A dimensão da injustiça social não pára de surpreender. O fosso entre ricos e pobres é realmente escandaloso.
Chegou agora a notícia de que o Sr. Dr. António Vitorino recebe por cada reunião da Comissão Executiva da Brisa a módica quantia de 5000 (cinco mil) euros, cerca de 11 salários mínimos nacionais (SMN). Em uma ou duas horas, recebe quase tanto como muitos trabalhadores, com responsabilidades familiares, recebem durante um ano!
Já há dias se soube que o Sr. Dr. Armando Vara recebe uma remuneração-base de 244 441 euros por ano, o que corresponde, depois de reduzido a meses a 45 vezes o SMN!!!
Também outra notícia diz que o reverendo padre Melícias recebe mensalmente uma pensão de reforma de 7.450 euros, equivalente a mais de 16 meses de SMN, quase um ano e meio de trabalho.
É certo que estes senhores estudaram muito enquanto muitos cidadãos se ‘pouparam’ a esse ‘esforço mental’ e ‘divertiam-se’ nas empresas como aprendizes de trabalhadores. Depois tiveram de usar gravata de que os trabalhadores de SMN nem sequer sabem fazer o nó. E, para mais, têm de se deslocar no assento traseiro de carros de topo de gama onde o trabalhador de SMN nunca foi obrigado a pousar o cóccix.
Curiosamente, nestas situações, estão privilegiados direitos de acesso para ex-políticos, ex-governantes ou aqueles que a eles se mostram submissos e veneradores. É altura de começarmos a observar os primeiros sinais do estertor do materialismo capitalista de concentração de benefícios naqueles que começaram por sugar os cofres públicos e geraram uma crise global que coloca na miséria a maior parte dos seres humanos.
Há que, sem perda de tempo, fazer renascer a humanidade das cinzas provocadas pelo egoísmo e a falta de valores éticos e bem visíveis na actual crise financeira e social global.
El País
Há 2 horas
1 comentário:
Já agora, porque não contribuir com um óbulo para aquele que fez voto de pobreza?
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