A corrupção, activa e passiva, o trafico de influências, as cunhas sempre existiram, mas hoje abusa-se. São actos difíceis de provar porque ambas as partes são interessadas, tanto a que beneficia do acto ilícito que vai realizar com a ajuda do tipo bem posicionado e com poder para lhe facilitar o caminho, como a parte passiva que, em troca do favor que faz, recebe uma «atenção» que não será negligenciável, dependente do negócio e do poder de compra do corrupto activo. Isto leva a concluir que os corruptos passivos se encontram nos altos degraus do poder, os que têm capacidade de influenciar as decisões.
Apesar de propostas, mais ou menos espectaculares, para fazer face a estas distorções da vida económica do País, de que resulta o enriquecimento ilegítimo, a epidemia continua e, hoje, o Jornal de Notícias traz dois artigos que mostram que este mal travessa horizontalmente os partidos, é apartidário, um refere-se à Madeira e seus governantes a vários níveis, e o outro aponta para a concelhia do PS de Coimbra.
Enfim dois beliscões num gigante que nem sequer reage. É lógico que não queiram acabar com esta pouca vergonha. Quem tem poder para o fazer pertence ao grande grupo dos beneficiados. Portanto... O conluio, o arranjo, o conchavo, a mancomunação, o compadrio, para não recorrer a terminologia de origem italiana, explicam que tardem as medidas eficazes para combater esta peste que destrói a sociedade e lesa as finanças públicas pelas fugas que proporciona.
A Necrose do Frelimo
Há 2 horas
2 comentários:
Caro A João Soares,
Tem razão quanto ao facto de o fenómeno da corrupção não ser apenas dos nossos dias. Na realidade, mergulha fundo na História. No entanto, as sociedades organizadas e civilizadas procuraram sempre formas para a combater através de mecanismos legais e judiciais.
Aquilo a que estamos a assistir actualmente na sociedade portuguesa é uma quase total impunidade face ao fenómeno. O Estado e os seus agentes usam e abusam da corrupção passiva e activa, para atalhar caminho e, desta forma, mais facilmente atingirem os seus propósitos.
à falta de uma verdadeira democracia...
Um abraço amigo
Caro Jorge Borges,
O que me parece mais grave é que a falta de medidas de combate a esta imoralidade não se deve tanto à falta de capacidade dos agentes do poder, mas à sua falta de vontade, porque se ele desaparece, eles ficam sem uma importante fonte de enriquecimento.
Eles têm mostrado que não querem moralizar o sistema.
A propósito, há dias, contaram-me que um conhecido presidente de Câmara satisfazia todas as vontades aos construtores a troco de um apartamento que ficava em nome da mulher. Esta, quando já tinha um bom património imobiliário, arranjou um pretexto para se divorciar e ele ficou sem nada. Gostei de ouvir.
Foi uma punição para ele. Mas não foram refeitos os prejuízos para a sociedade pelos atropelos que os construtores fizeram nas localiddes do concelho.
Abraço amigo
Enviar um comentário