Depois dos últimos posts relacionados com a Segurança Interna, não podia deixar de reparar que o artigo «perigoso costume» do JN de 8Set termina com a afirmação «um país mais justo é um país mais seguro. O que é preciso é garantir que todos tenham oportunidade de viver uma vida normal.» Isto parece incontestável.
Porém, nos dias que vão passando, os factores causais da insegurança podem vir de longe, no aspecto geográfico, devido à TV e outros meios de comunicação. As entidades responsáveis são, por isso, obrigadas a estar atentas a tudo o que se passa em «áreas de interesse» cada vez mais alargadas. É frequente surgirem autores de crimes que pessoalmente nada têm a ver directamente com a situação do País, mas procuram suprir as carências que sentem nas suas terras.
Por outro lado, é preocupante a forma demagógica e pouco responsável com que alguns políticos se referem aos acontecimentos reais, esquecendo ou querendo fazer-nos esquecer que «contra factos não há argumentos». Perante os fracassos dos agentes policiais em evitar assaltos a gasolineiras, bancos, seguradoras, caixas de multibanco, culturas agrícolas e o atear de fogos florestais em plena noite, um ministro apontou a eficiência das forças policiais ao deter dois dos assaltantes a ourivesarias em Viana do Castelo. Como as inverdades dos governantes já não espantam ninguém, não houve admiração quando veio a público que nenhum assaltante fora detido.
Mas o caso de Viana do Castelo merece mais preocupação do que o roubo do ouro. É que o assalto às ourivesarias ocorreu numa data e que a cidade estava vigiada por várias centenas de agentes policiais com vista a garantir a segurança dos ministros dos estrangeiros da EU que ali se iam reunir em cimeira. Ora, se com tanta polícia as ourivesaria foram assaltadas por pessoas que se deslocaram à vontade na cidade, ficam sérias dúvidas se aqueles governantes estrangeiros estarão eficazmente seguros.
Faz lembrar os polícias que zelando pela ordem nos jogos de futebol não tiram os olhos da bola em vez de vigiarem o comportamento dos assistentes. Certamente, também em Viana não tiram os olhos de cima dos diplomatas, para verem quando e como caem se forem atingidos por balas de terroristas de uma janela de qualquer prédio próximo.
Com tanto sintoma negativo, não é fácil viver confiante e despreocupado.
Moçambique pós-Natal
Há 1 hora
2 comentários:
Uma anedota, este País.
Dia lapidar.
Abraço.
A nossa inconstância e falta de coerência, gera frequentes contradições que resultam em gastos inúteis e desperdícios de esforços.
Eram inteligentes aqueles que já há muitos anos diziam que em Portugal a única junta que faz algo de positivo é a junta de bois. Nessa todos os componentes puxam para o mesmo lado!
Um abraço
Enviar um comentário