sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tempos difíceis 1

Com uma dedicatória do seu autor, com data de 29-06-2010, tenho aqui ao lado do teclado, o livro «Tempos difíceis – Decisões urgentes», de Manuel Pedroso Marques, edição de bnomics.

Por motivo de organização do tempo, não me é fácil ler o livro com a continuidade que ele merece mas, na verdade, por outro lado, não é livro que convenha ser lido de afogadilho, pois tem conceitos que devem ser amadurecidos, interiorizados porque, só dessa forma, se fica habilitado a interpretar melhor aquilo que se passa no País.

Proponho-me a tarefa e de aqui publicar pequenos excertos que divulguem certas ideias e que agucem a curiosidade de os leitores irem ao encontro desta obra com características didácticas em que se faz a conjugação muito conseguida de metodologia da preparação da decisão em estratégia militar e na gestão empresarial, as Ciências Sociais e a acção política, com a condução de negociações, contando com a resiliência. Vou agora trazer para aqui uns rudimentos sobre o valor da resiliência na decisão.

«Na Física, resiliência é uma relação estabelecida entre resistência e flexibilidade. Belo conceito que esta ciência emprestou recentemente às Ciências Sociais e que traduz a necessidade de equação e compatibilização de realidades distintas, mesmo opostas, logo contraditórias, mas cujo peso na construção do futuro social lembra o que outras têm nas obras de engenharia.

As manifestações de resiliência são cada vez mais expressivas e frequentes na nossa sociedade. A título de exemplo:

- É o caso de se procurarem conciliar objectivos de segurança com a não beliscadura das liberdades dos cidadãos, uma situação que ganhou acuidade após o 11 de Setembro;

- Ou as preocupações de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos e, ao mesmo tempo, aumentar a capacidade de investigação policial para que a Justiça se torne mais célere e os crimes não fiquem impunes;

- Como as decisões de alavancagem da actividade económica do nosso país, com injecção de capital no sistema financeiro e investimentos públicos, por um lado e de manutenção do equilíbrio orçamental e de redução do endividamento externo, por outro, ambas as medidas justificadas e dificultadas pela actual crise económica e financeira;

- O equilíbrio entre a necessidade democrática da informação dos cidadãos e a consequente liberdade de imprensa e expressão e, por exemplo, a devassa da vida privada e ataques aos direitos de personalidade (bom nome, presunção de inocência, etc.) de figuras públicas ou de julgamentos mediáticos e na praça pública:

- Ou a prestação social do Estado ao cidadão versus o aumento de impostos;

- Etc. etc. etc.»

(pág. 21-22)

2 comentários:

Beezzblogger disse...

Amigo, pelo que li, concordo consigo, este será de facto um livro que importa seguir com o cuidado que ele merece. Irei, procurar, e adquiri-lo.

Espero, elucidar-me mais e melhor sobre este nosso sistema "Pantanoso" quanto a mim.

Um Bom fim de semana.

Abraços do Beezz
Carlos Rocha

A. João Soares disse...

Cao Carlos Rocha,

É um livro que devia ter lugar na mesinha de cabeceira de todos os políticos, para compreenderem melhor os problemas que devem resolver e fazê-lo com capacidade e sensatez.

A tecnologia levou a o mundo a um tal grau de desenvolvimento que já não são aceitáveis decisões por palpite, por inspiração de um sonho ou pesadelo.
A ciência desenvolveu-se para ser aplicada e a sua ignorância não é desculpável por quem se candidata para os altos cargos e elevados salários e mordomias.

Um abraço
João
Do Mirante