Com base num texto da amiga M. João que se dedica à educação na escola e em casa.
Em caso de já não se lembrarem, o Sô Professor Daniel Sampaio nos idos dos anos 80 e 90 do século passado escreveu e falou e falou e escreveu e escreveu e falou sobre "negociação", como método de educar as crianças.
Era tudo para negociar. As regras em casa e as regras na escola. E em todo o ladinho !
Tadinhas das criancinhas - e sobretudo dos adolescentezinhos (era mais este a área dele) - que tão traumatizadas ficavam com tanta coisa má que lhes acontecia !!! (era o divórcio dos pais, a morte do gato, a repressão = não negociação, etc. etc. etc.).
Cheguei a fazer um dia de formação (em 1992) com o Sô Professor e percebi logo - o neuróniozito com que nasci até se tem aguentado - a GANDA treta.
Pelo que, desde o Dótor Spock e passando por todos os Sôs Professores como este, a coisa resultou no "séquesso" em todas as áreas...
Agora o escândalo: que tal se nós, os Professores, tivéssemos levantado a(s) voz(es) para denunciar destas e parecidas em vez de criar nas escolas gabinetes ridículos com nomes rídiculos para receber as "crianças" mal educadas ? É que estes gabinetes são constituídos por profs de tudo que lá passam umas horinhas: dantes para completar horário e agora para fazer as horitas da componente não lectiva presencial.
O meu GRANDE problema já nem é a Lurdes y sus muchachos...
Para bom entendedor meia palavra basta... Não, não pifei. O rei vai mesmo nu. É porque estão todos a fingir que sabem qualquer coisa de qualquer coisa, deixam o séquesso ir em frente, de vitória em vitória até à derrota final.
Mª João
p.s. - ah ! e que ninguém se lembre de me oferecer o livro do Sô Professor sobre os avós !!! É lamechice da grossa pela certa! Recordo um exemplo vivo:
A Alice fez uma fita levada dos demónios comigo anteontem (em toda a sua vida de quase 5 anos é a 2ª que faz, deve ter-se esquecido da 1ª...) . Disse-lhe que, ok, fosse berrando e chorando e que quando decidisse calar-se e tirar o pijama para tomar banho e vestir a roupa adequada - e não a que ela queria - viesse falar comigo. Fui para a cozinha adiantar o almoço, enquanto ela gritou, berrou, esperneou e até atirou ao ar a sua girafa de estimação.
Ao fim de uns 20 minutos de berros, gritos e, por fim, soluços, tirou o pijama e meteu-se na banheira.
Acabámos a manhã no parque infantil (onde eu tinha falado em ir logo bem cedinho).
Expliquei-lhe que gostava muito dela, gostaria sempre. O que não gostava era de birras , berros, gritos , teimosias e más educações. Como sai a esta avó, é elementarmente inteligente. Declarou "Gosto muito de ti, vóvó. Olha, compras-me um gelado?".
Não pareceu nada traumatizada e até hoje parece que a criança tem comido e dormido como de costume. Acham que fiz mal em não negociar com ela ?... Ai... estou tão preocupada ...
Em caso de já não se lembrarem, o Sô Professor Daniel Sampaio nos idos dos anos 80 e 90 do século passado escreveu e falou e falou e escreveu e escreveu e falou sobre "negociação", como método de educar as crianças.
Era tudo para negociar. As regras em casa e as regras na escola. E em todo o ladinho !
Tadinhas das criancinhas - e sobretudo dos adolescentezinhos (era mais este a área dele) - que tão traumatizadas ficavam com tanta coisa má que lhes acontecia !!! (era o divórcio dos pais, a morte do gato, a repressão = não negociação, etc. etc. etc.).
Cheguei a fazer um dia de formação (em 1992) com o Sô Professor e percebi logo - o neuróniozito com que nasci até se tem aguentado - a GANDA treta.
Pelo que, desde o Dótor Spock e passando por todos os Sôs Professores como este, a coisa resultou no "séquesso" em todas as áreas...
Agora o escândalo: que tal se nós, os Professores, tivéssemos levantado a(s) voz(es) para denunciar destas e parecidas em vez de criar nas escolas gabinetes ridículos com nomes rídiculos para receber as "crianças" mal educadas ? É que estes gabinetes são constituídos por profs de tudo que lá passam umas horinhas: dantes para completar horário e agora para fazer as horitas da componente não lectiva presencial.
O meu GRANDE problema já nem é a Lurdes y sus muchachos...
Para bom entendedor meia palavra basta... Não, não pifei. O rei vai mesmo nu. É porque estão todos a fingir que sabem qualquer coisa de qualquer coisa, deixam o séquesso ir em frente, de vitória em vitória até à derrota final.
Mª João
p.s. - ah ! e que ninguém se lembre de me oferecer o livro do Sô Professor sobre os avós !!! É lamechice da grossa pela certa! Recordo um exemplo vivo:
A Alice fez uma fita levada dos demónios comigo anteontem (em toda a sua vida de quase 5 anos é a 2ª que faz, deve ter-se esquecido da 1ª...) . Disse-lhe que, ok, fosse berrando e chorando e que quando decidisse calar-se e tirar o pijama para tomar banho e vestir a roupa adequada - e não a que ela queria - viesse falar comigo. Fui para a cozinha adiantar o almoço, enquanto ela gritou, berrou, esperneou e até atirou ao ar a sua girafa de estimação.
Ao fim de uns 20 minutos de berros, gritos e, por fim, soluços, tirou o pijama e meteu-se na banheira.
Acabámos a manhã no parque infantil (onde eu tinha falado em ir logo bem cedinho).
Expliquei-lhe que gostava muito dela, gostaria sempre. O que não gostava era de birras , berros, gritos , teimosias e más educações. Como sai a esta avó, é elementarmente inteligente. Declarou "Gosto muito de ti, vóvó. Olha, compras-me um gelado?".
Não pareceu nada traumatizada e até hoje parece que a criança tem comido e dormido como de costume. Acham que fiz mal em não negociar com ela ?... Ai... estou tão preocupada ...
3 comentários:
Caro João,
Por me parecer a propósito juntei este artigo como mais um comentário às atrocidades que se têm feito às crianças! E depois queixam-se de como está a sociedade!
Absoluta cretinice.
Meus senhores, isto não é ditadura, é falta de senso, é absoluta cretinice.
Fui mãe de 4 filhos, sou avó de 7 netos, bisa de 3 bisnetos.
Penso que a educação sexual, deve começar em casa, com os pais, quando começam os como, e os porquê, e de acordo com a idade da criança. È claro que a cegonha, as abelhinhas, já estão, se é que alguma vez estiveram em uso, fora de uso. Todas as perguntas têm uma resposta cabal, que não pode nem deve chocar a criança. Nunca me perguntaram fosse o que fosse, que eu não lhes explicasse de forma a que eles percebessem, sem os chocar.
Hoje, os meus filhos e os meus netos, falam abertamente comigo sobre qualquer assunto, sem conspurcarem seja o que for. E nisso sinto muita vaidade. Não devem existir mentiras, mas deve haver recato. Infelizmente, com todas estas más, modernices esqueceu-se o fundamentalismo religioso, "Disse Jesus, aquele que escalandaliza uma criança, melhor fora que atasse uma mó ao pescoço e se atirasse ao fundo de um pego" Por este andar, não chegarão as mós, e os pegos para todos os que o estão fazendo! Temos o péssimo costume, de "importar" estranjeirismos mas só os de má qualidade. Será que os de boa qualidade são muito caros? Porque se há de emporcalhar uma coisa linda, como é uma relação sexual entre duas pessoas que se amam? Para quê, causar traumas que podem prejudicar seriamente a vida sexual destas crianças, que um dia serão adultos?
Uma bofetada, um castigo, por uma acção mal feita, é traumatizante, estas cretinices, não são. Pois eu digo são traumatizantes sim, e muito. Antigamente eram traumatizantes pelo exagero de que tudo era pecado, hoje são traumatizantes pelo exagero do vale tudo. Haja bom senso! Haja dignidade! Haja respeito pela expécie humana.
HAJA SOBRETUDO RESPEITO PELAS CRIANÇAS
Maria Isabel Galveias
Fez muitíssimo bem!!!
Negociar é quando as partes têm experiências de vida de duração comparável.
Como se pode negociar com quem faz birras?
O meu pai nunca me admitiu birras e eu nunca as admiti à minha filha!
E ela não é nada traumatizada!
Bem pelo contrário, tem uma excelente auto-estima. A ponto de nem os professores perceberem como é que ela consegue ser tão diferente dos colegas e viver muito bem com isso. Orgulhosamente com isso!
Muito bem, caro amigo João!
Gostei desta publicação!
Abraço
São
Cara Fénix,
Está muito correcta. Negociar só é válido entre pessoas ou entidades com condições semelhantes, com autonomia para exigir e liberdade para ceder. Para educar tem de haver imposição de regras, embora isso deva ser feito pela explicação, persuasão, convicção, fazendo o educando perceber e saber as razões do procedimento que lhe é exigido. Sem capricho, nem autoritarismo nem arrogância. Sou defensor da «disciplina consentida», que precisa ser compreendida.
Um abraço
João Soares
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