíveis para elogiar algo que pareça sobressair pela sensatez.
Ontem o ministro das Finanças, segundo notícia do JN, recusou ceder às reivindicações dos taxistas, que exigem, entre outras medidas, a inclusão de uma verba no Orçamento de Estado de 2009 para o uso de gasóleo profissional pelos táxis. Foi claro ao afirmar "não vejo porque é que todos os contribuintes têm de subsidiar uma actividade em particular". Além de uma actividade particular ela é utilizada por particulares que devem pagar o preço justo que cubra os respectivos custos. O governo deverá controlar se esses preços são justos e evitar especulações. Mas não seria justo, como disse o ministro, que os utentes dos táxis fossem beneficiados à custa dos impostos que todos pagam, mesmo os do interior ou os citadinos que usam transportes públicos colectivos mais baratos.
O ministro esclareceu que os prejudicados pela crise devem pensar em alternativas, em soluções menos custosas, aguçando a sua capacidade de inovação. Realmente, é nas situações de crise que se envereda por alternativas mais favoráveis às economias caseiras e empresariais.
Merece aplauso esta posição e a explicação dada pelo ministro. O povo aceita reformas e alterações estruturais se lhes forem explicadas de forma convincente. Muitos recuos do antigo ministro da Saúde teriam sido evitados se a decisão tivesse sido participada pelos utentes e se fosse devidamente explicada. O povo é sereno e até já aceitou dispensar o décimo terceiro mês para aliviar as finanças do Estado, poucos anos após a revolução. Não é difícil. Só é preciso explicar os porquês! E esse exercício até tem a vantagem de pôr de lado muitos projectos, de que não são claros os porquês!
A Necrose do Frelimo
Há 5 horas
2 comentários:
Concordo inteiramente com tudo quanto está apresentado no artigo e lembro que há combustíveis mais económicos que o gasoil. PORQUÊ NÃO OS USAM? Em Espanha e noutros países os táxis usam mas nós somos ricos, não é?
Habituaram-nos a viver de subsídios e agora é difícil mudar ..... Só que os subsídios saiem do bolso dos contribuintes e dessa maneira os impostos sobem em catadupa. Será que não veem isso?
Luís,
Tratando-se de uma actividade com fins lucrativos, deve prescindir de subsídios, fazer as suas contas aos custos da actividade e estabelecer os preços a cobrar aos clientes. Estes, depois, escolherão a solução que mas lhes convier. É preciso inovação e escolha das alternativas mais favoráveis. Mas uma certeza: quem deve pagar é o utilizador e não os contribuintes em geral.
Um abraço
A. João Soares
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