Jorge Sampaio diz aos «agentes políticos» que se devem «deixar de assuntos periféricos». Este desafio que lança ao Parlamento é justificado porque, perante a crise que o país está a atravessar, os portugueses não podem estar satisfeitos com o ambiente crispado entre os agentes políticos, com o seu alheamento dos assuntos essenciais do País, de que é exemplo gritante a demora na substituição do Provedor de Justiça, a leviandade com que se atiram à loucura de investimentos públicos megalómanos sem pensarem no rácio custo-benefícios, para que alertou o Presidente Cavaco Silva. Sem definirem regras a que Bruxelas chama «conjunto de recomendações e boas práticas», ou «código de bem governar» ou «código de conduta», como aqui tem sido sugerido, os legisladores e governantes desperdiçam energias em lutas interpartidárias do alecrim e mangerona, mais preocupados com o sal no pão do que com a eficiência do ensino de civismo e de gestão financeira para o cidadão comum, com a segurança interna, com a eficiência da Justiça traduzida em menos criminalidade violenta, etc.
Uma crise é oportunidade de corrigir procedimentos e comportamentos a fim de se preparar um futuro mais racional e mais consentâneo com o bem-estar da população, mas, infelizmente, não se vêm decisões bem preparadas nesse sentido. Pouco de verdadeiramente positivo tem sido visto, e mesmo as muitas promessas são impensadas e sem garantia segura de virem a contribuir para um futuro mais risonho para a população.
Os conselhos de pessoas bem pensantes, como as citadas, devem ser meditados com profundidade.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Políticos, pensem no País
Publicada por A. João Soares à(s) 10:34
Etiquetas: custo-eficácia, interesse nacional, prioridades
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4 comentários:
É o que está à vista de todos nós. Esta questão do Provedor da Justiça, por exemplo e por ser mais mediática, salta aos olhos (queria dizer, deveria saltar aos olhos) de toda a gente. Uma miserável luta pelo poleiro político dum lugar que teria de ser completamente IMPARCIAL.
E a crise da sociedade a manifestar-se cada dia que passa, com mais intensidade e consequências perigosíssimas para a nossa sobrevivência sem sobressaltos desmedidos!
Vai daqui um abraço, que já somos "conhecidos", pelo menos já o tenho referenciado por aí nos blogues.
António
Caro AS-Nunes,
A amizade através da blogosfera acaba por ser mais definidora do que se é do que muitas vezes a dos contactos pessoais. Seja sempre bem vindo.
Dei um salto ao seu blog mas não deixei comentário por falta de tempo e porque o autor do livro que refere, é demasiado tortuoso para comentar de ânimo leve. O meu primeiro contacto com ele foi em meados de Junho de 1974 numa viagem de Estado ao estrangeiro (com Mário Soares e Campinos) e, a partir daí, tenho estado cuidadosamente atento às suas palavras, por vezes preocupantes.
Um abraço
João Soares
Depois do contributo que Jorge Sampaio deu à nossa estabilidade qual a sua credibilidade?
Caro AP,
Compreendo a sua perplexidade, e vou dar-lhe uma explicação. Não pense que o admiro, como se pode concluir de várias cartas que enviei aos jornais acerca do hermetismo dos seus discursos. Mas, neste momento, a crítica dele aos deputados, em que contam em maioria os do seu partido, deve ser tida em consideração na reconstrução do puzzle da fotografia da situação actual do País. Não é só o Manuel Alegre, e o Mário Soares, e o Henrique Neto e o Víctor Ramalho a criticar a ficção da política actual.
Basta ler a Comunicação Social, coisa de que os do PS parecem não gostar, a começar pelo «malhador», para se concluir que o povo pensante tem sobejas razões para estar incomodado. Até abundam as críticas oriundas do interior do partido
Um abraço
A. João Soares
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