Na sequência do post PR veta orgânica da GNR, chegou por e-mail enviado pelo amigo CMPCosta, esta opinião de autor desconhecido que é mais uma acha para o tema.
Oi Caro Amigo
Este veto estava na calha, de há muito, sendo previsível, por vários motivos, todos eles relacionados com a pressão que a instituição militar tem vindo a desenvolver junto do PR - nomeadamente através do actual CEMGFA e do seu actual Chefe da Casa Militar.
Não foram vistos com "bons olhos":
1 - A fórmula algo enviesada da atribuição da 4ª estrela ao CG GNR - e que fora remendada como último recurso às reservas que as Chefias Militares colocaram ao projecto inicial desta Lei Orgânica - mediante uma graduação "grotesca" e terceiro-mundista (e aqui está em causa, pessoalmente, o actual CG). O atabalhoamento e a pressa em aprovar a Lei na última sessão legislativa da AN (19JUL) estão patentes até na metodologia da graduação: - o PR graduaria o CG, tout court, sob proposta do Governo. Recordemos que os actuais Generais das FA são promovidos pelo PR, sob proposta da Chefia, ouvido o Conselho Superior da Defesa Nacional. Aqui, nem isso se verificava, o que constituiria, também uma grave lacuna no acesso ao mais alto posto da hierarquia das FA.
2 - O acesso ao posto de general pelos impropriamente apelidados de milicianos. O generalato sempre constituiu o último e inexpugnável bastião da tropa. O acesso a tal patamar, por parte de um qualquer mortal consubstanciaria um imperdoável crime de lesa-Pátria. NUNCA será aceite pela instituição castrense. Além do mais, os futuros oficiais jamais perdoariam tal concessão por parte das actuais chefias militares. A tropa continua a reger-se por um corporativismo medieval imune a quaisquer modificações. Como diria um boçal ministro muito em voga: " milicianos generais? JAMÉ!!!"
Convém relembrar que o PR é o Supremo etc. e foi o pára-raios que absorveu todos os impactes das chefias militares. Quem acaba por ficar num posição muito desconfortável é o actual Ministro da Defesa: por um lado integrou o grupo de estudiosos que pariu este aborto de Lei; por outro fez orelhas moucas às manifestações de descontentamento das Chefias e agora está entalado entre a espada e a parede na reapreciação da Lei, que se segue ao veto presidencial.
3 - A Marinha (ciosa dos pergaminhos que sempre lhe foram reconhecidos e lhe são legalmente atribuídos na fiscalização da faixa marítima de respeito) acabava - com a criação desse nado-morto apelidado de Unidade de Fiscalização Costeira - por se ver desrespeitada e ultrapassada até, nas competências que lhe estão consignadas. De referir que este Ramo, com a promulgação da LO/GNR, não via aumentar o número dos seus Oficiais Generais, o que não sucederia com o Exercito.
"MODALIDADES DE ACÇÃO (tão ao gosto da militança...)
- Face aos motivos políticos que o PR invoca, objectivamente, para a não promulgação da Lei, nada ficará como dantes, sendo mais que previsível, a curto prazo
- Uma birra do CG, ameaçando, (se mais não houvera....) que, para tranquilizar as hostes, é melhor encarar a sua saída, se o 1º ministro não vir inconveniente. Não o estou a ver "bater com a porta" e pedir a demissão. Não tem estaleca para isso. Falta-lhe coluna vertebral suficientemente erecta. A sua ambição é proporcional à invertebrabilidade. É natural que chame os acólitos (generais da tropa na GNR), como manobra de diversão, para inglês (MAI/MD) ver. Se chegar a manifestar essa ideia (com a qual não estará de acordo...) não me admira que o nosso primeiro ou até o MAI o considere indispensável... Por outras palavras, por sua parte, tudo ficara na mesma, com o homem atento e expectante. Claro que, para mim, foi o pior comandante que passou pela Guarda - rebaixou-se aos políticos a ponto de ter deixado adulterar a Guarda, que hoje é tudo - bombeira, apaga-fogos, guarda vegetal, guarda ambiental e....imagine-se MILITAR!!! É polivalente... Deixou resvalar a Guarda para níveis inimagináveis, encontrando apenas paralelo nas republicas centro africanas e, talvez, num ou outro país centro-americano.
- Os tais milicianos, continuarão, atentos, veneradores e obrigados à nomenklatura. Afinal, por ela, eles até atingiam o generalato....Pura ilusão - esse galardão continua e continuará reservado para os puros-sangue, os tais que, como diz o PR, têm uma licenciatura em ciências militares - falta apenas perceber (e nisso a nota presidencial é omissa) até que ponto tal licenciatura é condição sine qua non para o exercício de cargos em funções de SEGURANÇA. Pessoalmente, rebolo-me de gozo ao imaginar os sabujos a quem, definitivamente, tiraram as esperanças estrelares.... Conhecemo-los todos, são o gado invertebrado que, enxameiam os corredores onde fazem carreira, nunca soube o que era trabalho ou responsabilidades.
- O actual MD, aparentemente desautorizado e cada vez com menor margem de manobra (chamemos-lhe credibilidade) junto das Chefias, deficitário, também das virtudes que não são reconhecidas ao CG, caia na máscara e não levanta a cabeça até que a tormenta passe...
- A LO será reapreciada na Assembleia. Como convém, vão ser revistos e modificados os pontos mais controversos. Previsivelmente, tudo baixará um escalão, voltando à estaca 0. A Guarda não será sequer ouvida. O cordão umbilical GNR/Tropa, que o anterior MAI dizia em entrevista ao expresso iria desaparecer, voltará, como agira se verifica, a ser fortalecido, esperando-se que os GTI atinjam a maioridade vg generalato.
- Sem pestanejar, o PR, satisfeitos os requisitos corporativistas da tropa, mandará a LO para publicação.
A paz (podre) voltará a reinar sobre os invertebrados, a segurança do zé pagode estará garantida. Teremos de novo e como sempre, os generais de bota cardada (mas devidamente habilitados com o curso de ciências militares) na Guarda. Aí o PR já não se vai abespinhar nem dizer que este é o único País da Europa com Generais da academia a comandar milicianos. A voz de " aos seus lugares" far-se-á de novo ouvir neste belo País que tresanda a merda.
- Sabes qual é o efectivo da vizinha e congénere Guardia Civil? Cerca de 80 000 almas.
- Sabes quem a comanda? Um civil (nem ao menos miliciano é), licenciado em direito (nem ao menos possui o bacharelato em ciências militares) Sabes qual é o mais elevado posto do militar (oriundo da GC, não de infantaria ou de artilharia)? Major-General.
- Sabes qual é o posto dos comandantes de tércio (todos eles com uma área superior ao deste jardim? Brigadeiro-General (1 estrela)
- Sabes que mais? Estou e sinto-me muitíssimo bem em Arcos Lorosae.
Abaixo a mediocridade!
"Aquele" abraço
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Veto da Lei Orgânica da GNR
Publicada por A. João Soares à(s) 17:05
Etiquetas: eficiência
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3 comentários:
Bom.
Bfsemana e um abraço.
A. J. Soares:
Basta ver a duplicidade hipócrita de critérios.
Entre o campo de milho transgénico e o caso Somague.
A Leonor Cipriano e os ingleses.
Pois.
Lá irei.
Um abraço.
Caro Pinto Ribeiro,
É mais do que duplicidade. Faz lembrar uma antiga publicidade que usava o slogan «cada cor seu paladar».
Só que aqui há uns que são bafejados com os melhores paladares e outros sempre com as desgraças.
Abraço
Bom fim-de-semana
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