domingo, 15 de agosto de 2010

Políticos não são pessoas superiores

Embora, por vezes, se sofra da ilusão de imaginar que os políticos são pessoas muito especiais correspondendo á imagem que procuraram fazer passar durante as campanhas eleitorais, a realidade é muito diferente. Não raras vezes, verificamos que são pessoas imaturas, inseguras, incultas, demasiado vaidosas e arrogantes, deslumbradas e mais preocupadas com os seus interesses pessoais do que com as suas tarefas de gestores dos desígnios nacionais que se limitam a ver por uma óptica muito opaca e desfocada.

Há dias o ministro da Agricultura na tentação insensata e impensável de sugerir ou propor que se faça a nacionalização dos terrenos sujeitos a fogos, por deficiente limpeza, mostrou não ter a mínima noção do estado em que se encontram as propriedades do Estado e das Autarquias. A isso se referiram os artigos "O Estado é o pior proprietário" e E por que não "privatizar" os terrenos do Estado?.

Também o MAI numa visita a S. Pedro do Sul, quando na área lavrava um fogo florestal que durou vários dias fez afirmações inócuas que não ficariam mal na boca de um bombeiro ou de um agente das forças policiais, mas não era esperado que um ministro fosse ali apenas dizer palavras vulgares sem qualificação nem conteúdo, sem referir análises técnicas ou estratégias que gerassem esperança de um futuro melhor para quem vive nas áreas florestais e delas depende.

Na mesma linha seguiu o PR , após uma conferência de alto nível na sede da Protecção Civil, tendo, em vez de anunciar medidas adequadas para enfrentar os fogos actuais e evitar os do futuro, acabado por não dizer mais do que o MAI tinha em S. Pedro do Sul, uma ideia oca e banal, segundo o que foi destacado pelos jornais.

Na verdade, os cidadãos deviam estar preparados para tomar decisões individuais e colaborar em acções colectivas organizadas e dirigidas superiormente, porque as responsabilidades colectivas são pelos eleitores delegadas nos políticos e cabe e a estes, nomeadamente aos governantes, desempenhar tais tarefas, às quais voluntariamente se candidataram nas eleições.

O povo deve exigir aos eleitos o cabal desempenho das suas funções, em benefício de Portugal, dos portugueses. É a esses que compete preparar com eficiência a prevenção dos fogos florestais com início em Outubro ou Novembro para que em 2011 não se repita a tragédia do corrente ano.

Imagem da Net.

3 comentários:

José Lopes disse...

A pouca habilidade dos nossos políticos e o seu desprezo pelas necessidades dos cidadãos é gritante neste assunto dos fogos de Verão. Há muito desemprego e há muito mato a precisar de limpeza, isto e os gastos no combate aos incêndios juntando os prejuízos que temos todos os anos, é matéria suficiente para terem ideias mais do que evidentes.
Cumps

Rogério G.V. Pereira disse...

Tem razão meu caro Amigo,

Os incêndios são apenas um, mais um e dramatico, exemplo da inconsequencia dos politicos no que respeita ao bem comum. Prova-o também as minha "rogériografias" ao cérebro humano, onde descubro anormalidades de caracter, de moral, de ética e de justiça que faz desses cérebros "coisas" que fificilmente devemos aceitar como humanas...

Abraço

A. João Soares disse...

Caros Guardião e Rogério Pereira,

Como escrevi na resposta a um comentário neste post colocado noutro blogue, Amiga Ná, os políticos só pensam em conquistar o poder e depois em o manter para tirar do cargo os maiores benefícios. Reparem nas «geniais» palavras do MAI quando foi mostrar-se na TV em S. Pedro do Sul. Foi um autêntico Conde de Abranhos descrito pelo Eça de Queiroz. Falou para não deixar de o fazer, mas nada disse . Genial figura!

O PR, mais uma vez, levantou esperança na sua acção patriótica ao anunciar a interrupção das férias para uma reunião do mais alto nível e, em vez de grandes estratégias contra os fogos, disse ao povo Nada.
Mais uma vez nos fez lembrar aqueles anos em que nos encheu os ouvidos com a palavra TABU e a própria boca com um desmesurado pedaço de PÃO DE LÓ.
Não podemos ter a mínima consideração pelos nossos políticos, nem esperança de que os problemas que eles nos têm criado venham a ter boas soluções. Como dizia Lutero: É preciso «uma excelentíssima e reverendíssima reforma». Há que limpar a arrecadação e deitar para o lixo tudo o que não presta e nem serve para reciclagem.

Abraços
João
Do Mirante