Segundo a teoria de Noam Chomsky, a estratégia da distracção pode justificar o interesse agora voltado para Duarte Lima, como se depreende do título da notícia «Milhões de herança passaram por Duarte Lima». Ele poderá, naturalmente, não estar em falta, assim fazendo pensar a educação recebida na infância e na juventude, orientada por um senhor de esmerados princípios e uma salutar escala de valores éticos, o seu conterrâneo Eduardo Luís de Sousa Gentil Beça. Este foi seu protector e apoio nos tempos difíceis do início da sua vida e, certamente, não lhe ensinou a ocultar a verdade sob pretextos legalistas ou pouco morais.
Também a sua religiosidade o deve ter levado a profunda reflexão sobre a vida e os mais altos valores morais quando recebeu a graça de vencer a leucemia que esteve perto de o vitimar.
Mas, nem por isso, deixará de haver quem o inclua no grupo de trasmontanos deslumbrados pela política que tudo fazem para adquirir maior riqueza monetária, sem olhar a meios.
Por outro lado, como advogado, não se pode esperar dele poderes celestiais a favor da Justiça, pois como disse um seu colega na TV há já uns anos, ao advogado não compete fazer justiça, o que é função do juiz. O advogado fez um contrato com o seu constituinte, que por isso lhe paga, para o defender, o que o obriga a procurar todos os pormenores e vírgulas da lei para conseguir que o seu cliente ganhe a causa, fique absolvido ou, se o não conseguir, tenha uma pena leve. Num processo, o papel do advogado é, acima de tudo, defender os interesses do cliente.
Mas ocasionalmente surgem notícias sobre advogados que acabam por sofrer a má influência dos contactos com muitos clientes e cair na tentação de cometer infracções graves. São conhecidos alguns nomes em Portugal e não apenas o gamador de gravadores e o ex- presidente do SLB.
Mas de Duarte Lima espera-se que nunca se esqueça dos conselhos e dos exemplos do seu protector e conterrâneo Gentil Beça.
Imagem da Net.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Duarte Lima e a estratégia da distracção
Publicada por A. João Soares à(s) 22:40
Etiquetas: dignidade, Duarte Lima
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4 comentários:
...estou em crer que tais conselhos (se os houve) entraram por um ouvido e saíram logo pelo outro!
Milan Kem-Dera,
Dei uma volta rápida pelo seu blog e inscrevi-me como seguidor.
Quanto a este seu comentário, que agradeço, o Padre Américo, fundador da Casa do Gaiato dizia «não há rapazes maus», mas a experiência da vida tem me ensinado que «ninguém é perfeito» e há dois locais do mundo de onde a perfeição tem andado muito arredada: a política e a advocacia. Quando estes dois factores coexistem na mesma pessoa, gera-se uma mistura explosiva, do tipo bomba nuclear, que necessita de uma forte blindagem de força ética, moral, cívica, para ser contida e tornada inofensiva. O texto toca em vários aspectos que numa sociedade em que o dinheiro constitui a divindade mais adorada pelos deslumbrados actuais, ninguém pode arriscar pôr a mão por ninguém.
Mas não quero desviar-me da minha utopia de imaginar um futuro melhor com pessoas mais honestas e desejar que cada uma saiba resistir às tentações e contribuir para esse ideal de paz, harmonia e felicidade colectiva. «Kem-Dera» que esse objectivo seja conseguido, mesmo que muito devagar.
Um abraço
João
Só imagens
João
É mesmo uma utopia.
Já não há valores. Nem morais nem éticos. E o pior, a nível planetário!
Todos nós sabemos como acabaram muitas das civilizações anteriores; algumas duraram vários milénios, nomeadamenbte a romana. E também sabemos porque e como acabaram.
Acredito que estamos no começo do fim de ciclo. Acredito que o fim da civilização actual se aproxima. Será questão de apenas alguns séculos (poucos). Tornado o planeta numa aldeia global, o colapso será, desta vez, bem mais generalizado.
Não estaremos cá para assistir a isso, mas este colapso será inevitável, e a actual situação não terá tendência para melhorar por rejeneração. Antes pelo contrário, afundar-se-á, inexoravelmente.
O que se seguirá depois? eis a questão que nunca terá resposta.
Lamento contrastar com esta minha visão negativa e catastrófica do futuro da humanidade. E Portugal faz parte deste processo irreversível.
Um abraço
Milan Kem-Dera
Muito obrigado por este seu excelente comentário que muito enriquece este espaço. Oxalá surjam mais comentadores a contribuir para o desenvolvimento deste tema.
Perante os perigos morais e sociais da globalização, não devemos meter a cabeça debaixo da areia, porque a informação daquilo que se passa e a reflexão sobre os sinais que nos saltam aos olhos são factores de enriquecimento. Conduzem ao seu prognóstico, ao apocalipse que não demorará. A humanidade poderá terminar daqui a alguns séculos, como diz, mas o apodrecimento está em marcha e o fim aproxima-se.
Sobre as grandes viragens que muitos «intelectuais» se recusam admitir, por estarem presos a raciocínios tradicionais em que a «civilização» ocidental era a referência, têm aqui sido abordados, embora ligeiramente, em posts como
A China em fase de evolução rápida,
A China e o futuro da geoestratégia e
Dificuldade em prever o futuro Internacional.
Mas, fiel à minha utopia, acho que não devemos ficar de braços cruzados à espera do fim. Devemos fazer o esforço possível para regenerar a sociedade e torná-la, mais humana. Um dos métodos poderá ser procurar imitar a lógica dos comportamentos de animais da selva que dão bons exemplos dos comportamentos em família e em grupo.
Nesse sentido e com a intenção de não perder a esperança, procuro aqui salientar todos os sinais positivos dos mais jovens, de entre os quais hão-de sair os dirigentes de amanhã. Será bom que se consciencializem de que é indispensável reabilitar os valores éticos que têm sido muito desprezados e substituídos pelo amor cego ao «vil metal». É nesse sentido que tenho aqui insistido como poderá ver nos links inseridos no post recente
Aluno português brilhou em competição no Japão
Agradeço osseus comentários. Volte sempre.
Um abraço
João
Só imagens
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