segunda-feira, 19 de maio de 2008

Myanmar, China e a ONU

Em Myanmar (ex-Birmânia), depois do ciclone que fez imensas destruições e vitimou milhares de seres humanos, continuam a morrer diariamente centenas de pessoas principalmente crianças, porque a junta militar não permite o acesso de auxílio internacional. Uma tragédia indescritível, um povo inteiro à mercê de generais sem rosto, mandantes que não hesitam em atirar sobre monges pacíficos e de manter prisioneira Daw Aung San Suu Kyi, a eleita para governar o País nas eleições de Maio de 1990, por 75% dos votos.

O chefe da junta só passados muitos dias visitou os locais afectados pela tempestade, mas entretanto tinha mandado distribuir material de socorro recebido do estrangeiro, depois de colocar na embalagem a etiqueta da junta.

Pelo contrário, a China de que muita gente não gosta, mas que, após a era de Mao, tem orientado a sua acção em benefício das populações, de forma progressiva e persistente, deu agora, todo o apoio às pessoas lesadas pelo grande sismo, abriu o acesso a todo o apoio que veio do estrangeiro, deu liberdade de circulação a jornalistas de todo o mundo e, curiosamente, recebeu auxílio de Taiwan, apesar do diferendo existente.

Perante esta atitude ditatorial desumana e aberrante da junta de Myanmar, pergunta-se qual é o papel da ONU? O que entendem por direito de ingerência em defesa dos direitos humanos? Que significado dão aos objectivos constantes na Carta das Nações Unidas, de entre os quais, cito os seguintes: Manter a paz mundial; Proteger os Direitos Humanos; Promover o desenvolvimento económico e social das nações; Reforçar os laços entre todos os estados soberanos.

De que esperam os países mais representativos, como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, Moscovo e a China para chamarem á ordem essa junta que mancha o bom nome que devem ter os representantes dos Estados normais. Aqueles que intervieram no Afeganistão, nos Balcãs, no Iraque, de que estão à espera para normalizarem a vida dos birmaneses? Qual é o papel do Conselho de Segurança?

Para avivar a memória, transcreve-se o seguinte apontamento retirado da Wikipedia:
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada oficialmente a 24 de Outubro de 1945 em São Francisco, Califórnia, por 51 países, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. A primeira Assembleia Geral celebrou-se a 10 de Janeiro de 1946 (em Westminster Central Hall, localizada em Londres). A sua sede actual é na cidade de Nova Iorque.

A precursora das Nações Unidas foi a Sociedade de Nações (também conhecida como "Liga das Nações"), organização concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes, "para promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança". Em 2006 a ONU tem representação de 192 Estados-Membros - cada um dos países soberanos internacionalmente reconhecidos, excepto a Santa Sé, que tem qualidade de observadora, e países sem reconhecimento pleno (como Taiwan, que é território reclamado pela China, mas de reconhecimento soberano por outros países).
Um dos feitos mais destacáveis da ONU é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.

4 comentários:

Compadre Alentejano disse...

AS ONG´s deviam de ter um estatuto especial, que era o de poder actuar em qualquer país, em situação de catástrofe,claro, sem o apoio dos governantes (ou ditadores) locais, a coberto da protecção da ONU.
O que a Junta de Myanmar fez, foi uma catástrofe em cima de outra catástrofe. Deviam de ser julgados pelo Tribunal de Haia.
Já a China merece o meu respeito. Abriu-se ao mundo e só tem a ganhar com isso.
Um abraço
Compadre Alentejano

A. João Soares disse...

Caro Compadre,
É isso mesmo, as ONG deviam, em situações de tragédias poder cair de repente nos locais onde podem ajudar.
As autoridades deviam ficar gratas por esses socorros aparecerem generosamente, sem demora para prestar auxílio. Foi isso que a China fez.
Os criminosos de Myanmar, já deviam ter sido julgados por terem recusado entregar o Poder aos vencedores das eleições de há 18 anos. Mas agora tal julgamento não devia ser mais adiado.
Porém, a realidade é que não há autoridade internacional, a não ser quando são afectados cidadãos de Países do mundo ocidental, de regiões que os grandes considerem estratégicas. O mundo está louco!
Um abraço
A. João Soares

A. João Soares disse...

A ONU tem cerca 70 anos e foi organizada após a guerra pela mão dos vencedores que estão com lugares permanentes no Conselho de Segurança. Está na hora de ser reformada:

Primeiro-ministro turco diz que Conselho de Segurança da ONU tem que ser reformado

Anónimo disse...

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