Oferta de Adelaide Quintas, elemento activo do Clube Virtual de Seniores
Estava saindo daquele sono profundo, momento que separa a noite do dia que vem a seguir...como se me tivesse enfiado num buraco de montanha onde a luz não entra e o silêncio tapa os ouvidos... lugar onde me esqueço de mim própria, fico perdida e sou ninguém... onde tudo se me varre da mente...!
Depois...
Aos poucos... começo a sentir que estou a voltar a mim de novo, e os barulhos matinais, da cidade a despertar, entram-me pelos ouvidos porque o silêncio já fugiu... Começa a fazer-se luz na minha mente e os pensamentos voltam... Neste momento, como é meu costume, o meu primeiro pensamento vai direito ao Alto e o meu diálogo com o Criador, os segredos entre mim e Ele, começa a desfiar. Lamento-me, choro às vezes quando o meu coração pesa, e Ele ouve, calado mas atento. Eu sei, não duvido, Ele está lá. Depois de despejar as minhas queixas, desilusões, tudo o que me doi, então agradeço tudo o que tenho e que me vem d'Ele, os milagres que me acontecem, e a Sua presença ao meu lado porque a sinto. De quantos males tenho sido afastada porque Ele está comigo...
Mas...? Devem perguntar-se os meus queridos leitores e amigos..."O que tem tudo isto a ver com as cidades?" Na verdade, tendes razão! Distraí-me e deixei-me levar como um pequeno riacho que vai engrossando até chegar ao seu destino, o mar...
Agora, vou então explicar porquê o título, e o que quero dizer que ouvi sobre as cidades. Tenho o costume de, antes de deixar o quentinho dos lençois, e depois das minhas lamúrias com o Criador a quem finalmente deixo em paz, pego no meu minúsculo rádio, um pequeno e simples prazer que guardo debaixo da almofada, e no qual ouvi, antes de dar início à minha rotina diária, esta frase..."Foi a humanidade que inventou as cidades". Logo se me prendeu a minha atenção. Nelas, as pessoas acotovelam-se, crescem em número de dia para dia. Nelas se criam as tentações para atrair os olhares e movimentar os dinheiros de cada um para o que é errado. Recorre-se ao crédito para alimentar a ganância da especulação. Retiram-se os espaços verdes, tão necessarios à saúde, para construir prédios em altura e encher os bolsos dos construtores. Prédios feitos sem peso nem medida, desordenadamente, muitas vezes sem qualidade...É como que se as cidades tivessem nascido em cima de uma mancha de óleo que se vai alastrando sem simetria para tudo quanto é lado. Mas, como se tudo isto não bastasse para nos fazer pensar, há ainda outro enorme problema. As cidades são o paraíso das quatro rodas. É demasiado o ajuntamento e a poluição que infecta o ar e os nossos pulmões. E se uma pessoa se distrai e põe o pé onde não devia? Então, também os animais, que prefeririam correr livremente nos belos e verdes campos, devem ser lembrados como um outro problema das cidades... Foi de uma grande cabeça que saíu quase tudo que acabo de dizer. Não resisti, porém à tentação de fazer pequenos acrescentos de minha autoria...
ADELAIDE CVS/23
A Decisão do TEDH (399)
Há 54 minutos
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