Segundo notícia do DN, no Hospital de Penafiel, vê-se um edifício, junto ao Largo dos Capuchos, em obras e com a portas fechadas em cujo rés-do-chão e pisos mais baixos se encontra instalada uma unidade de hemodiálise totalmente equipada, pronta a funcionar. Esta unidade, que custou só à Santa Casa da Misericórdia de Penafiel (SCMP) 800 mil euros, foi inaugurada com pompa e circunstância em fins de Outubro de 2006 e, um ano e meio depois, ainda não tratou um único doente.
Com essa festiva inauguração, parecia chegar ao fim um processo iniciado em 2004 e que tinha como objectivo permitir que cerca de 50 doentes renais de Penafiel pudessem realizar o tratamento sem terem de se deslocar a Paredes ou, como acontece em muitos casos, ao Porto.
Na cerimónia estiveram presentes altos responsáveis locais e um representante do Governo Civil do Porto, Renato Matos, que elogiaram o projecto da SCMP em parceria com a empresa privada Nefronorte - Centro Renal do Norte. À Santa Casa coube um investimento na ordem dos 800 mil euros para a remodelação e adaptação do espaço, enquanto a Nefronorte, já responsável pelo centro de hemodiálise de Paredes, suportou a compra de 15 máquinas de hemodiálise no valor de milhares de euros.
Como razão de, passados 18 meses após a inauguração, a unidade de hemodiálise de Penafiel continuar fechada é apontada a falta de uma convenção que a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte se recusa a celebrar, apesar de já ter emitido o licenciamento em Outubro de 2005.
Há um ano e meio que muitos milhares de euros estão investidos sem deles se tirar qualquer rendibilidade em benefício de doentes renais, devido problema burocrático ligado ao Ministério, à Santa Casa e à empresa Nefronorte, que era fácil ter sido previsto quando, em Outubro de 2005, foi emitido o licenciamento e que, se houvesse capacidade de diálogo e vontade de colaborar, já podia ter ficado esclarecido nestes 18 meses de bloqueio inútil e indesejado.
Na base do problema está o facto de o licenciamento ter sido para a gestão do centro ser efectuada pela SCMP, mas esta afirma que desde o início, 2004, estava previsto que a gestão já estava programada ser feita pela Nefronorte porque a Instituição, sozinha, não tinha meios financeiros para avançar com o projecto, ao que a ARS responde que então terá que desistir do processo para que a Nefronorte se candidate ao licenciamento.
Desde imbróglio sobressai, além da burocracia bloqueadora, a ausência de respeito pelos doentes que, durante 18 meses, necessitaram do centro e pelos dinheiros públicos ou da Instituição que nada têm rendido em benefício dos cidadãos.
Até quando os doentes terão de esperar para que os «responsáveis» pela saúde dos portugueses resolvam esta situação pouco elogiosa da administração pública?
sábado, 3 de maio de 2008
Nem a saúde nem o dinheiro são respeitados
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