A vírgula misteriosa
Por Manuel António Pina
O professor Costa Andrade disse-o já, a reforma penal de Alberto Costa & Rui Pereira foi "impulsionada" pelo processo Casa Pia.
Costa Andrade não foi o único a dizê-lo; disse-o o também professor de Direito e ex-secretário de Estado da Justiça Paulo Rangel, e disseram-no (e dizem-no) magistrados judiciais e do MP, juristas e advogados.
Mas dizem-no sobretudo algumas das normas "metidas a martelo", não se sabe por quem, nos textos postos à discussão pública tanto do Código Penal como do de Processo. No CPP, um novo número acrescentado a um artigo passou a impedir a divulgação de escutas embaraçosas como aquelas que vieram a público durante a instrução do processo dos abusos das crianças da Casa Pia.
Ontem, o advogado José António Barreiros classificou de "escândalo" a vírgula e o subtil acrescento que autor parlamentar ou governamental anónimo apôs ao texto primitivo do art.º 30º, n.º 3 do Código Penal, aparentemente "à medida" dos crimes em julgamento no mesmo processo: dois, três, quatro, cinco, cinquenta crimes como os sexuais passam a ser considerados um só, "continuado", se... foram cometidos "contra a mesma vítima".
Chegará tão longe, à maioria PS e ao próprio processo legislativo, o longo braço dos arguidos Casa Pia e "compagnons de route"?
NOTA: E assim vai esta País!!!
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Fantasmas entre os legisladores???!!!
Publicada por A. João Soares à(s) 07:37
Etiquetas: crime, desonestidade, impunidade, legislação
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