Só em dois meses deste ano, mais de uma dúzia de funcionários públicos aposentaram-se a ganhar acima dos cinco mil euros (mais de 11 – onze - salários mínimos).
A reforma mais alta dada na Função Pública, este ano, passa dos oito mil euros, mais precisamente 8059, ou seja 18 salários mínimos.
Fala-se muito em justiça social, mas isso não passa de falácias, de anestesiantes para manter os portugueses inocentemente adormecidos e apáticos. A notícia de que retirei os dados atrás referidos evidencia um escândalo incrível nos tempos que correm. Além de haver reformados a trabalhar para a segunda ou terceira reforma, há gente desempregada sem ter com que matar a forme aos filhos.
É de loucura que o Estado a um seu servidor que já não trabalha pague, num mês, tanto como alguns trabalhadores activos ganham em 18 meses, ano e meio!!! Enquanto esses trabalhadores, com o seu salário mínimo têm normalmente família a sustentar e filhos a estudar, o reformado daquele tipo vive repousadamente a gozar as poupanças de uma carreira bem remunerada, acrescida de uma pensão de 18 salários mínimos.
Enquanto o trabalhador nem sequer pode ir a pé a Fátima pedir o milagre de esticar o salário e encurtar o mês (não pode ir para não faltar ao serviço e ver o mísero salário cortado), o reformado milionário pode passar o tempo em cruzeiros de luxo à volta do mundo ou de férias em faustosos «resorts», ou entregue a outros luxos exóticos, à custa do orçamento.
Tanto um como o outro têm necessidades básicas que não são obrigatoriamente muito diferentes, embora se compreenda que o ricaço terá dificuldade em perder velhos hábitos de ostentação. Mas tudo tem limites e já não há a justificação de ele dar prestígio à sua função (que já não exerce).
Enfim, escândalo, e porque não crime contra a sociedade, em que tantos que servem o mesmo patrão sofrem de graves carências. E que dizer do enriquecimento rápido e ilícito dos políticos (banqueiros ou não) que é evidenciado por abundantes sinais exteriores de riqueza. Recorde-se as propostas de luta contra a corrupção apresentadas pelo engenheiro João Cravinho, em quem o célebre ministro já começou a «malhar»!!!.
El País
Há 1 hora
4 comentários:
Acho que os nossos ministros querem na realidade é "amealhar"!
Malhar e amealhar começam a andar bem juntinhos, e bem coesos numa classe dominante que anda a pedir um real pontapé no traseiro, além da responsabilização pelas injustiças cometidas em cargos públicos.
Diz-se que a Justiça tarda, e ela de facto tarda!
Cumps
Sou de opinião que este governo não está interessado em resolver o problema da corrupção. Se estivesse, nunca tinha corrido com o Engº João Cravinho para Londres...
Abraço
Compadre Alentejano
TRÊS comentários convergentes para um mesmo ponto. Infelizmente para os portugueses, é difícil discordar.
Abraços
João Soares
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