Com uma dedicatória do seu autor, com data de 29-06-2010, tenho aqui ao lado do teclado, o livro «Tempos difíceis – Decisões urgentes», de Manuel Pedroso Marques, edição de bnomics.
Por motivo de organização do tempo, não me é fácil ler o livro com a continuidade que ele merece mas, na verdade, por outro lado, não é livro que convenha ser lido de afogadilho, pois tem conceitos que devem ser amadurecidos, interiorizados porque, só dessa forma, se fica habilitado a interpretar melhor aquilo que se passa no País.
Proponho-me a tarefa e de aqui publicar pequenos excertos que divulguem certas ideias e que agucem a curiosidade de os leitores irem ao encontro desta obra com características didácticas em que se faz a conjugação muito conseguida de metodologia da preparação da decisão em estratégia militar e na gestão empresarial, as Ciências Sociais e a acção política, com a condução de negociações, contando com a resiliência. Vou agora trazer para aqui uns rudimentos sobre o valor da resiliência na decisão.
«Na Física, resiliência é uma relação estabelecida entre resistência e flexibilidade. Belo conceito que esta ciência emprestou recentemente às Ciências Sociais e que traduz a necessidade de equação e compatibilização de realidades distintas, mesmo opostas, logo contraditórias, mas cujo peso na construção do futuro social lembra o que outras têm nas obras de engenharia.
As manifestações de resiliência são cada vez mais expressivas e frequentes na nossa sociedade. A título de exemplo:
- É o caso de se procurarem conciliar objectivos de segurança com a não beliscadura das liberdades dos cidadãos, uma situação que ganhou acuidade após o 11 de Setembro;
- Ou as preocupações de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos e, ao mesmo tempo, aumentar a capacidade de investigação policial para que a Justiça se torne mais célere e os crimes não fiquem impunes;
- Como as decisões de alavancagem da actividade económica do nosso país, com injecção de capital no sistema financeiro e investimentos públicos, por um lado e de manutenção do equilíbrio orçamental e de redução do endividamento externo, por outro, ambas as medidas justificadas e dificultadas pela actual crise económica e financeira;
- O equilíbrio entre a necessidade democrática da informação dos cidadãos e a consequente liberdade de imprensa e expressão e, por exemplo, a devassa da vida privada e ataques aos direitos de personalidade (bom nome, presunção de inocência, etc.) de figuras públicas ou de julgamentos mediáticos e na praça pública:
- Ou a prestação social do Estado ao cidadão versus o aumento de impostos;
- Etc. etc. etc.»
(pág. 21-22)
El País
Há 2 horas
2 comentários:
Amigo, pelo que li, concordo consigo, este será de facto um livro que importa seguir com o cuidado que ele merece. Irei, procurar, e adquiri-lo.
Espero, elucidar-me mais e melhor sobre este nosso sistema "Pantanoso" quanto a mim.
Um Bom fim de semana.
Abraços do Beezz
Carlos Rocha
Cao Carlos Rocha,
É um livro que devia ter lugar na mesinha de cabeceira de todos os políticos, para compreenderem melhor os problemas que devem resolver e fazê-lo com capacidade e sensatez.
A tecnologia levou a o mundo a um tal grau de desenvolvimento que já não são aceitáveis decisões por palpite, por inspiração de um sonho ou pesadelo.
A ciência desenvolveu-se para ser aplicada e a sua ignorância não é desculpável por quem se candidata para os altos cargos e elevados salários e mordomias.
Um abraço
João
Do Mirante
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