Embora possa ser polémico, este texto de Isabel Stilwell, no Destak de 5 de Setembro, apresenta uma faceta, entre o humor e o sério, que merece ponderação para uma futura reforma do ensino.
Mais lamentos não!
A única coisa que me apetece é deitar achas para a fogueira quando vejo professores indignados por não terem sido colocados e uma ministra da Educação a recomendar que qualquer candidato à profissão desista já!
Pertencendo a um grupo profissional em que, como na maioria dos outros, a única via de acesso ao emprego é "mandar currículos" e esperar que alguém se renda aos nossos talentos e, se possível, a troco de um ordenado, o sistema de colocação de professores parece-me ultrapassado. Porque seria obrigação de um Ministério dar-lhes emprego?
Além do mais, será que a carreira académica é uma versão da tropa? Um jovem cheio de genica, só entra numa sala de aulas no dia em que for a enterrar um "general" de topo, mesmo que o senhor odeie ensinar? Julgo que no futuro as escolas deviam contratar os seus empregados directamente, segundo os seus próprios critérios, o projecto que defendem e as necessidades da sua escola. Cá por mim, se me dessem um estabelecimento de ensino para gerir, preferia mil vezes escolher, por exemplo, um professor/a que vivesse na zona do que me ver obrigada a aceitar alguém "deslocado" do outro canto do País, desenraizado e descontente. Preferia seleccionar uma pessoa empática, alegre e bem disposta, do que uma casmurra, mesmo com mais duas décimas de média!
E o melhor da história é que este sistema permitia dar uma machadada no polvo do Ministério. Sem um colosso de gente para gerir e de cheques para assinar, de directores necessários para mandar noutros directores, a organização podia ser menos tentacular, mais simples e mais ágil. Podia cumprir a missão de pensar e implementar estratégias e modelos. Sem pressas e com cabeça, o que era só por si uma agradável novidade.
Já entrevistei três ministros da Educação que se queixaram, amargurados, de perderem demasiado tempo com burocracias.
Isabel Stilwell | editorial@destak.pt
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Ensino. Achas para a fogueira
Publicada por A. João Soares à(s) 17:34
Etiquetas: burocracia, ensino, professores
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