sábado, 24 de maio de 2008

Portugal e os parceiros europeus

Transcrição de post do blog Ecos e comentários

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Um texto enviado por mail pelo meu querido amigo D.M.C. e que tenho o prazer de publicar.

A grande cabeça pensante deste Governo, o ministro das Finanças Teixeira dos Santos, desde Agosto de 2007 que nos andou a impingir a ideia de que os efeitos do “subprime” dos EUA não chegariam a Portugal devido às sábias políticas por ele adoptadas e pelo Governo democrático e maioritário do PS, no que foi acompanhado pelo inefável e infalível Constâncio, que aguarda paciente, patriótica e sacrificadamente pela reforma de cerca de 25.000€ do Banco de Portugal para finalmente “basar”.

Recentemente, com lata e desfaçatez, disse que quer a UE quer o FMI estavam enganados em prever para Portugal reduções do crescimento do PIB para 2008, porque não sabiam do que falavam. Ele um “expert” do assunto é que tudo sabia e nunca falhara. Passados poucos dias, com um ar sério, anunciou ao País, que a previsão do crescimento do PIB para 2008 passava de 2,2 para 1,5%, o que significa para já mais um substancial rombo nas reformas e nos aumentos dos funcionários públicos em 2009...

A “holding” «Movimento O Que Tu Pias» cujo único sócio é um economista de “meia-tijela” e não-praticante esclarece o ainda Ministro das Finanças que a crise do “subprime” prevê-se venha a ter quatro fases até 2010, a primeira das quais vivemos e será a de menores consequências nas economias de mercado. O pior está para vir. A crise do “subprime” tem como origem a actividade da “banca de casino” que explorou os americanos pobres com taxas de juro especulativas.

Portugal, seguindo as boas práticas ultraliberais, com a atenta supervisão do Banco de Portugal, também cá já tem esses tipos de bancos a actuar livremente, cedendo créditos ao consumo aos aflitos dos portugueses a Taxas de Juro Anuais de mais de 30% (GE Money, BBVA, Cetelem, Santander, Cofidis, é uma carrada delas). Um escândalo financeiro brutal autorizado pelo poder político e obviamente pelo Banco de Portugal.

Estas crises do “subprime” são a consequência natural da actuação ultraliberal da “banca de casino”, cujos efeitos nefastos na vida das famílias até os dois últimos Papas denunciaram, num mundo em “globalização”, em que o poder político é uma marionete da alta finança e dos especuladores bolsistas, promove agora a especulação energética e dos produtos alimentares, consequência do desenvolvimento acelerado de economias orientais que conceberam, desviando para esses países a produção e a exploração dos povos e das condições ambientais. Tal política origina nesses países o aumento brutal do consumo de bens energéticos e alimentares. É a chamada “pescadinha de rabo na boca” que visa a destruição da classe média dos países ocidentais e o fim do Estado Social…

Devido à reconhecida competência do «Bloco Central de Interesses» a Comissão Europeia divulgou no relatório de 2007 (mas com dados de 2005) que Portugal foi o pior país da EU na distribuição da riqueza, mesmo piores que os EUA, os campeões da batota e da “banca de casino”….

Agora parece que devido à sábia actuação deste Ministro das Finanças e deste Governo do PS já somos penúltimos, uma autêntica glória, dizem como sempre que melhorámos a enormidade de 0,1%, e já estamos à frente da Letónia, corrigiu o Sapientíssimo Ministro de Estado o Mestre Pedro da Silva Pereira, um crente em tudo, mesmo nele.

A safa dos pobres é que a fome não tem aumento de preço, daí que, quantos mais portugueses tiverem fome mais imunes estarão à inflação e às políticas ultraliberais do «Bloco Central de Interesses».

Assim temos: os ricos são cada vez menos mas cada vez mais ricos; os pobres são sempre mais e mais pobres; a classe média é coisa para desaparecer.

Este é o objectivo final e o resultado da prossecução das políticas ultraliberais do «Bloco Central de Interesses» e da ideologia subjacente lançada pelo “Compromisso Portugal” com o grande patriota de “sacola laranja” Diogo Vaz Guedes à cabeça.

É por isso que em Portugal e em toda a Europa, é que eles, os políticos profissionais, quando “basam” da política vão servir quem já serviram...

Há quem preveja que não demorará muito, um protesto de rua espontâneo e generalizado aos subúrbios das grandes cidades, por essa Europa fora, que fará com que os profissionais da política arrepiem caminho, mudem de vida e de carris, porque a política está completamente subjugada ao poder económico a da alta finança e os políticos profissionais obviamente também.

Dizem que o povo deixou de poder contar com os Partidos (alternantes) do Poder, que também estão manietados pelo poder económico e da alta finança, aqui e por toda a Europa. A democracia política tem que se reinstalar e reassumir o poder económico e financeiro, e a soberania terá que voltar a residir no povo.

O inevitável protesto popular, fruto da escandalosa precaridade do trabalho, do desemprego e da desmantelação em curso do Estado Social, será espontâneo e muito provavelmente incontrolável e violento, com possível envolvimento das próprias forças da ordem. Quando começar alastrará como fogo posto em floresta virgem.´´

DMC

M3C’s – Movimento Cuidado Cas Carteiras
MESGA - Movimento Estamos a Ser Gamados

Publicada por ANTONIO DELGADO em Ecos e comentários

6 comentários:

Anónimo disse...

Onde está a classe dita média? Ela já não existe! Mas os "desgovernantes" que se acautelem pois "quem semeia ventos colhe tempestades"!

A. João Soares disse...

Caro Luís,
Mas das tempestades quem fica muito ferido são os cidadãos que já vivem com muitas carências e dificuldades até agora desconhecidas.
A virtude seria evitar as tempestades, e isso seria possível começando com a medida, concursos públicos, que referi na resposta ao comentário no post anterior.
Portugal já foi sacrificado no século passado com três revoluções, 5 de Outubro, 28 de Maio e 25 de Abril, tendo todas sido nefastas, sendo a menos má a de 28 de Maio que conseguiu estabilidade e desenvolvimento social e económico.
Seria melhor agora avanças com calma e na direcção correcta, com inteligência e boa convivência social, olhando para os desgraçados que vivem com uns míseros milésimos dos rendimentos dos mais ricos.
Em direcção ao propalado objectivo da igualdade, não se deu um passo que deveria ser o de evitar exageros da acumulação de riqueza pelos exploradores e especuladores e criar melhores condições aos menos favorecidos pela sociedade injusta.
Um abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

Tens toda a razão mas onde é que há "governantes" à altura de fazerem as tais reformas que permitissem acabar com as tempestades? É que ainda por cima o problema não é só em Portugal. Em toda a Europoa se está a sentir o mesmo ainda que com menos incidência. E com a Globalização os problemas agudizam-se.

A. João Soares disse...

Amigo Luís,
Os jovens estão a fazer saltar do seu seio alguns indivíduos geniais que, se não emigrarem, hão-de dar volta a isto. Se isso acontecer, desejo que dê mais resultados do que o fracasso da revolução que sobreveio ao 25 de Abril, o PREC.
Se esses jovens não quiserem governar, dadas as más famas que pesam sobre a política, então que façam como a Federação Portuguesa de Futebol e muitos clubes, vão lá fora contratar quem seja capaz de timonar o barco e levá-lo a bom porto.
Um abraço
A. João Soares

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo João fez muito bem em publicar a postagem "ranking", no seu blog de referencia e, quando, achar que algum dos textos que publico nos ECOS merece igual honra faça favor...obrigado.

Um abraço fraterno
António Delgado

A. João Soares disse...

Caro António,
Obrigado pelas palavras com que se refere a este espaço. Agradeço a sua generosidade em autorizar a utilização de textos seus. Não posso trazer para aqui muitos outros de que gosto, para não sobrecarregar este blog, que já tem muita coisa em pouco tempo o que dificulta a leitura pelos visitantes apressados. Mas fica aqui uma colecção de textos que me agrada.
Abraço de consideração e amizade
João