Notícia do Jornal de Notícias diz que o árbitro para um jogo de futebol da 3ª Divisão, sargento do Exército, foi aliciado por alegado intermediário de um dos clubes.
O árbitro, sargento do Exército, denunciou o caso à Polícia Judiciária e foi montada uma cilada para apanhar o corruptor em flagrante, na véspera do jogo.
Este caso demonstra o que já era sabido que a corrupção só pode ser atacada se houver denúncia por uma das partes, o que é muito difícil, porque normalmente, dada a ausência de valores éticos que grassa na nossa sociedade, ambas as partes estão interessadas no sigilo. Quanto à denúncia, sugiro uma visita ao post Denúncias são necessárias!!! Em vez de pactuar , ser conivente com tal crime, há que perder o medo e reclamar, denunciar, contribuir para evitar e erradicar o crime de qualquer espécie.
Mas o realismo ensina que há perigos na denúncia e, por isso, ela pode existir em pequenos delitos mas, quanto se trata de casos como o Apito Dourado, o Freeport, a urbanização do Vale da Rosa ou o aterro da Cova da Beira, aí o perigo aumenta exponencialmente. Perante o mais alto Poder financeiro ou económico, ou político, as coisas apresentam aspectos muito especiais. A denúncia anónima passa a ser a solução mais sensata e a PJ já a acolhe com muita atenção como aconteceu nalguns dos casos mediáticos recentes.
Mensagem de fim de semana
Há 36 minutos
4 comentários:
Caro João,
A propósito deste caso lembro que há mais militares, alguns até Oficiais Superiores, ligados à arbitragem. Dada a imagem que os árbitros tem tido nos últimos tempos estranho sinceramente que as Chefias Militares autorizem esses militares a faze-lo expondo-os a vexames e insultos nada dignificantes para quem desempenha funções nas Forças Armadas.
Caro Luís,
Esta tua sugestão não parece aceitável nos dias de hoje. Para proibir ser árbitro, deviam ser proibidas muitas outras funções, o que seria um cerceamento de liberdade muito grave. Os comandantes já costumam abusar das suas prerrogativas, depois seria pior. A tendência é os militares serem iguais aos funcionários públicos, embora teimem em exigir condicionamentos especiais. Estou a ouvir-te dizer que o militar tem de estar sempre disponível e disposto a sacrificar a vida. Mas nenhuma autoridade civil do governo, da Justiça, das Finanças percebe isso. Os generais não conseguem explicar isso ao Ministro e aos seus assessores.
civis.
O que será o futuro?
Abraço
João Soares
Caro João,
Peço desculpa mas pela primeira vez não concordo contigo. A função de árbitro de futebol não faz parte dos canones do militar e por tal motivo não vejo que o não autorizar que os militares o façam seja cerceá-los nas suas funções, enquanto no serviço activo. Depois na reforma poderão fazer o que quizerem sem que para isso tenham que pedir autorização para o fazer. Não será assim?
Caro Luís,
Não tens que pedir desculpa. A tua óptica parece correcta, mas receio que esteja demasiado rígida e antiquada. Um tenente-coronel meu conhecido que não via há muito, está licenciado em engenharia informática, dá aulas numa universidade e trabalha para uma empresa. Fazia isso antes de há alguns anos passar á reserva devido a alterações do estatuto. Fazia isso, como poderia ser árbitro.
Elas não se inseriam nas suas tarefas militares, mas sim nas liberdades «consentidas» actualmente.
Uma notícia recente levantava o problema da licença para estudos que um sargento pedira.
Parece que desde o teu tempo a tropa sofreu muitas alterações de ética e dedicação exlusiva ao serviço.
Outros tempos!!!
João Soares
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