Um estudo da associação portuguesa para a defesa dos consumidores, Deco, revela que
muitos alunos passam frio e são sujeitos a uma má qualidade de ar dentro das salas de aula e concretiza que quatro em cada cinco escolas têm temperaturas baixas e excesso de humidade no ar.
São estas as principais conclusões de dois estudos realizados com base em 40 salas de 20 escolas de todo o país, realizados em Fevereiro, e agora publicados nas revistas “Pro Teste” e “Teste Saúde”. Há deficiências de renovação do ar e humidade elevada, em muitos casos devido a deficiência construção, e criando condições propícias ao desenvolvimento de bactérias e fungos. A Deco recomenda que estas deficiências "exigem atenção urgente do Governo".
Em reacção, o Ministério da Educação acusa a Deco de estar a recorrer às escolas públicas "para efeitos de autopromoção mediática baseada em relatórios tecnicamente errados". Segundo a tutela, a Deco divulga "resultados de pretensos estudos sobre escolas que dão uma imagem negativa do sistema e ensino públicos". "As insuficiências, deficiências e falta de rigor desta instituição na produção destes pretensos estudos levam o ME a não lhe reconhecer qualquer capacidade técnica para o efeito", lê-se numa nota de imprensa.
Face a esta posição do Governo, a Deco reagiu de forma lógica: "Uma vez que o Ministério da Educação contesta o nosso estudo apelamos a que tornem público os estudos efectuados sobre o bom conforto térmico e a qualidade do ar das escolas portuguesas", disse hoje à Lusa Rita Rodrigues, da Deco. Esta lançou ainda uma pergunta ao ministério: "Se em 20 escolas detectámos tantos problemas, como estarão as restantes?". Segundo ela, as amostras dos estudos realizados ao longo dos anos têm demonstrado que ilustram a realidade nacional. "Acreditamos que neste caso também não estamos longe da realidade", acrescentou.
No debate ocorrido na SIC-Notícias, esta tarde, o representante do ministério repetiu os argumentos da nota enviada à imprensa, sem esclarecer as condições em que se encontram as escolas e a única nota positiva é que, à medida que são feitas intervenções nas instalações, são retiradas as placas de amianto, o que nos leva a concluir que passarão muitas décadas até que a última placa desapareça nas escolas portuguesas. Os pais das crianças que frequentam as escolas espalhadas pelo País esperam que o ministério mande observar, de forma isenta e realista, as condições de todas as escolas, torne público o relatório resultante e, de seguida, proceda às reparações necessárias. Se assim fizer mostra interesse pelo assunto e aproveita esta achega da Deco, o que é mais racional do que ficar abespinhado como o representante na SIC-Notícias.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Escolas insalubres
Publicada por A. João Soares à(s) 21:54
Etiquetas: escolas, insalubridade
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3 comentários:
Sem tempo, sem tempo, abraço.
Carissímo!
É um facto. Meu filho anda numa escola do Estado que é dada com exemplo de organização, instalações e qualidade de ensino. No entanto a sala onde ele tem aulas em dias de calor dá para cozinhar um ovo.
É certo que nada é perfeito. Encontram-se sempre problemas que devem ser reparados. Isso é inevitável. Mas, neste caso, o que é prova de arrogância é a posição do ministério. Seria muito mais eficiente e simpático reagir de forma parecida com esta: Realmente há deficiências que ainda não pudemos reparar, mas estamos a fazer tudo para as eliminar o mais rapidamente possível. Ficamos gratos pelos alertas que recebemos da parte de cidadãos e instituições, a fim de melhorar a forma de servir os estudantes e o povo em geral.
Teria sido muito mais democrático!!!
Um abraço
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