De acordo com estimativas feitas pelo ministério, já se terão perdido 20 milhões de euros pelas indecisões e adiamentos da cobrança de portagens das SCUT.
Tem sido demonstrado reiteradamente haver uma ânsia patológica de alterar, de mudar, sem o cuidado de seguir uma metodologia como a referida em «Pensar antes de decidir», sem preocupação estratégica de defender os interesses nacionais com visão de continuidade e sustentação olhando o futuro. São tomadas decisões sem ponderação, apenas porque houve um palpite ou uma inspiração de uma noite mal dormida. Sobre isto há interesse, e meditar sobre a forma como este fenómeno está retratado na página 53 do livro «Tempos difíceis», em que se pode ler:
(…) «As reformas dos programas de ensino excedem os dedos de uma mão. O sistema fiscal tem tido alterações quase anuais, com uma constante na complicação cada vez maior do cumprimento das obrigações fiscais por parte do cidadão. Aqui as estratégias não tiveram tempo de se afirmar.
Mas não estamos perante o fenómeno de inovação estratégica que se poderia opor à estratégia imobilista. Estamos, infelizmente, perante uma alteração de planos antes do tempo mínimo necessário à recolha dos benefícios da sua experiência. Por vezes o erro provoca a emenda. Mas creio que têm sido feitas mudanças antes de se identificarem os eros e, assim, projectar devidamente as suas correcções Esta situação ocorre em momentos de insegurança sobre as políticas em prática. (…)
A falta de confiança ou de credibilidade na estratégia é geradora de instabilidade. Por vezes, a instabilidade e o poder variam em sentido inverso, no «jogo de relações de poder» nos sistemas, como se sabe quanto mais instabilidade, menor o poder. (…)
Transcreve-se a última frase do artigo «Deputados do PSD faltam mais».
«A justificação mais frequente para as faltas dos deputados prende-se com “trabalho político”, seguida de ausência motivada por “doença” e do motivo de “força maior”.
Às 673 faltas justificadas pelos 230 deputados, somam-se 11 faltas injustificadas, totalizando 681. Destas, 287 foram dadas à sexta-feira, correspondendo a 42,6% das ausências.
Ainda segundo os mesmos dados, a maioria dos deputados tem entre 41 e 50 anos e insere-se no grupo profissional de advogados, magistrados e outros juristas.»
É de sublinhar a última frase e meditar sobre a «preparação» da maioria dos deputados que, à primeira vista, daria a esperança de decisões ponderadas, sensatas, correctas, sem necessidade de constantes alterações que acabam por produzir a referida falta de confiança e de credibilidade geradora de instabilidade. Sem definição clara de objectivos e de estratégias e sem respeito por normas de conduta, ocorrem os avanços e recuos, as hesitações, as emendas sucessivas, que prejudicam os portugueses e impedem a saída da crise e o desenvolvimento de Portugal.
Precisamos de pessoas dedicadas ao país que se comportem com seriedade e eficiência no cumprimento das tarefas a que voluntariamente se candidataram.
Imagem da Net.
El País
Há 2 horas
4 comentários:
Confiança nos políticos, não há, e eles fazem por isso.
Cumps
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Caro Guardião,
Os políticos não merecem a menor confiança. Infelizmente, o povo não pensa e deixa-se enganar pela propaganda das campanhas eleitorais, votando, como muitos dizem, no menos mau. Mas a posição mais racional do eleitor é recusar-lhes o voto, até porque não conhece todos os elementos das listas. Votar no desconhecido é um erro de louco, só admitido na compra de jogo de lotaria.
Abraço
João
Do Mirante
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